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Como não perder dinheiro com o estoque do seu negócio?

Veja dicas para que seu dinheiro não fique parado.

Caixas enfileiradas em estoque (bugphai/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 12h32.

Os custos do estoque: como calcular e não perder dinheiro
Escrito por Ana Paula Paulino da Costa, especialista em finanças

Estoque é dinheiro parado. Como em muitos casos não há como trabalhar sem ele, é preciso gerir bem esse fluxo para minimizar o seu custo - não importa se os estoques são de matérias-primas, materiais de consumo (almoxarifado), de projetos em andamento (no caso de serviços) ou ainda de produtos acabados.

A situação ideal é trabalhar com o conceito “just in time”, no qual só há entrega do fornecedor na hora de vender ou usar o item na produção. No entanto, muitas situações indicam a necessidade de se fazer estoques. Se o fornecedor atrasa devido a qualquer imprevisto, a produção pode parar e se tem o risco de perder vendas.

No caso de itens importados, há questões adicionais como embarque, alfândega e alteração do câmbio. Riscos como esses fazem com que as preocupações sejam conflitantes. Por um lado, deseja-se estocar mais itens para a produção (risco de fornecimento) e mais produtos acabados (risco de venda), por outro, deseja-se comprar uma quantidade que seja financeiramente vantajosa para manter o menor valor possível em estocagem e assim diminuir a necessidade de capital de giro.

O primeiro passo para gerir o estoque é classificar os itens de forma a separar os de maior impacto na produção, seja financeiramente (com a técnica da curva ABC) ou de fluxo da produção (teoria das restrições). Os itens que representam mais em termos financeiros ou que podem parar a produção, precisam ser monitorados com outros cálculos, tais como o ponto de reposição e o lote econômico de compra. Há fórmulas matemáticas definidas para isso, mas o importante é compreender o conceito e procurar avaliar os componentes de acordo com cada realidade.

O ponto de reposição considera o consumo do item durante o prazo de entrega do fornecedor e o estoque de segurança – aquele mínimo necessário para fazer frente aos riscos inerentes ao fornecimento e à variação de demanda esperada. Com a soma desse mínimo e todo o consumo durante a entrega se consegue o volume que indica o momento de fazer novo pedido de compra. Dessa forma, faz-se o ajuste do estoque ao consumo médio histórico. A pergunta seguinte é: quanto se deve comprar?

O pedido deve ser no mínimo esse volume do ponto de reposição, mas pode ser maior, fazendo frente a outros riscos de mercado (variações inesperadas e acima da média) desde que a compra seja vantajosa financeiramente. Isso implica em ter disponibilidade financeira; ter espaço físico para a estocagem; não ter risco de vencimento ou deterioração e; não aumentar demais o custo do seguro nem o risco de desperdício.

Uma forma de calcular o impacto financeiro dessa compra é multiplicar o valor pago ao fornecedor pelo custo financeiro (taxa de juros de mercado) entre a data do pagamento e a data de recebimento do cliente. Esse é o custo de carregar esse estoque ou, em outras palavras, de deixar o dinheiro parado. As alternativas de descontos por volume comprado podem ser comparadas dessa forma.

Finalmente, no caso de indústria ou serviço, outra ação é planejar cada etapa da produção de forma a minimizar a necessidade de estocagem. Cada item deve ser comprado de acordo com o consumo em cada etapa da produção.

Ana Paula Paulino da Costa é especialista em finanças e docente da BSP - Business School São Paulo.

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Escrito por Ana Paula Paulino da Costa, especialista em finanças

Estoque é dinheiro parado. Como em muitos casos não há como trabalhar sem ele, é preciso gerir bem esse fluxo para minimizar o seu custo - não importa se os estoques são de matérias-primas, materiais de consumo (almoxarifado), de projetos em andamento (no caso de serviços) ou ainda de produtos acabados.

A situação ideal é trabalhar com o conceito “just in time”, no qual só há entrega do fornecedor na hora de vender ou usar o item na produção. No entanto, muitas situações indicam a necessidade de se fazer estoques. Se o fornecedor atrasa devido a qualquer imprevisto, a produção pode parar e se tem o risco de perder vendas.

No caso de itens importados, há questões adicionais como embarque, alfândega e alteração do câmbio. Riscos como esses fazem com que as preocupações sejam conflitantes. Por um lado, deseja-se estocar mais itens para a produção (risco de fornecimento) e mais produtos acabados (risco de venda), por outro, deseja-se comprar uma quantidade que seja financeiramente vantajosa para manter o menor valor possível em estocagem e assim diminuir a necessidade de capital de giro.

O primeiro passo para gerir o estoque é classificar os itens de forma a separar os de maior impacto na produção, seja financeiramente (com a técnica da curva ABC) ou de fluxo da produção (teoria das restrições). Os itens que representam mais em termos financeiros ou que podem parar a produção, precisam ser monitorados com outros cálculos, tais como o ponto de reposição e o lote econômico de compra. Há fórmulas matemáticas definidas para isso, mas o importante é compreender o conceito e procurar avaliar os componentes de acordo com cada realidade.

O ponto de reposição considera o consumo do item durante o prazo de entrega do fornecedor e o estoque de segurança – aquele mínimo necessário para fazer frente aos riscos inerentes ao fornecimento e à variação de demanda esperada. Com a soma desse mínimo e todo o consumo durante a entrega se consegue o volume que indica o momento de fazer novo pedido de compra. Dessa forma, faz-se o ajuste do estoque ao consumo médio histórico. A pergunta seguinte é: quanto se deve comprar?

O pedido deve ser no mínimo esse volume do ponto de reposição, mas pode ser maior, fazendo frente a outros riscos de mercado (variações inesperadas e acima da média) desde que a compra seja vantajosa financeiramente. Isso implica em ter disponibilidade financeira; ter espaço físico para a estocagem; não ter risco de vencimento ou deterioração e; não aumentar demais o custo do seguro nem o risco de desperdício.

Uma forma de calcular o impacto financeiro dessa compra é multiplicar o valor pago ao fornecedor pelo custo financeiro (taxa de juros de mercado) entre a data do pagamento e a data de recebimento do cliente. Esse é o custo de carregar esse estoque ou, em outras palavras, de deixar o dinheiro parado. As alternativas de descontos por volume comprado podem ser comparadas dessa forma.

Finalmente, no caso de indústria ou serviço, outra ação é planejar cada etapa da produção de forma a minimizar a necessidade de estocagem. Cada item deve ser comprado de acordo com o consumo em cada etapa da produção.

Ana Paula Paulino da Costa é especialista em finanças e docente da BSP - Business School São Paulo.

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