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Clubhouse: famosos do ecossistema empreendedor do Brasil adotam a nova rede social

Dentro do aplicativo é possível participar de conversas com nomes como Camila Farani (investidora), Brian Requarth (fundador do VivaReal) e Florian Hagenbuch (presidente da Loft)

Clubhouse: rede social de voz criada em 2020 já é avaliada em mais de 1 bilhão de dólares (Thomas Trutschel/Photothek/Getty Images)
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Carolina Ingizza

Publicado em 10 de fevereiro de 2021 às 06h00.

Depois de ter conquistado o bilionário Elon Musk e ter despertado a curiosidade do mundo todo, o novo aplicativo Clubhouse começa a construir uma comunidade no Brasil. Por aqui, empreendedores e investidores do setor de tecnologia têm se reunido diariamente na plataforma para discutir temas como inovação , empreendedorismo e tecnologia. Em uma tarde, é possível se deparar com um nomes como Brian Requarth (fundador da VivaReal) e Flavio Pripas (investidor na Redpoint eventures) debatendo o funcionamento do mercado de venture capital .

A rede social, criada por Rohan Seth (ex-Google) e Paul Davidson (ex-Pinterest), foi lançada em 2020 como uma proposta alternativa. Em vez de um feed com textos e fotos, ela usa a somente a voz. Dentro do app, há vários grupos de bate-papo, divididos por temas, em que os usuários podem entrar para conversar ou ouvir um grupo de "anfitriões" falarem. As conversas não são armazenadas ou gravadas pela plataforma, é como ouvir um podcast ao vivo.

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“Na minha visão, o Clubhouse é uma evolução do Twitter”, diz Tallis Gomes, fundador da Easy Taxi e da Singu. O empreendedor brasileiro conta que passa as tardes trabalhando enquanto participa de grupos de discussões. Para ele, o nível do debate na plataforma é superior ao que acontece em outras redes, como Instagram e Twitter. O uso da voz, sem recorrer a imagens ou vídeos, permite que as conversas sejam mais aprofundadas, como só seria possível em um jantar ou mesa de bar, diz o empresário.

Segundo últimos dados divulgados pela empresa, em menos de um ano, cerca de 2 milhões de pessoas baixaram o aplicativo, que ainda só pode ser acessado por dispositivos da Apple. Para entrar, é preciso ter um convite de outro usuário já cadastrado. No exterior, celebridades como Drake e Oprah Winfrey se tornaram fãs da plataforma.

“O Clubhouse com certeza dá uma aula de growth, além de outros pontos que podem ser observados com muita ênfase, como networking e marketing por exemplo. Começando com a entrada na rede, que é restrita apenas para quem tem um convite. Isso sem dúvidas foi pensado como gatilho da escassez”, diz a investidora Camila Farani, que tem usado a plataforma para fazer negócios e criar uma rede de networking.

A possibilidade de fazer networking, inclusive, é um dos pontos que estimula o crescimento do aplicativo.Outros serviços, como o Discord, já permitiam a criação de salas de conversa por áudio, mas restringiam as opções de conversa aos contatos do usuário. No Clubhouse, é possível descobrir e participar de discussões abertas com pessoas do mundo todo.

“Acredito no potencial dessa ferramenta para aproximar empresas e usuários, na troca de conteúdos e experiências”, diz Florian Hagenbuch, cofundador e presidente do unicórnio Loft, que já marcou encontros para falar do mercado de startups e da compra de bitcoins.

Para o empreendedor, o fato de a rede permitir selecionar quem pode falar em cada fórum ajuda a qualificar o debate. "Gosto da iniciativa pelo fato de ser uma rede social que incentiva os participantes a ouvirem. Isso é muito importante, num momento em que temos tantos incentivos para falarmos sem parar”, afirma Hagenbuch.

Já para Camila Achutti, fundadora e presidente da startup Mastertech, o aplicativo é uma boa alternativa para substituir os eventos presenciais de empreendedorismo que foram cancelados devido à pandemia. “O frenesi em torno da plataforma é porque todo mundo quer saber o que tá rolando. Mas acredito, que no longo prazo, o aplicativo terá aderência de um público específico."

No Brasil, os primeiros a instalar o aplicativo foram pessoas do mercado de tecnologia, que vivem buscando novidades digitais. Na sequência, entraram famosos e influenciadores digitais. Para Alan Leite, presidente e fundador da aceleradora Startup Farm, o que acontece agora é uma corrida ao ouro: "como o Brasil tem esse consumo absurdo de rede social, as pessoas estão tentando consolidar uma base de seguidores para poder se posicionar como autoridades dentro desse universo novo."

Mas com grandes redes como Instagram, Twitter, TikTok, YouTube e Facebook disputando a atenção dos usuários, ainda é difícil prever se o Clubhouse terá seu lugar ao sol por muito tempo ou se será esquecido nos smartphones dentro de algumas semanas.

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