Do poder da observação
"A natureza não faz nada que não tenha utilidade" Aristóteles - pensador grego
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
O empresário cearense Francisco Baltazar Neto, de 50 anos, desenvolveu a Fotosensores em 1994 inspirado na observação da natureza. A companhia opera radares de trânsito e encaminha as informações por eles detectadas aos órgãos públicos responsáveis de cada cidade. A Fotosensores fatura cerca de 40 milhões de reais, vem crescendo 25% ao ano e está em rodovias federais de todos os estados do Brasil, além de atender a cidades como Recife, São Luís e Florianópolis. A motivação para que o empreendedor desenvolvesse uma empresa como essa surgiu de uma comparação com uma colméia de abelhas. Antes da Fotosensores, Baltazar tinha outro negócio, de montagem industrial, e não estava nada satisfeito com ele. "Eu precisava ralhar com funcionários e acompanhar de perto todas as etapas", diz o empresário. O auge da irritação ocorreu quando seus funcionários entraram em greve durante a construção de uma fábrica no interior da Paraíba. Nessa hora, diante do canteiro de obras deserto, furioso, a idéia das abelhas lhe veio à cabeça. "Lembrei-me das colméias que eu tinha observado na minha infância", diz Baltazar.
Quando criança, morava no interior do Ceará, com os pais e dez irmãos. A apicultura era uma atividade importante no local e Baltazar lembra que chegou a cuidar de suas próprias colméias e até vender mel. Ele sempre ficava admirado com o modo como as abelhas trabalhavam sincronizadas, sem necessidade de nenhuma interferência. "Naquele instante, percebi que queria uma empresa que funcionasse exatamente como uma colméia. As coisas tinham de rodar sozinhas", diz. Tendo em mente o tipo de empresa que queria, Baltazar começou a correr atrás de uma idéia de negócio que funcionasse como uma colméia. Depois de procurar em vários lugares, descobriu uma tese de mestrado na Universidade Federal do Ceará que analisava a possibilidade de instalação de radares em semáforos. A tese estava em estudos na incubadora da universidade. "Comprei o projeto imediatamente", diz. Baltazar começou a empresa dentro de sua companhia de montagem industrial. Vendeu metade do primeiro negócio para se dedicar integralmente à Fotosensores. "Achei o modelo perfeito para a minha idéia", diz. "Como as colméias, as câmeras trabalham 24 horas por dia e não necessitam de instruções. Tudo o que preciso é colher o mel." Luciana Barreto
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