São Paulo – O ano de 2009 não foi fácil para o casal Eric e Sibele Vaz de Lima. Na época ele trabalhava como bancário no interior de São Paulo e perdeu o emprego. Pouco depois, ela também foi demitida do banco em que trabalhava. Desempregados , eles descobriram poucos meses depois que Sibele esperava a filha caçula do casal.
Foi neste cenário que a família teve o estalo para criar um negócio que hoje movimenta 160 milhões de reais. É a rede de franquias Vazoli, que tem mais 90 lojas especializadas em oferecer crédito consignado e empréstimo para negativados.
A inspiração para entrar no setor de empréstimos veio da própria situação que a família enfrentava. Tanto Eric quanto Sibele estavam com o nome sujo e tinham dificuldade em conseguir crédito.
“Foi um período muito difícil. Para comprar coisas em casa tinha que ser em nome do meu irmão ou da família do Eric. Ficamos devendo no cartão de crédito e a parcela do carro estava atrasada”, lembra Sibele.
Até então, a Vazoli era um negócio paralelo que os dois haviam iniciado com um investimento de cerca de 3 mil reais e que servia como um complemento de renda para a família. O foco da empresa – que tinha apenas uma pequena unidade em Severínia (SP) – era a venda de seguros.
“Como não conseguimos outro emprego, resolvemos mergulhar de cabeça na Vazoli e fomos atrás de abrir uma segunda unidade. Mas estávamos com o nome sujo e não quiseram nos vender os móveis a prazo”, conta a empreendedora .
Eles então perceberam que não eram os únicos a enfrentar esse problema e decidiram mudar o foco da empresa para a oferta de crédito.
“Foi um sucesso. Não tinha ninguém que oferecesse esse serviço na cidade naquela época e isso gerou uma procura muito grande. Um dia, uma funcionária teve um problema e não foi trabalhar. Isso gerou até fila na porta da loja”, diz Sibele.
A empresa passou a fazer convênio com vários bancos para oferecer empréstimos e cresceu rapidamente. Em 2011, a Vazoli já tinha dez lojas no interior de São Paulo, sendo sete próprias e três abertas por um amigo do casal que também havia perdido o emprego como bancário.
Para o casal, um dos motivos do sucesso da empresa é a preocupação em oferecer a melhor opção de crédito para o cliente. “Muitas corretoras vendem apenas de olho na comissão que vão receber. Nós temos foco no que é melhor para o cliente. Fazemos uma consultoria, queremos garantir que ele vai gastar menos”, afirma Eric.
Hoje a Vazoli oferece crédito consignado para funcionários públicos, aposentados e funcionários de empresas privadas parceiras.
Também oferece crédito pessoal, focado em quem trabalha como autônomo, por exemplo. Nas duas modalidades é possível conseguir o empréstimo mesmo com o nome sujo. Há ainda financiamento imobiliário ou de veículos, consórcios e seguros.
Franquia
Em 2011, a Vazoli entrou para o franchising. Os empreendedores contam que eles mesmos fizeram a formatação do negócio para se tornar franquia.
“Fomos atrás de empresas especializadas e o valor mais baixo para fazer esse processo era de 100 mil reais. Nós não tínhamos esse dinheiro, então fizemos na raça. Estudamos a lei ficamos um ano formatando tudo”, conta o empreendedor.
A expansão deu certo, e hoje a empresa tem 93 lojas, em 17 estados brasileiros, além de três selos de excelência da ABF (Associação Brasileira de Franchising). A meta da rede é chegar a 100 lojas até o fim de 2017.
Eric afirma que busca sempre orientar os interessados em entrar para a rede. “Toda a dificuldade que passamos fez com que a gente pense muito no nosso franqueado. A gente sempre tem o cuidado de orientar. Às vezes ele quer entrar para a franquia fazendo dívida. Orientamos para que ele não perca tudo o que tem”, diz.
Para quem ficou interessado, o investimento inicial para abrir uma unidade vai de 40 mil a 80 mil reais, dependendo do tamanho da loja e da cidade onde ela está. O faturamento médio mensal vai de 150 mil a 200 mil reais, e a lucratividade fica em 12%.
Eric explica que o franqueado fica com 90% da comissão recebida por cada contrato fechado – 10% vai para a Vazoli. Nos últimos 12 meses, a rede movimentou 160 milhões de reais em crédito.
- 1. Mais com menos
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São Paulo – Muita gente tem vontade de iniciar o seu próprio negócio, mas dispõe de pouco
dinheiro para investir. Se você faz parte desse grupo, saiba que muitos
empreendedores iniciaram com pouquíssimo dinheiro e hoje têm empresas de
sucesso . São pessoas que com certeza têm algo a ensinar para quem quer seguir no mesmo caminho. Para ajudá-lo a se inspirar em bons exemplos, selecionamos conselhos de quem fundou um negócio com recursos escassos. Na lista, há quem tenha iniciado com apenas 300 reais.
Ficou interessado? Então navegue pelos slides acima e veja dez conselhos de empreendedores que começaram com pouco dinheiro.
- 2. 1 – Tenha uma equipe multidisciplinar
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Pedro Renan, de 27 anos, é um dos sócios da We Do Logos, uma empresa de design fundada em 2010 com cerca de 20 mil reais, incluindo o valor investido em horas de trabalho dos empreendedores. Que conselho dá para quem quer começar um negócio, mas tem pouco dinheiro?
“Tenha uma equipe multidisciplinar. Dessa forma você não precisará terceirizar nem contratar pessoas nos primeiros meses da sua empresa. O time ideal que eu montaria se fosse criar uma nova empresa seria um desenvolvedor, uma pessoa de marketing e uma pessoa de negócios.”
- 3. 2 – Faça o plano negócios
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Carla Castilho, de 45 anos, é fundadora da Unius, uma agência de comunicação e marketing. A emrpesa foi fundada em 2005 com 10 mil reais. Que conselho dá para quem quer começar um negócio, mas tem pouco dinheiro?
“Fazer o plano de negócios e definir uma estratégia consistente é o começo de tudo. Porém, também é fundamental conversar com pessoas e procurar consultores ou mentores de marketing, financeiros e administrativos. “Em um determinado momento me indicaram o curso do EMPRETEC, que pra mim foi um divisor de águas. Hoje eu aconselharia qualquer um a iniciar com este curso, pois ele me deu uma visão muito clara de como devemos nos posicionar perante a nossa empresa. "Hoje, muitos clientes chegam aqui na Unius sem uma visão clara do seu negócio. Grande parte desses empresários perde parte do investimento inicial com a compra ou contratação de pessoas, empresas e serviços que não foram bem planejados”.
- 4. 3 – Tenha apoio da família
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André Krummenauer, de 28 anos, é co fundador da Involves, uma empresa que trabalha com tecnologia para gestão de marketing. O negócio começou em 2008, com um investimento de 600 reais (100 reais de cada sócio). Que conselho dá para quem quer começar um negócio, mas tem pouco dinheiro?
“Para iniciar sem dinheiro, é importante ter um bom plano definido, pois as vendas precisarão acontecer rapidamente para que o negócio gire. Outra alternativa é ter fontes alternativas de renda, caso o plano demore a se concretizar. “No caso da Involves, o plano de negócios era baseado no desenvolvimento de um software que demoraria um tempo razoável para ser comercializável — tempo este que não poderíamos esperar. Para contornar essa limitação, posicionamos a empresa como prestadora de serviços de desenvolvimento de portais, sites e como fábrica de software. Sabíamos que um dia encerraríamos estes serviços alternativos, o que aconteceu no quarto ano de negócio, quando o ‘plano B’ representava somente 10% da receita da empresa, optamos por encerrar estes serviços. “Outra questão muito relevante é o apoio incondicional da família. Como não tínhamos receita nem dinheiro no bolso, contávamos com o apoio dos nossos familiares — ainda morávamos com os pais e não tínhamos custos fixos pessoais. Estava claro que ficaríamos um tempo considerável sem pró-labore nem dividendos, e é preciso estar psicologicamente preparado para isso.”
- 5. 4 – Conheça a sua área
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Emerson Salomão, de 43 anos, é fundador da Avell, uma fabricante brasileira de notebooks. O negócio existe de 2004, e foi iniciado com um investimento de 10 mil reais. Que conselho dá para quem quer começar um negócio, mas tem pouco dinheiro?
“Para quem está começando e tem pouco dinheiro, é preciso conhecer e gostar muito do segmento que está querendo empreender. Tendo o conhecimento e gostando muito, o empreendedor precisará trabalhar com afinco, não medindo esforços e horas, com resiliência em busca de seu objetivo e sonho. Aparecerão vários obstáculos que devem ser ultrapassados. Sugiro também dar um passo de cada vez e, à medida que a situação for melhorando, ir fazendo mais investimentos e reinvestindo todo o lucro no próprio negócio.”
- 6. 5 – Tenha coragem e atitude
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A empreendedora Letícia Penna, de 44 anos, fundou a rede de franquias Sapatilha na Sacola, que vende calçados femininos. O negócio começou em 2011 com um investimento de apenas 300 reais. Que conselho dá para quem quer começar um negócio, mas tem pouco dinheiro?
Ideias boas devem vir acompanhadas de coragem e de ação. Acredito, seja com muito ou principalmente com pouco dinheiro, deve-se ter atitude e perseverança como aliadas principais para começar um negócio. Mesmo no início de tudo, é necessário identificar o público consumidor, acionar a rede de contatos e se planejar, para ter foco na hora de gastar aquilo que faturar. Ou seja, trabalhar as informações antes mesmo de qualquer investimento, para não gastar dinheiro sem necessidade.
- 7. 6 – Comece
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Felipe Dib, de 28 anos, é o fundador da Você Aprende Agora, uma empresa que oferece cursos de inglês online. Fundado em 2011, o negócio começou com 23,5 mil reais. Que conselho dá para quem quer começar um negócio, mas tem pouco dinheiro?
“Comece!!! Todos nós temos pouco dinheiro e não existe o "perfect moment". Sei que nesse exato momento você pode estar com um problema na sua família, mas eu também estou! Comece agora do jeito que der.”
- 8. 7 – Teste, e se preciso, mude rápido
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Bruno Passarelli, de 29 anos, e Gabriel Passarelli, de 25, são os fundadores do Descubraomundo.com, um marketplace voltado para programas de intercâmbio. O negócio começou em 2011, com menos de 15 mil reais, que era a poupança que os empreendedores tinham na época. Que conselho dá para quem quer começar um negócio, mas tem pouco dinheiro?
“Defina seu público alvo, seu nicho de mercado e teste sua ideia através de um MVP (minimum viable product). Caso seu público alvo não venha a se interessar pelo produto, é melhor reformular a estratégia ou mudar o business. Não existe coisa pior do que investir tempo e dinheiro em algo que ninguém quer. Uma vez que o business estiver validado, é importante que o empreendedor tenha resiliência, pois não existe sucesso da noite para o dia.”
- 9. 8 – Converse com seu usuário
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Vera Kopp, de 38 anos, é CEO do inCast, um marketplace que conecta profissionais e contratantes de setores da economia criativa,(atores, modelos, DJs, produtores, editores, designers e youtubers). O negócio com fundado em 2015 com 25 mil reais, vindos do programa Startup Rio. Que conselho dá para quem quer começar um negócio, mas tem pouco dinheiro?
Utilize o Google Forms [formulário do Google usado para fazer pesquisas, por exemplo] para viabilizar o seu negócio. Teste e converse com seu usuário. Inicie sua jornada com um protótipo, algo que você pode adaptar para a necessidade real do mercado.
- 10. 9 – Foque nas vendas
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Caio Sigaki, de 33 anos, é fundador da Elefante Verde, uma rede de franquias que trabalha com marketing digital para pequenas e médias empresas. O negócio foi fundado em 2011, com cerca de 10 mil reais. Que conselho dá para quem quer começar um negócio, mas tem pouco dinheiro?
“Foque desde o primeiro dia em vender e gerar receita. Não existe negócio sem receita aqui no Brasil. Lá fora é mais comum acontecer de empresas conseguirem aportes de investidores só com a ideia e sem tração (receita). Então, esteja preparado para gastar bastante sola de sapato e muito telefonema! Invista tempo em marketing digital. Existem diversas estratégias e canais que têm um investimento muito baixo ou sem necessidade de investimento, como a geração de conteúdo para o blog da sua empresa.”
- 11. 10 – Faça os primeiros 100 clientes
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Max Campos, de 25 anos, fundou a HotelQuando.com, uma empresa que atua no setor de turismo. O negócio começou em 2014 com investimento de 30 mil reais do próprio empreendedor. Que conselho dá para quem quer começar um negócio, mas tem pouco dinheiro?
“Tem que ter espírito empreendedor e ter como meta realizar as 100 primeiras vendas. Entender absolutamente tudo que passou com esses 100 primeiros clientes antes, durante e depois da compra. Tentar escalar o negócio ao máximo, sem investimento de terceiros, e só procurar por investimento quando seu negócio estiver validado de ponta a ponta.”