Crédito barato ajuda empresas atingidas pela chuva no RJ
Até agora já foram usados R$ 8 milhões de um total de R$ 400 milhões disponibilizados pelo BNDES para a região serrana do Rio de Janeiro
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 16h50.
Nova Friburgo (RJ) - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já autorizou empréstimos de R$ 8 milhões para micro, pequenas e médias empresas da região serrana do estado do Rio, castigada pelas chuvas em janeiro deste ano. Até ontem (8), 53 operações de financiamento haviam sido aprovadas na linha de crédito de R$ 400 milhões criada para os sete municípios fluminense que decretaram situação de calamidade pública.
Uma das empresas beneficiadas foi a RFid Brasil, que vende equipamentos de gerenciamento e segurança de bibliotecas, com um crédito de R$ 27 mil. Segundo o ouvidor da empresa, Jorge Abrunhosa, a RFid, mesmo não sendo atingida pelas enxurradas, foi bastante afetada pela tragédia, amargando um prejuízo de 30% no volume de negócios. “Ficamos sem funcionar porque ficamos sem funcionários, sem transporte, sem telefonia e sem rede de internet. Ficamos uma semana sem funcionar e outra funcionando de forma precária”, disse ele.
Abrunhosa informou que os 12 funcionários da empresa ainda sentem as consequências da tragédia. “Alguns tiveram que sair de suas casas e ir para outros lugares. Há um certo desânimo entre eles. Esse empréstimo pode servir para dar uma reerguida na empresa”, disse.
Hoje está sendo promovido hoje (9) em Nova Friburgo o Feirão SOS Empresas, um mutirão para tirar dúvidas de micro, pequenos e médios empresários sobre pedidos de financiamentos, problemas trabalhistas, tributários, ambientais e documentais, entre outros. Participam do mutirão instituições públicas e privadas, como BNDES, Banco do Brasil, bancos privados, as federações estaduais das Indústrias (Firjan) e do Comércio (Fecomércio-RJ), autoridades ambientais, juntas comerciais e as receitas Federal e Estadual.
Diretor industrial da empresa CBS Embalagens, de Bom Jardim, Rodrigo Mesquita procurou o feirão para tentar acelerar o processo de licenciamento ambiental de operação da empresa, que está emperrado há um ano no Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Ele aproveitou para saber como conseguir empréstimos baratos para investimento e capital de giro. “A chuva nos afetou indiretamente, porque provocou danos na infraestrutura local. O acesso a Barra Alegre, onde fica a nossa empresa, ficou fechado por seis dias. Também tivemos problemas com a telefonia, que ficou prejudicada”, disse o diretor da empresa, que tem 130 funcionários.
Já a consultora de moda Heloísa Stroligo, que tem uma oficina de costura, quis saber como poderia recuperar o prejuízo de R$ 500 que teve quando perdeu todo o material que tinha para produzir as roupas. “O material estava na casa da costureira, que foi derrubada com as chuvas. Então, perdi tudo o que tinha investido. Tenho que me recapitalizar”, disse.
Os maiores volumes de operações aprovadas e contratadas estão nas cidades de Nova Friburgo e Petrópolis, com 21 contratos aprovados cada. O BNDES ainda analisa seis operações de crédito, no valor de R$ 6,3 milhões.