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Com aportes de R$ 50 milhões, Livance quer médicos em coworkings

Startup oferece consultório por minuto, já tem dez endereços em São Paulo e está chegando ao Rio de Janeiro

Gustavo Machado, Fábio Soccol e Cláudio MIfano, fundadores da Livance (Livance/Divulgação)

Mariana Desidério

Publicado em 11 de janeiro de 2022 às 06h00.

Última atualização em 11 de janeiro de 2022 às 07h16.

A startup Livance quer mudar a relação dos médicos com seus consultórios. Fundada em 2017, ela tem como propostas cuidar da burocracia envolvida na gestão de um consultório usando tecnologia, reduzir de forma drástica o custo fixo do espaço para o médico, e melhorar a experiência para o paciente. O negócio já recebeu 50 milhões em aportes.

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A ideia surgiu em 2016. Os empreendedores Claudio Mifano e Gustavo Machado haviam terminado um curso em Stanford e voltaram para o Brasil com o objetivo de montar um negócio na área da saúde, junto com o sócio Fábio Soccol. O objetivo era atacar as dificuldades que os médicos enfrentam ao gerenciar um consultório próprio. Para entender as dores do segmento, eles entrevistaram cerca de 150 médicos. “As entrevistas serviram para mergulharmos nos desafios deles e atacarmos os problemas certos, construindo a solução junto com o cliente”, afirma Claudio Mifano, CEO da Livance.

Nas conversas, os empreendedores descobriram, por exemplo, que o custo fixo de um consultório é um problema para os médicos, que raramente atendem todos os dias em todos os horários. Isso significa que, muitas vezes, o espaço fica ocioso. “É raro ver um médico com agenda lotada cinco dias na semana. Quem está no começo não tem tantos pacientes, muitos fazem plantão em hospital, ou também se dedicam à vida acadêmica. Com isso, ter um espaço para si mesmo gera um grande desperdício”, afirma Mifano.

O negócio começou com um piloto montado na clínica de Fabio Soccol, que é médico. Depois, ganhou seu primeiro endereço próprio, na avenida Angélica em São Paulo. Quatro anos depois, a Livance tem nove endereços em São Paulo e um em Campinas. Agora, se prepara para abrir duas unidades no Rio de Janeiro.

O negócio já recebeu 50 milhões em investimentos. A rodada mais recente, de meados de 2021, levantou 30 milhões de reais com fundos como Cadonau Investimentos, do Grupo Jereissati, Astella Investimentos, Terracotta Ventures, Green Rock e Mago Capital.

A proposta do negócio é ir além do simples coworking e ajudar o médico a gerenciar sua vida profissional. “O consultório compartilhado já existe há décadas. Mas com a tecnologia a gente consegue gerenciar isso no nível dos minutos, com um sistema de agendamento online, organizar a agenda e a parte financeira”, afirma Mifano.  Para isso, a Livance passou um ano desenvolvendo seu próprio sistema.

Ao aderir à Livance, o médico paga uma mensalidade de 236 reais por mês. O uso das salas é pago à parte, com preço médio de 1 real por minuto. Com isso, o custo do consultório para o médico diminui e se torna variável, de acordo com o uso. Ao final de cada consulta, o médico aperta um botão e o sistema calcula os minutos usados. A cobrança é feita de forma automática.

O médico membro da Livance recebe ainda uma linha telefônica, atendida por uma secretária da empresa. Recebe também um site, pelo qual seus pacientes podem verificar horários disponíveis e agendar consultas. Ele pode atender em qualquer endereço da rede, ampliando as possibilidades de regiões atendidas.

Pandemia e boca-a-boca

Mifano conta que o negócio sofreu inicialmente com a pandemia, quando todos se fecharam em casa e os atendimentos médicos passaram a ocorrer preferencialmente via telemedicina. Porém, com o tempo, a situação favoreceu a empresa. “Os profissionais começaram a olhar para suas próprias estruturas e questioná-las, tivemos muito boca-a-boca e isso reforçou nosso propósito de impactar positivamente o setor”, afirma.

O resultado é que, durante a pandemia o número de membros da Livance saltou de 800 para 2.600 e o de consultórios foi de três para dez. Em 2022 a meta é abrir mais oito unidades, e mais que dobrar o número de médicos atendidos, chegando a mais de 5.000 membros.

Além de atender às necessidades dos médicos, a Livance tem feito também parcerias com planos de saúde.  Hoje já são quatro operadoras atendidas. Uma das parcerias foi firmada com a Porto Seguro, e criou um processo 100% digital de check-in para o beneficiário atendido nos consultórios da Livance. Ao chegar ao consultório, o paciente coloca seus dados no totem digital, sem precisar de guia do plano ou assinatura.

Outros planos de saúde têm incentivado a adesão de seus médicos credenciados ao consultório da Livance. “O plano incentiva por querer que o profissional atenda em uma estrutura que entrega uma boa experiência para o paciente”, diz o CEO. Os consultórios da Livance têm sempre um totem de check-in na entrada, que permite inclusive fazer o pagamento da consulta. Possuem espaço amplo e decorado para espera, com café e água. E ficam em prédios comerciais bem localizados, com estacionamento.

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