Cubo Itaú: nova iniciativa foca em startups do agronegócio (Cubo Itaú/Divulgação)
Uma das principais iniciativas corporativas de empreendedorismo brasileiro anunciou nesta terça-feira, 13, que irá se dedicar a uma área promissora do mercado: o agronegócio. O Cubo Itaú, hub de fomento ao empreendedorismo e inovação cria, a partir de hoje, um projeto voltado especificamente para agtechs, as startups tecnológicas do agro.
Em um primeiro momento, a ação, batizada de Cubo Agro, irá focar em pequenas empresas que tragam soluções para o setor, sejam elas startups agrícolas ou agropecuárias.
Segundo Pedro Prates, codiretor do Cubo Itaú, o objetivo do novo programa setorial é estimular startups com alto potencial e que podem solucionar dores comuns — sejam elas de grandes empresas do setor ou dos pequenos produtores. “A ideia aqui, além de escalar essas soluções criadas pelas agtechs, é poder colaborar para o crescimento dessas empresas com toda a base e experiência do Cubo”, disse, em coletiva de imprensa nesta terça-feira.
A meta, segundo Prates, é alcançar entre 20 e 30 startups até o final do ano, mas esse número pode ser ainda maior. Até o momento, já são seis startups na comunidade agro, e todas elas já faziam parte do portfólio do Cubo. “O que contará aqui, além do número e do discurso motivacional, é ver o quanto podemos colaborar para o crescimento dessas empresas”, diz.
A partir desta semana, as empresas podem se inscrever para fazer parte da comunidade. A avaliação das novas integrantes, segundo Prates, vai considerar quatro requisitos:
Além das conexões e apoio do Cubo para fazer negócios, as startups também poderão ter acesso ao prédio do Cubo Itaú, na capital paulista.
O projeto já nasce com a parceria de três diferentes sócios do setor. Um deles é o grupo São Martinho, da área de etanol e cana-de-açúcar com capacidade de moagem de 24 milhões de toneladas por ano. Uma intenção específica da São Martinho ao se associar ao Cubo Agro é se conectar a startups que tragam novas soluções que explorem a tecnologia 5G e conectividade no campo.
Na lista de sócios também estão o Itaú BBA e a Corteva Agriscience, empresa de inovação na agricultura — e que também faz parte do Cubo Itaú. “Nossa proposta é conectar a outros grandes players e trazer essa conexão a serviço do produtor rural, com novos serviços e tecnologias que podem trazer benefícios a ele”, diz Mariana Castanho, diretora comercial da Corteva.
Tirar essas tecnologias que vêm das startups do papel só será possível com diálogos ativos nas duas pontas. “Para levar as tecnologias que ganham forma no Cubo aos agricultores e produtores rurais na ponta, a proximidade será essencial. Se conhecermos as dores dos produtores, seremos mais assertivos ao apresentá-los às startups”, diz Mariana.
Hoje, a Corteva já mantém um projeto que visa aproximar 35 cooperativas e startups associadas ao Cubo. A ideia é apresentar as pequenas empresas às cooperativas e cooperados, para verificar se há alguma tecnologia que possa ser aplicada ao dia a dia da operação e fazer essa ponte.
Apesar do contexto econômico conturbado, o Cubo Itaú teve resultados positivos em 2020. Segundo Prates, as startups associadas ao hub triplicaram o faturamento no último ano, além de terem captado cerca de 1 bilhão de reais em investimentos. Mesmo na pandemia, o Cubo também intermediou 300 negócios por trimestre para as startups residentes.
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