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Compra coletiva de nicho é oportunidade para PMEs

Novos negócios com foco em um público, cidade ou oferta específicos tendem a sobreviver

Comida japonesa: o site Sirva-se vendeu mais de 5 mil vouchers de um restaurante japonês (FERNANDO MORAES/Veja São Paulo)

Comida japonesa: o site Sirva-se vendeu mais de 5 mil vouchers de um restaurante japonês (FERNANDO MORAES/Veja São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 05h12.

São Paulo - O cenário parece bom: as compras coletivas viraram febre, pequenas empresas foram compradas ou receberam investimentos e setor deve continuar crescendo. Mesmo assim, o ramo é arriscado para novos negócios.

Segundo Daniel Deivisson, um dos sócios do Oferta X, o mercado pode enganar os empreendedores. “O investimento é baixo e todo mundo acha que pode fazer um site desses, mas tem que estar em muitas cidades. É natural que ou os sites menores fechem ou acabem indo para nichos”, diz. Alexandre Umberti, diretor de marketing da Ebit, compartilha a mesma opinião. “O setor ainda está em plena expansão, com outros sites surgindo e que ainda surgirão. Entre os pequenos, quem atua em nichos pode se manter”, afirma.

É o que está tentado fazer Juliano Donnici, que criou o Sirva-se. No ar desde outubro, o site tem a proposta de oferecer apenas ofertas de gastronomia. “Tinha muita oferta em outros sites que a gente não gostava, como massagens e serviços de estética. Aí, em um grupo de apaixonados por gastronomia, resolvemos fazer o site só para esse nicho”, conta Donnici.

Com um investimento de 60 mil reais para começar, foram vendidos, nos três primeiro dias, 5 mil vouchers de um restaurante de comida japonesa. Presente só no Rio de Janeiro, o empresário já estuda ampliar sua atuação. Niterói, São Paulo e Salvador podem ter parcerias com a empresa. “O bom desse mercado é que se dá certo você sente rápido”, opina. Em 25 dias de operação, o site faturou mais de 230 mil reais.

Para tratar com um público bem específico, as amigas Thais Angelotti e Cibele Marques investiram no JellyG. O site é um dos primeiros voltado para o público homossexual. “Decidimos investir em uma idéia diferente e percebemos que faltavam opções no mercado para esse público”, conta Cibele. Depois de uma pesquisa, as sócias conseguiram um investidor que mora fora do país e, com 500 mil reais, colocaram a página no ar.

Hoje, são 100 mil usuários cadastrados que recebem ofertas de estabelecimentos gay-friendly. “Nossa idéia não é concorrer com quem trabalha com a massa”, explica Cibele. Segundo ela, o retorno é um pouco lento porque o público bem é específico. “A fase startup deve durar 6 meses. Então, vamos para o plano de expansão para incluir mais 10 capitais”, conta. Dos valores das promoções, o site fica com até 50%, conforme a negociação.

Assim como o Sirva-se e o JellyG, estão na rede outros sites que trabalham com um nicho específico. O Oferta Saudável dá descontos em academias, restaurantes naturais e lojas de produtos macrobióticos, por exemplo. Já o Curitibando e o Compra Catarina oferecem descontos em serviços apenas em Curitiba e em Santa Catarina, respectivamente.

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