Comércio popular na rua 25 de Março, em São Paulo (EXAME)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 09h19.
São Paulo - O Carnaval promete ser lucrativo para os comerciantes da rua 25 de Março, em São Paulo. Novos adereços, fantasias e principalmente máscaras são as apostas dos pequenos negócios. Se no ano passado o presidente Lula apareceu na maioria dos salões e blocos carnavalescos paulistas, este ano está difícil encontrar uma máscara da presidenta Dilma.
Isso porque a cada lote que chega elas desaparecem, segundo informação de Pierre Sfeir, proprietário da Festas e Fantasias, há 36 anos na região. O deputado federal Tiririca também está bem cotado na região.
“Este Carnaval deverá ser melhor do que o do ano passado porque acontecerá 30 ou 40 dias após o Natal. Os clientes já pagaram os cartões, os impostos e as dívidas. Agora eles querem se divertir nos blocos e salões da cidade”.
O empresário aposta em um aumento entre 20% e 25% a mais do que no ano passado. Passam nesta época do ano por sua loja cerca de 2.000 pessoas. A Festas e Fantasias vende também para o público em infantil. “É tradição em São Paulo as escolas promoverem brincadeiras com fantasias às vésperas do Carnaval. As mães vêm aflitas comprar os adereços”.
Do Rio e Fortaleza
A ambulante Maria Queiroz vive há seis anos de suas vendas na 25 de Março. Normalmente vende lingerie, mas entre setembro e janeiro aposta nos biquínis e nos tops muito coloridos para atrair quem quer brincar o Carnaval. “Os tops estão vendendo muito porque têm cores neon e chamam a atenção. É só colocar um shorts e sair pulando”, brinca. Maria sabe o que fala. Para atender ao público da região ela traz os biquínis de Fortaleza e os tops do Rio de Janeiro. “Consigo preços muito bons com fábricas nessas regiões”.
Já a coreana Júlia Park ainda desconhece os efeitos do Carnaval em suas vendas. Ela abriu a Cherie em outubro do ano passado. Filha de comerciantes da própria 25 de março, Julia formou-se em administradora de empresa e resolveu tomar voo próprio. De olho também no Carnaval, transformou seus manequins em foliões. “Trabalho com uma mercadoria de qualidade, importada da China e da Coréia. Quero mudar o conceito da 25 de março. Nossa mercadoria não é cara, quando comparada aos shoppings, e tem muita qualidade”.
Os colares, brincos e perucas são os que mais vendem. “As pessoas entram para comprar um colar ou uma pulseira e acabam saindo com uma, duas perucas. É divertido perceber o comportamento destes consumidores”. Nesta época, a União dos Lojistas da 25 de Março e adjacências, a Univinco, que tem 3 mil lojas cadastradas - 350 de rua, o restante em prédios e galerias - calcula um volume de 400 mil pessoas por dia pela região. Número que chega a um milhão no final do ano, quando ocorre o maior movimento.