PME

Com método próprio, rede de idiomas fatura R$ 1 bilhão

Fundada em 2004 por Reginaldo Boeira, escola de idiomas KNN conta com 564 unidades e 150 mil estudantes. Rede cresceu com metodologia focada em conversação

Reginaldo Boeira: empreendedor pretende chegar a 900 unidades até o final deste ano (Exame/Divulgação)

Reginaldo Boeira: empreendedor pretende chegar a 900 unidades até o final deste ano (Exame/Divulgação)

Encontrar um diferencial dentro de um nicho de mercado competitivo é uma tarefa árdua para muitos empreendedores. E para Reginaldo Boeira, fundador da franquia de idiomas KNN, esse foi o segredo do sucesso. 

Últimos dias – Garanta o seu lugar entre as melhores do Brasil, entre no Ranking Negócios em Expansão 2022

Fundada em 2004, em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina, a KNN conta com 564 unidades espalhadas pelo Brasil todo e, só no ano passado, faturou 1 bilhão de reais. Mas, Boeira levou alguns anos até achar o modelo de negócios que criaria a empresa bilionária e quinta maior rede de idiomas do Brasil. 

“Eu estava em Zurique e, durante um jantar, encontrei uma romena que havia desenvolvido um método específico para os romenos falarem inglês. Eu pensei: é isso! Não tem como um brasileiro aprender inglês como um alemão”, diz. 

“Mas 99% das metodologias de escolas tradicionais prezam pelo padrão internacional. O que é ensinado aqui é ensinado da mesma forma para o mundo todo”, completa. 

Boeira então desenvolveu um método de ensino que preza que os alunos aprendam a compreender e falar inglês, para depois estudarem itens como gramática e escrita. “Uma vez que os alunos conseguem falar, escrever fica bem mais fácil”, diz. 

Desde então, a KNN decolou e hoje são mais de 150 mil alunos. Fora isso, também possui operações fora do Brasil, em países como Argentina, Colômbia e Estados Unidos. Mesmo gigante, Boeira ainda tem metas ambiciosas: pretende chegar a 190 mil alunos e atingir 900 escolas até o final de 2022. O faturamento também deve crescer para 1,2 bilhão de reais. 

“O mundo está cada vez mais globalizado e competitivo. Ser, no mínimo, bilíngue se tornou uma necessidade para o convívio social. Os números positivos da KNN são reflexo de um método diferenciado que respeita as individualidades de cada aluno”, diz Boeira. 

Em 2014, depois de receber algumas propostas de interessados em adquirir uma unidade da KNN, Boeira entrou para o ramo de franquias. Também lançou uma outra marca, a Phenon idiomas, voltada para cidades menores. Como o método de ensino já estava maduro, passou a oferecer também cursos de espanhol, francês e alemão. Para 2023 a expectativa é abrir turmas também de mandarim e italiano.

Persistência 

Dono de uma empresa bilionária, a vida de Boeira nem sempre foi assim. Mineiro, caçula de uma família de dez irmãos, o empreendedor conta que teve uma infância difícil. Seu primeiro contato com o inglês foi ainda na infância, por meio de rádios internacionais que ouvia enquanto trabalhava na roça com os pais. Desde então, sempre estudou o idioma e chegou a frequentar algumas redes de escolas mais famosas. 

Porém, a ideia de criar a sua própria escola de inglês só veio em meados dos anos 2000. “Eu já dava aulas particulares e, com isso, pensei: por que não criar uma escola?”. Com as economias, criou o embrião do que seria a KNN em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. 

Um ano depois e com 150 alunos matriculados na escola, o empreendedor percebeu que, embora o negócio estivesse indo bem, os estudantes não estavam avançando na proficiência. Sabendo que isso comprometeria a sustentabilidade do negócio, Boeira resolveu fechar a escola e pesquisar mais sobre métodos de aprendizagem de novas línguas. “Resolvi viajar pelo mundo para entender como outras culturas aprendiam a falar um novo idioma”, diz. 

Embora sempre tenha se interessado por estudar inglês, Boeira teve diversas outras empresas antes de resolver fazer da sua paixão um negócio. Entre os empreendimentos estão uma loja de semi-joias, um açougue, uma empresa de venda de cursos e itens de informática e uma distribuidora de doces. Dos quatro, o único que não faliu foi o negócio de doces. 

“Todos os negócios eu não gostava, fazia apenas pelo dinheiro. Com as semi-joias, tomei um calote e perdi tudo, tive que usar roupas do meu irmão”, conta. 

Segundo Boeira, a paixão pelo negócio é um dos diferenciais que fizeram a KNN dar certo. “Em todos ele eu não gostava e não entendia muito do ramo. Empreendedor que não gosta do que faz, não tem ideias de negócio e acaba não tendo sucesso”, diz. 

Acompanhe tudo sobre:Cursos de idiomasEmpreendedoresEscolas de línguasFranquias

Mais de PME

Mais na Exame