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Donna Onça faz moda com bagaço da cana

A empresa, do interior fluminense, produz bolsas e acessórios com matéria-prima sustentável

Joana e Denise: do gosto por bolsas surgiu uma oportunidade de negócio sustentável
DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2010 às 10h52.

São Paulo -  As irmãs Denise Corrêa e Joana D'Arc se juntaram para explorar um gosto em comum, a paixão por bolsas. Joana já produzia algumas peças, em casa, em pequena escala. Denise atuava no ramo de confecção de roupas e uniu sua experiência empresarial com o talento da irmã. Em 2008, criaram a Donna Onça.

A empresa, ainda micro, se destaca pela produção de bolsas com materiais sustentáveis, como o bagaço da cana. "Resolvemos buscar um material alternativo, sustentável, para juntar o tecnológico com o orgânico", explica Denise.

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É pelas mãos das participantes da Associação de Mulheres Empreendedoras de Campos dos Goytacazes (AME) que surgem botões, fivelas e outras peças a partir do bagaço da cana e que decoram as bolsas da grife. "Além de ser a cara da cidade, que é muito ligada na agricultura, é também uma forma de preservação do meio ambiente", opina Ivanete Maria Neves Fernandes, uma das integrantes da AME.

Apesar de ser pouco explorado na moda, o material tem utilidade em outros setores, como na alimentação de animais, na geração de energia e em tecidos curativos para a indústria farmacêutica. "O reconhecimento depois da parceria foi uma coisa espantosa, a aceitação foi muito boa e as pessoas passaram a se interessar mais pelo trabalho. É uma troca de experiências e conhecimento", diz Ivanete.

As peças são expostas e comercializadas em eventos de moda, como o Rio à Porter, Alto Verão Carioca e Fashion Business. Além disso, são vendidas na internet. As lojas próprias ainda estão nos planos. "Esse começo é complicado. O investimento em maquinário é alto, já que precisamos de máquinas bem específicas", explica.

A empresa, que começou com um investimento de 40 mil reais, tem apenas oito funcionários. No ano passado, quase dobrou seu faturamento em relação a 2008, saltando de 87 mil reais para 170 mil reais.  Para Denise, o crescimento está ligado ao uso dos materiais ecológicos, que "atrai mulheres modernas e antenadas".

Todas as bolsas, mochilas e carteiras são desenvolvidas com material alternativo, como fibras, lona e couro ecológicos e sementes. Mesmo assim, Denise não se contenta e quer uma empresa totalmente sustentável. "Ainda não somos uma empresa 100% sustentável e a cada coleção inserimos mais itens feitos pelas mulheres da AME", conta Denise.

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