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Com teste genético, startup indica qual remédio é melhor para cada pessoa

Empresa fundada pelos brasileiros Fernando Gabas e Fabricio Pamplona já nasce com sede no Brasil, em Portugal e nos Estados Unidos

Fernando Gabas, cofundador da Proprium: a startup vende testes genéticos que mapeiam a interação de remédios e substâncias com o organismo (Proprium/Divulgação)
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Carolina Ingizza

Publicado em 1 de outubro de 2020 às 18h45.

Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 19h36.

Imagine saber exatamente qual remédio funciona bem no seu corpo e qual é melhor evitar. É isso que a startup brasileira Proprium promete com seu teste genético. A empresa desenvolveu um sistema que consegue medir como cada metabolismo reage a diversas substâncias. Com isso, a prescrição médica de remédios pode se tornar muito mais precisa e individualizada para cada paciente.

O negócio foi criado pelos sócios Fernando Gabas, ex-diretor da Reebok Fitness, e Fabricio Pamplona, neurocientista e doutor em psicofarmacologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Eles se conheceram graças a uma pesquisa anterior de Pamplona, que investigava formas seguras para a prescrição do uso de canabinoides. “Desenvolvi um teste genético para identificar quais pacientes têm riscos de desenvolver ansiedade e outros problemas comportamentais quando usam CBD e THC”, afirma o cientista.

Gabas, que estava acompanhando o mercado de saúde preventiva após um membro de sua família adoecer, ficou fascinado com o trabalho feito pelo farmacologista e logo eles começaram a desenvolver um projeto de negócio juntos. O objetivo da dupla era usar a genética para aprimorar tratamentos médicos e ajudar pessoas a viver de forma mais saudável.

A empresa chega ao mercado agora, em 2020, com uma operação global ancorada por escritórios no Brasil, em Portugal e nos Estados Unidos. Na primeira fase do negócio, na qual os sócios investiram 200.000 euros, a startup oferece os testes genéticos para pessoas que quiserem descobrir como seu corpo reage a cerca de 100 fármacos mais utilizados na medicina.

Os pacientes compram o produto no site da empresa, recebem o kit em casa e precisam coletar a própria saliva. Depois disso, a equipe da startup recolhe o material e o envia para o laboratório na Europa. Em cerca de 15 dias, o resultado completo da análise é enviado ao cliente. Os preços variam hoje de 1.600 a 2.600 reais.

A segunda fase do negócio, que deve ir ao ar ainda em 2020, envolve a parte de nutrição e a aptidão física. Com base nas pré-disposições genéticas dos clientes, a Proprium planeja vender suplementos que ajudem os clientes a evitar novas doenças. O plano é montar o tratamento individualizado e enviar para cada um dos clientes em uma dose diária em sachês.

A partir de 2021, o plano da empresa é integrar suas soluções com outras tecnologias existentes no mercado, como o Apple Watch, por exemplo. Dessa forma, um paciente teria todo seu histórico médico em uma plataforma e ainda poderia fazer chamadas com médicos em tempo real. Os sócios também investem no desenvolvimento de uma inteligência artificial que consiga ajudar os médicos a interpretar os resultados dos testes e a fazer prescrições mais assertivas.

Para este ano, a meta da Proprium é que cerca de 5.000 testes sejam vendidos no Brasil. Em relação aos médicos, a expectativa é que pelo menos 2.000 profissionais tenham contato com a plataforma da startup, consultando resultados ou interagindo com pacientes.

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