Funcionário da Casa da Moeda verifica notas novas de cem reais durante produção, em novembro de 2012 (Sérgio Moraes / Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2013 às 10h24.
Como monitorar as necessidades de capital de giro?
Respondido por Rodrigo Zeidan, especialista em finanças
Se pudéssemos fazer uma ‘autópsia’ nas pequenas e médias empresas que vão à falência, descobriríamos que a falta de capital de giro é a principal causa mortis. Empresas lucrativas, em muitos casos, sucumbem pela falta de planejamento do capital de giro. Por que isso acontece? A resposta não é simples, mas envolve a análise do ciclo operacional, que é subdivido em ciclos econômico e financeiro.
O ciclo econômico reflete o processo produtivo, da compra de insumos à venda dos bens e serviços. O financeiro, por sua vez, vai do pagamento da compra de insumos ao recebimento pelas vendas. O que os empresários esquecem é que um aumento de produção vai afetar primeiramente o pagamento dos insumos; e somente após todo o ciclo operacional, a empresa receberá pelo aumento de produção.
Portanto, a necessidade de capital de giro aumenta com o crescimento da produção e se a empresa não se planejar ela pode se estrangular financeiramente.
Um dos mais interessantes paradoxos da gestão financeira é o fato de que o sucesso empresarial pode causar a morte da empresa por causa do aumento da necessidade de capital de giro. Como se prevenir?
Monitorar os ciclos econômico e financeiro é fundamental. Eles não são afetados somente pelo crescimento, mas também pelos prazos médios de pagamento e recebimento. Embora o capital de giro não seja somente função do ciclo operacional, gerenciar as mudanças nos ciclos econômicos e financeiros é crucial para a sobrevivência da organização.
Para relembrar: o ciclo econômico pode ser medido pelo prazo médio de estocagem (PME); o financeiro é igual ao PME mais o prazo médio de recebimento e menos o prazo médio de pagamentos.