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Como escolher um sócio para começar um negócio

Busque alguém que complemente seus conhecimentos, mas também esteja disposto a se dedicar ao negócio

Aperto de mãos (Ales Cerin/SXC)

Aperto de mãos (Ales Cerin/SXC)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2012 às 06h00.

São Paulo – Apesar de ser possível abrir uma empresa sem sócios no Brasil hoje, a maioria dos empreendedores se une a alguém na hora de começar um negócio. Além de recomendável, esta é uma forma de dividir tarefas e responsabilidades. “É muito difícil começar um negócio sozinho, seja na busca por recursos, financiamentos ou know-how técnico”, diz Afonso Cozzi, coordenador do núcleo de empreendedorismo da Fundação Dom Cabral.

Muitas vezes, mais de um empreendedor já está envolvido no projeto e disposto a estabelecer sociedade. Mesmo assim, na hora de colocar tudo no papel, é importante pensar e decidir com calma como será essa relação. “Duas cabeças pensam melhor do que uma e podem dividir responsabilidades, direitos e tarefas”, afirma Paulo Melchor, consultor jurídico do Sebrae São Paulo.

1. Imagine um casamento

A sociedade para abrir uma empresa deve ser vista como um casamento. Dividir tarefas e estar pronto para se comunicar de forma clara é essencial. “Sócios ficam mais tempo um com o outro do que com a própria família. Ter sócio é como ter uma família”, compara Cozzi.

O primeiro passo é alinhar as expectativas e também os valores. “A empresa exige muito dos sócios. Quando abre, é uma relação de amor incrível, mas é certo que vão encontrar dificuldades no caminho”, diz Melchor. A base de valores precisa ser muito próxima. “É difícil dar certo se não acreditar nos mesmos valores”, ressalta Cozzi.

2. Pense bem no sócio-parente

Virar sócio de um parente é muito comum. É a família que geralmente primeiro aposta no negócio e dá força para a empresa dar certo. A questão é que, muitas vezes, a família também pode ser responsável pelo fim da empresa. “Ser parente não é defeito, mas pode ser um ponto negativo”, alerta Cozzi.


Segundo os especialistas, a relação entre sócios precisa ser independente da relação com os familiares, o que é bastante difícil no dia a dia da empresa. “Em sociedades familiares, é comum cometer erros. As relações familiares não podem ser levadas para a empresa e vice versa”, diz Melchor. Para ele, a relação entre os sócios é complexa. “Não deve ter valor sentimental. É lucro”, afirma.

3. Complementem-se

Não é só afinidade e capital que devem formar o grupo de sócios. Assim como em uma equipe, buscar características complementares é essencial. “Busque no outro alguém de confiança e que faça algo que você não faz para que haja complementariedade”, diz Melchor.

Depois de alinhar valores e expectativas, veja em quais áreas da empresa os sócios poderão se sair melhor. Não adianta ter muitos sócios que entendam da área técnica e nenhum que possa acompanhar a gestão. “Buscar pessoas com expectativas parecidas e informação e também formação semelhantes”, aconselha Cozzi.

Os sócios devem se apoiar em pontos fortes diferentes. “Não é buscar alguém que seja igualzinho”, diz o coordenador da Fundação Dom Cabral. Há, no entanto, uma característica em comum que todos os sócios devem ter: transparência. “Precisa de muita comunicação. Não pode ser uma coisa de jogo de esconde-esconde. Tem que ter muita transparência”, diz.

4. Faça bons contratos

Na hora da empolgação, muitos empresários se esquecem de como é essencial ter um contrato de sociedade bem feito e que proteja todas as partes. “É importante ter uma base bem construída, com contratos legal e social bem feitos e um acordo de acionistas”, ensina Cozzi.

Dividir como será a participação de cada um dos sócios é importante para evitar problemas em casos de vendas ou na hora de desfazer a sociedade. “No começo tudo são flores. O problema começa quando tem dinheiro de mais ou de menos. É importante estabelecer bem quem ganha o que. É normal ter funções e remunerações diferentes”, explica.

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