Com aporte de US$ 7 mi, Nocnoc quer mais brasileiros comprando na Ásia
Startup uruguaia de trio fundador do unicórnio dLocal serve como um concierge a varejistas cansados da burocracia para importar mercadorias da Ásia. Entre os clientes estão gigantes como Via, Petz e Mobly
Leo Branco
Publicado em 22 de março de 2022 às 09h00.
Embalada pelo avanço de varejistas asiáticos como Shein e Shopee em países da América Latina, a startup uruguaia Nocnoc anuncia aporte de 7 milhões de dólares.
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A rodada envolve gente com bastante experiência no varejo eletrônico do Brasil, como Diego Dzodan, ex-Facebook e atual CEO da Facily, de social commerce; e Flavio Dias, que tem no currículo o comando da operação do Walmart no Brasil e da Via.
A rodada é co-liderada pelos fundos Mouro e Quona e tem ainda Caravela, Olist e Broadhaven.
Fundada em 2018, em Montevidéu, o Nocnoc é uma espécie de concierge para e-commerces interessados em trazer mercadorias de países da Ásia para a América Latina.
Na lista de serviços feitos pela startup está o de cuidar da logística entre os continentes, a publicidade do produto em vários marketplaces, de modo a ampliar as chances de venda, bem como resolver burocracias na conversão de pagamentos com iuan, dólar e as moedas utilizadas na América Latina.
A remuneração da Nocnoc vem de comissões por transição. Entre os clientes estão 17 grandes clientes, entre eles gigantes do comércio eletrônico brasileiro como Mercado Livre, Via, Petz e Mobly.
Por trás do Nocnoc estão Ilan Bajarlia, Joaquin Colella, e Diego Szilagyi. Os três anteriormente fizeram parte da equipe fundadora da dLocal, empresa uruguaia de tecnologia para pagamentos online considerada unicórnio após receber aporte de 200 milhões de dólares dos fundos private equity General Atlantic e Addition, em setembro de 2020.
"Fundamos o Nocnoc com o desejo de acabar com os atritos e bloqueios que os vendedores globais enfrentam quando tentam vender na América Latina", disse Ilan Bajarlia, co-fundador e CEO. "No processo, abrimos efetivamente o comércio eletrônico entre fronteiras, permitindo aos consumidores latino-americanos comprar produtos de toda as partes do mundo de forma segura."
O racional do Nocnoc é ampliar as fontes de mercadorias vendidas nos marketplaces da América Latina. De um total de 86 bilhões de dólares em vendas online na região, só 4% vêm de vendedores globais, como os da China. A complexidade das leis aduaneiras, o vaivém cambial e a desconfiança dos consumidores são os maiores fatores para o comércio ser diminuto.
"Nocnoc torna possível às PMEs e marcas globais não só começarem a vender na América Latina de forma rápida, mas também a prosperar lá", disse Jonathan Whittle, co-fundador e sócio gerente da Quona Capital.
"Ao impulsionar os vendedores locais a estarem nos marketplaces locais, gerenciando a logística e a experiência do cliente, servimos como um parceiro de confiança de ponta a ponta tanto para as empresas como para os consumidores, fazendo com que todos ganhem."