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CataMoeda fatura com máquinas que recolhem trocado

O administrador Victor Levy identificou na falta de trocados no comércio a oportunidade para criar um sistema que troca moedas por vale-compras

Victor Levy, da CataMoeda: "Alugar nossas máquinas sai mais barato do que transportar moedas" (Michel Teo Sin / EXAME PME)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2014 às 14h16.

Às vezes, um empreendedor pode extrair de sua rotina algumas lições que ajudam a encontrar o melhor caminho. Em 2011, depois de vender uma empresa de tecnologia que havia fundado nos Estados Unidos, o paulistano Victor Levy, de 41 anos, se mudou para Florianópolis.

“Era o meu sonho morar no Sul do país”, diz Levy. Assim que voltou, algo lhe chamou a atenção — a dificuldade que os estabelecimentos têm para fornecer trocado. “Nos Estados Unidos, o vendedor não pede para o cliente facilitar o troco ou substituí-lo por balinhas”, diz Levy.

Segundo o Banco Central , 30% das moedinhas fabricadas no Brasil estão fora de circulação. São mais de 500 milhões de reais esquecidos por aí em bolsas, fundos de gaveta, consoles de carro ou guardados em cofrinhos.

Levy enxergou no problema uma oportunidade. Decidiu criar uma máquina para ser colocada em lojas e supermercados que recolhe moedas dos frequentadores. Em troca, os estabelecimentos fornecem um bônus de 2% a 5% em forma de vale-compras sobre o valor depositado.

Assim nasceu a CataMoeda. A empresa espera faturar 3 milhões de reais em 2014 cobrando cerca de 1 500 reais mensais pelo aluguel de cada aparelho, instalado em redes de supermercados como Angeloni, Condor e Pão de Açúcar .

É um bom negócio para as grandes varejistas, que comumente precisam gastar dinheiro com carros-fortes para transportar milhares de moedas do banco ou entre suas unidades. Sem troco, a operação fica paralisada.

“Os gastos com um mês de transporte de moedas equivalem ao que desembolsamos anualmente com o aluguel da CataMoe­da”, afirma José Fernandes, gerente de operações da catarinense Angeloni.


Entre a fundação da CataMoeda, em 2011, e o início das operações, no ano passado, houve um intervalo de dois anos. Levy sofreu um revés. “Eu pretendia apenas criar o sistema que troca as moedas e terceirizar a fabricação das máquinas”, diz. Mas ele percebeu que teria de fabricar o aparelho por conta própria ao prospectar fornecedores.

Nenhum, segundo ele, tinha tecnologia capaz de impedir a máquina de parar de funcionar se engolisse pequenos objetos, como clipes ou chaves. “Tive de montar uma fábrica”, diz Levy. O investimento foi financiado com um aporte de 2 milhões de reais de investidores-anjos e do fundo SC, administrado pela FIR Capital e pela BZPlan, que investe em negócios nas áreas de TI e biotecnologia.

“A fábrica vai nos permitir ganhar escala”, diz Levy. Ele espera instalar mais de 500 máquinas até o fim de 2014. “Agora estou preparado para atender à demanda de grandes varejistas.”

Segundo Ricardo Rochman, economista da Fundação Getulio Vargas, a empresa pode ajudar na educação financeira da população ao oferecer um bônus para recolocar muitas moedinhas em circulação. “É como se esses níqueis valessem mais dentro das máquinas da CataMoeda do que no cofrinho de casa”, diz Rochman.

Levy pretende firmar, ainda neste ano, acordos com bancos para instalar totens da CataMoeda em agências, como se fossem caixas eletrônicos para moedas. A empresa está desenvolvendo um sistema no qual as moedas depositadas são contadas em 5 segundos e vão direto para a poupança do correntista. Alguns testes estão sendo feitos em parceria com o banco Itaú.

“O funcionário da agência perde muito tempo contando moedas de quem quer depositá-las na conta ou trocar dinheiro em papel por moedas”, diz Levy. “Ainda espero ser a razão da quebra de muitos cofrinhos por aí.”

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Às vezes, um empreendedor pode extrair de sua rotina algumas lições que ajudam a encontrar o melhor caminho. Em 2011, depois de vender uma empresa de tecnologia que havia fundado nos Estados Unidos, o paulistano Victor Levy, de 41 anos, se mudou para Florianópolis.

“Era o meu sonho morar no Sul do país”, diz Levy. Assim que voltou, algo lhe chamou a atenção — a dificuldade que os estabelecimentos têm para fornecer trocado. “Nos Estados Unidos, o vendedor não pede para o cliente facilitar o troco ou substituí-lo por balinhas”, diz Levy.

Segundo o Banco Central , 30% das moedinhas fabricadas no Brasil estão fora de circulação. São mais de 500 milhões de reais esquecidos por aí em bolsas, fundos de gaveta, consoles de carro ou guardados em cofrinhos.

Levy enxergou no problema uma oportunidade. Decidiu criar uma máquina para ser colocada em lojas e supermercados que recolhe moedas dos frequentadores. Em troca, os estabelecimentos fornecem um bônus de 2% a 5% em forma de vale-compras sobre o valor depositado.

Assim nasceu a CataMoeda. A empresa espera faturar 3 milhões de reais em 2014 cobrando cerca de 1 500 reais mensais pelo aluguel de cada aparelho, instalado em redes de supermercados como Angeloni, Condor e Pão de Açúcar .

É um bom negócio para as grandes varejistas, que comumente precisam gastar dinheiro com carros-fortes para transportar milhares de moedas do banco ou entre suas unidades. Sem troco, a operação fica paralisada.

“Os gastos com um mês de transporte de moedas equivalem ao que desembolsamos anualmente com o aluguel da CataMoe­da”, afirma José Fernandes, gerente de operações da catarinense Angeloni.


Entre a fundação da CataMoeda, em 2011, e o início das operações, no ano passado, houve um intervalo de dois anos. Levy sofreu um revés. “Eu pretendia apenas criar o sistema que troca as moedas e terceirizar a fabricação das máquinas”, diz. Mas ele percebeu que teria de fabricar o aparelho por conta própria ao prospectar fornecedores.

Nenhum, segundo ele, tinha tecnologia capaz de impedir a máquina de parar de funcionar se engolisse pequenos objetos, como clipes ou chaves. “Tive de montar uma fábrica”, diz Levy. O investimento foi financiado com um aporte de 2 milhões de reais de investidores-anjos e do fundo SC, administrado pela FIR Capital e pela BZPlan, que investe em negócios nas áreas de TI e biotecnologia.

“A fábrica vai nos permitir ganhar escala”, diz Levy. Ele espera instalar mais de 500 máquinas até o fim de 2014. “Agora estou preparado para atender à demanda de grandes varejistas.”

Segundo Ricardo Rochman, economista da Fundação Getulio Vargas, a empresa pode ajudar na educação financeira da população ao oferecer um bônus para recolocar muitas moedinhas em circulação. “É como se esses níqueis valessem mais dentro das máquinas da CataMoeda do que no cofrinho de casa”, diz Rochman.

Levy pretende firmar, ainda neste ano, acordos com bancos para instalar totens da CataMoeda em agências, como se fossem caixas eletrônicos para moedas. A empresa está desenvolvendo um sistema no qual as moedas depositadas são contadas em 5 segundos e vão direto para a poupança do correntista. Alguns testes estão sendo feitos em parceria com o banco Itaú.

“O funcionário da agência perde muito tempo contando moedas de quem quer depositá-las na conta ou trocar dinheiro em papel por moedas”, diz Levy. “Ainda espero ser a razão da quebra de muitos cofrinhos por aí.”

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