SALLVE: empresa foi criada por Daniel Wjuniski em parceria com Julia Petit, Marcia Netto e Juliana Shor (Sallve/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2019 às 14h18.
Poucas pessoas no setor de beleza brasileiro possuem o poder de influência da blogueira Julia Petit. A publicitária foi pioneira no país com seus tutoriais de maquiagem, publicados desde 2007 no site Petiscos. Desde então, virou referência no segmento e, em fevereiro, anunciou, junto com três sócios, o lançamento de sua própria marca de cosméticos, a Sallve.
Nesta sexta-feira, 24, o grupo faz a pré-venda de seu primeiro produto, o Hidratante Antioxidante. A venda oficial, feita através do e-commerce da companhia, acontecerá a partir do dia oito de junho.
“O propósito da Sallve é ser uma empresa que conecta pessoas, ideias e conteúdo sobre beleza”, conta Julia. Mesmo antes do anúncio do primeiro produto, a Sallve já havia conseguido atrair um público significativo. Só no Instagram são mais de 70.000 seguidores. No cadastro do site, 200.000.
Assim, durante os últimos três meses, a proposta da empresa foi conversar com os futuros clientes e entender as principais demandas deles em termos de produtos para cuidados com a pele no Brasil. Pela internet e em encontros presenciais, os consumidores deixaram claro uma preocupação por controlar oleosidade, diminuir olheiras de cansaço, melhor a textura geral na pele, equilibrar os poros e conseguir um tom mais uniforme.
“Nós pensamos em criar uma fórmula única que atendesse às principais demandas”, diz Julia. O primeiro produto, então, nasceu com a proposta de ser um dermocosmético eficiente a ponto de substituir os vários passos da rotina de cuidados diários do consumidor.
Cada unidade do hidratante custa 89,90 reais. Conseguir um preço abaixo da média dos produtos do segmento era uma preocupação do presidente e fundador da Sallve, Daniel Wjuniski, criador de plataformas de tecnologia e bem-estar como “Minha Vida” e “Dieta e Saúde”.
A empresa nasceu, na verdade, de um desejo dele de testar um modelo de venda direta ao consumidor final, cortando intermediários da cadeia para poder diminuir o custo final do produto.
“Entendi como podia ajudar o dia a dia das pessoas quando abordei Márcia Netto, que trabalhou comigo no Minha Vida e hoje é sócia da Sallve, e ela me falou das dificuldades de encontrar produtos beleza bons que se encaixem no tempo de uma mãe e executiva”, relembra Wjuniski.
Os dois se uniram em sociedade em agosto de 2018 e começaram a procurar pessoas com experiência no setor de cosméticos para ajudá-los a pensar a marca. Em outubro, Juliana Shor, antiga gerente de produtos do grupo O Boticário e da L'Oréal, embarcou como terceira sócia.
Julia, que também estava em um ano sabático, buscava um projeto para voltar ao mercado. Ela havia identificado uma tendência de crescimento de interesse em cuidados para a pele. “As meninas já entendiam que maquiagem era muito legal, mas, com o tempo, elas foram percebendo que é preciso cuidar da pele em si”, conta a blogueira.
Assim, em dezembro, ela se juntou aos três sócios para comandar a equipe de criação da Sallve. Além das diretrizes de comunicação e publicidade da empresa, Julia também usa sua experiência com cosméticos para ajudar a criar e a avaliar os produtos que estão sendo desenvolvidos pela Sallve. “O projeto inicial era lançar mais de um item agora, mas achamos que só o Hidratante Antioxidante tinha atingido o nível de eficiência que queríamos”, explica a sócia.
Segundo Wjuniski, há uma demanda latente no mercado brasileiro por empresas que dialoguem com um público mais jovem, que já está habituado a fazer compras e pesquisar itens pela internet. E é nesse segmento que a Sallve aposta.
Apesar das semelhanças com o modelo de negócio da americana Kylie Cosmetics, que fez a caçula das irmãs Kardashian, Kylie Jenner, a bilionária mais jovem da história, os sócios apontam que não seguirão pelo mesmo caminho.
Enquanto a socialite americana é o rosto da marca e sua base de seguidores no Instagram para vender seus cosméticos, a Sallve, que aspira ser uma das maiores empresas do setor no Brasil, não usa Julia Petit como rosto da empresa, ainda que esteja se beneficiando agora de sua influência no mercado.
Nesse primeiro momento de venda, a marca aposta na base de seguidores que já tem para comprar, aprovar o hidratante e recomendar para seu círculo de amigos.
“As empresas tradicionais estão longe do consumidor, são muitos intermediários tanto na comunicação quanto nos canais de distribuição, isso faz com que as marcas não tenham a sensibilidade das reais necessidades das pessoas”, afirma Wjuniski, acrescentando que as pessoas hoje não dependem mais de farmácias para descobrirem novos produtos, por isso, as novas empresas não precisam mais “dos canais de distribuição tradicionais que são controlados por gigantes”.