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Com novos R$180 mi, Click Entregas vira Borzo para ganhar delivery no país

Empresa de entregas "de tudo" recebeu investimento e muda marca para competir com grandes players no Brasil

Bruno de Sá, gerente nacional da Borzo no Brasil (Marco Torelli/Divulgação)

Bruno de Sá, gerente nacional da Borzo no Brasil (Marco Torelli/Divulgação)

A corrida pela liderança no delivery está acirrada. Além de unicórnios latino-americanos proeminentes como Rappi, a corrida agora ganha novos contornos com o anúncio do aporte de 35 milhões de dólares (181 milhões de reais) na Click Entregas, app brasileiro de delivery que conecta clientes e entregadores “de tudo”.

A plataforma online de entregas expressas do grupo russo Dostavista teve uma série C que envolveu fundos como Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos; VNV Global, da Suécia; e RDIF, da Rússia.

Fundada em 2018, a Click Entregas tem como proposta unir, por meio de uma plataforma online, clientes e entregadores, sejam eles autônomos ou de uma empresa. Apesar de também estar disponível para o consumidor final, o foco central da startup é o B2B, especialmente para empresas do e-commerce.

Hoje a empresa tem 35.000 clientes no Brasil, entre empresas e pessoas físicas, além de uma malha de 60.000 entregadores cadastrados.

Agora capitalizada, a empresa também aproveita o novo momento para uma atualização de marca. A companhia decidiu mudar o nome e posicionamento de mercado: agora a Click Entregas é Borzo, uma tentativa de unificar a comunicação da marca em todos os dez países em que atua o grupo Dostavista, do qual faz parte. Na lista estão a Turquia, Coreia do Sul, Filipinas, Índia, Indonésia, Malásia, México, Rússia, Turquia e Vietnã.

“Nosso alvo são as empresas que precisam fazer entregas. O que nos dá um raio de atuação imenso”, diz Bruno Moraes Sá, gerente nacional da Borzo no Brasil.

Mesmo antes de assumir o nome global adotado por grande parte das empresas do grupo russo, a Borzo (antiga Click Entregas), já era responsável por mais de 10% da operação da Dostavista globalmente, além de ser quarta filial em números absolutos, perdendo apenas para Rússia, Filipinas e Índia. Parte disso se deve ao bom desempenho da empresa em 2020: foram mais de 1 milhão de entregas, frente às 120.000 feitas em 2019 – um salto de quase oito vezes.

Neste ano, entre janeiro e junho, essa marca já havia sido superada e, apenas em agosto, foram 250.000 entregas. “Ganhar um volume e um reconhecimento no mercado que ainda não tínhamos”. Com a unificação com as demais matrizes, o número de funcionários passa de 107 para mais de 1.000, e o número de entregadores chega aos 2,5 milhões. "Ganhamos corpo e estrutura para continuar a nossa corrida por mais capilaridade e solidez”, diz.

Com o novo aporte, a empresa pretende aumentar a capilaridade em novas cidades do Brasil. A empresa está atualmente nas capitais São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. A primeira delas será Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Outras quatro cidades devem receber operações da Borzo ainda neste ano, segundo Sá.

O investimento também será destinado ao marketing e contratação de pessoal. A intenção é reforçar o posicionamento da marca em diferentes canais e também fazer contratações no time operacional e de vendas – hoje, são 37 pessoas no Brasil.

Novos recursos tecnológicos também devem ser desenvolvidos em um futuro próximo, diz o executivo, como autenticação em dois fatores e melhorias no GPS.

Apesar de todas as melhorias, competir com os outros grandes players do setor (vide Rappi e Loggi) para a Click Entregas, depende da valorização dos entregadores. “Esse cuidado com ele e o papel mais humanizado que podemos ter como uma plataforma de tecnologia, ao invés de bots ou e-mails automáticos, nosso esforço será expandir e melhorar em tecnologia mas também cuidar melhor dele com um chart, atendimento e suporte proativo".

Fora o atendimento humanizado, a aposta está em repasses mais generosos aos entregadores. Segundo Sá, a Borzo repassa cerca de 80% do valor das entregas aos profissionais, enquanto a média nacional está em torno de 70%. “Os 11 bilhões de reais movimentados pelo delivery nacional mostram que ainda há muito a se explorar no Brasil e que estamos no caminho certo”, diz.

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