R$ 2 milhões em 2 dias: startup de NFTs vira milionária em tempo recorde
A Lumx Studios, startup que introduz marcas no metaverso, esgotou coleção de NFTs em apenas dois dias
Maria Clara Dias
Publicado em 29 de março de 2022 às 14h19.
Última atualização em 29 de março de 2022 às 17h56.
Lidar com algumas tecnologias disruptivas nem sempre é sinônimo de longos períodos de espera até que startups prosperem. No caso da Lumx Studios, por exemplo, o que aconteceu foi exatamente o contrário. A empresa que desenvolve experiências no metaverso faturou mais de R$ 2 milhões em menos de dois dias. O segredo? A incursão no aquecido mercado de tokens não fungíveis ( NFTs ).
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Na prática, os NFTs funcionam como coleções virtuais, com um certificado digital atrelado a qualquer item — de jogos a obras de arte — que garantem sua exclusividade e originalidade com a ajuda de blockchain. Os tokens podem ser o primeiro passo para a entrada no chamado metaverso, conceito difundido agora pela Meta (antigo Facebook) que define um mundo virtual controlado que deve movimentar até US$ 3 trilhões nos próximos anos.
A Lumx lançou recentemente sua própria coleção de NFTs, chamada de 55Unity, no maior projeto de colecionáveis brasileiro até o momento. Foram criados 3.000 tokens, esgotados em 48 horas, totalizando R$ 2 milhões em receita. A compra é de um avatar personalizável, que pode ser usado como foto perfil em redes sociais como Twitter. Além disso, o token serve de “passe” para um jogo online que recria experiências híbridas onde o jogador pode tomar decisões em tempo real. “Quase como aquelas séries em que é preciso escolher A ou B”, explica o CEO da Lumx, Caio Barbosa.
O resultado relâmpago da Lumx exibe uma euforia crescente em torno dos NFTs. Artistas como Justin Bieber, Madonna e Neymar já dedicaram quantias milionárias para comprar seu próprio token: um “macaco entediado”, da coleção Bored Ape. Apesar do entusiasmo de quem tem recursos em excesso para gastar nas coleções digitais, a aposta da Lumx está nas grandes marcas.
A Lumx pretende ir além das coleções próprias e ajudar marcas empolgadas com a ideia de entrar para o metaverso ou criar sua própria coleção de NFts, auxiliando essas empresas desde a concepção da estratégia e os aspectos técnicos e artísticos do projeto até o lançamento e a construção da comunidade. Aqui, vale a explicação: para cada lançamento, é criada uma comunidade de compradores, que compartilham experiências entre si.
“Esse ainda é um mercado a ser desbravado e com sua linguagem própria. As chances de erro são muito grandes, então estamos ajudando marcas neste ponto”, diz. “A Lumx é uma ponte definitiva para o Metaverso”.
Um dos primeiros clientes da Lumx é a marca de roupas Reserva, que irá lançar nas próximas semanas a sua primeira coleção de NFTs — a startup é parceira de desenvolvimento.
Paixão pelos NFTs
A ideia para a criação da Lumx veio de uma paixão pela área de tecnologia. Formado em direito, o empreendedor migrou para o setor em 2019, trabalhando em startups de educação e criptomoedas. Já a paixão pelos NFTs, porém, surgiu de experiências pessoais. Junto de seu sócio Gabriel Polverelli, Barbosa fazia parte de algumas comunidades de compradores. “Assim entendemos o que está dando certo, por que e como”, diz.
A primeira alternativa foi criar um marketplace de compra e venda de colecionáveis digitais, mas eles encararam alguns percalços regulatórios e financeiros (é preciso muito investimento para fazer uma plataforma como essa rodar). Foi quando a ideia de criar coleções próprias e ajudar companhias a se inserirem neste ambiente surgiu e a Lumx de fato foi fundada, em 2021.
Já naquele ano, a startup lançou a coleção CryptoAngels, criada em parceria com Marc Sparks e DOMA Collective, artistas com exposições permanentes no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). A coleção foi vendida na plataforma de NFTs da Crypto.com, terceira maior corretora de criptoativos do mundo, e esgotou em 10 segundos.
Agora, a menina dos olhos da Lumx — e principal fonte de receita — é a coleção própria. Segundo Barbosa, com a venda relâmpago de NFTs, é possível atingir uma receita de até 15 milhões em questão de dias. “São números gigantes, mas palpáveis. Nada da nossa cabeça”, diz.
Para o futuro, os NFts da startup irão oferecer, além da arte e acesso ao jogo, a possibilidade de comprar um terreno no Metaverso onde ocorrerão eventos e shows. Além disso, os colecionadores também terão acesso a benefícios exclusivos em outros lançamentos.
“Estamos apenas no começo. Muitas parcerias estão por vir — muitas delas já definidas. É bom estar inserido num mercado de alto potencial”, diz.