Depois de novo aporte do SoftBank, Olist compra startup PAX
Olist viu sua receita dobrar em 2020 com o aumento das compras online e com a aquisição busca ofertar mais serviços aos comerciantes da plataforma
Carolina Ingizza
Publicado em 21 de dezembro de 2020 às 15h41.
Última atualização em 28 de janeiro de 2021 às 09h58.
Cada vez mais preocupada com a logística , a startup Olist acaba de adquirir a startup PAX, que era sua parceira de negócios há um ano. A companhia paranaense divulgou a informação nesta segunda-feira, 21, mas não tornou público o valor da transação.
A aquisição acontece um mês após o Olist receber um aporte de 310 milhões de reais em uma rodada série D liderada pelo conglomerado japonês SoftBank . Na época, o fundador disse que iria investir parte do valor captado em fusões e aquisições .
O Olist ficou famoso por assumir a venda de produtos de pequenos varejistas em grandes marketplaces, como Magazine Luiza, Americanas e Mercado Livre.
Para eles, como toda empresa que atua no comércio eletrônico, a logística no Brasil é um grande desafio. “É o principal detrator de vendas, sabemos que é um pilar estratégico do negócio”, disse em entrevista à EXAME Tiago Dalvi, fundador e presidente da companhia.
Desde o início, a empresa criou o Olist Envios, para assumir a gestão de frete dos clientes. Seu trabalho consiste em recolher os produtos dos pequenos lojistas, centralizá-los em seu centro de distribuição e depois enviá-los para o consumidor final.
Em 2019, a PAX entrou na operação como prestadora de serviço para ajudar a companhia a ganhar eficiência na coleta e centralização dos pacotes. Assim como um “Uber das entregas”, eles utilizam 2.000 motoristas parceiros para fazer rotas maiores de retirada dos produtos, chegando a rodar até 150 quilômetros.
Com isso, mesmo lojistas que vendem poucos pacotes por dia conseguem ter seus produtos despachados diariamente. Para o cliente final, isso significa que o intervalo de entrega cai de “cinco até dez dias” para de “um dia até três”, segundo Dalvi.
Com a aquisição, o Olist integra a PAX ao seu sistema de logística, que agora se chamará Olist PAX. A vantagem, segundo Dalvi, é que os clientes da empresa terão uma experiência única no seu processo de venda. Mas isso não significa que a startup adquirida deixará de atender seus outros clientes além do Olist.
Em 2021, os planos da companhia para o Olist PAX são ambiciosos. Além dos cinco hubs de entrega que possui em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre, ela irá abrir mais 30 pelo país, indo além das capitais. “As cidades pequenas tem pouco comercial de e-commerce ou são pouco competitivas? Vamos abrir hubs para sobrepassar essas limitações”, diz o fundador.
As fusões e aquisições também não devem parar no ano que vem. Dalvi diz que está analisando outras empresas nos setores de finanças e prestação de serviço para e-commerce. Sua meta é tornar os processos do Olist mais eficientes ao longo de 2021 e dobrar a companhia de tamanho mais uma vez, assim como aconteceu em 2020. “O digital vai continuar a crescer com expressividade”, afirma.