Banco dos condomínios, startup CondoConta recebe aporte de R$ 6,6 milhões
O investimento foi liderado pela Redpoint eventures e teve participação da aceleradora Darwin Startups. Com o capital, a empresa espera chegar a 2.000 condomínios até 2022
Carolina Ingizza
Publicado em 19 de março de 2021 às 06h00.
A fintech CondoConta, de Florianópolis, acaba de receber um aporte de 6,6 milhões de reais em uma rodada seed liderada pela gestora Redpoint eventures, que também investe em companhias como Creditas e Olist. A Darwin Startups, que acelerou o negócio em 2020, também participou da rodada.
O CondoConta nasceu com uma proposta de ser o banco dos condomínios brasileiros. Fundada em 2019 por Rodrigo Della Rocca, Marcelo Cruz e Atílio Borges, a empresa se propõe a ajudar síndicos e administradoras com a gestão financeira de condomínios residenciais. O negócio foi gestado durante um ano e começou a operar em abril de 2020. Menos de um ano depois, já soma 300 condomínios clientes.
Por trabalhar somente com condomínios, a startup se especializou nas particularidades desse tipo de CNPJ e consegue abrir contas digitais de forma totalmente digital. Aos clientes, ela oferece serviços como TED, PIX e emissão de boletos com tarifa zero. Além disso, remunera os fundos de reserva com 100% do CDI.
Com o aporte, a meta da empresa é chegar a 2.000 clientes até o final de 2022. Para isso, precisa duplicar seu time, de 25 para 50 pessoas, investir em tecnologia e lançar novos produtos para os usuários da plataforma. “Estamos mirando novas oportunidades de negócio, como o financiamento de sistemas de geração de energia solar e programas de cashback para o pagamento das taxas condominiais”, diz Rocca.
Mercado bilionário
Por ser uma empresa fundada por sócios com grande experiência no mercado de administração condominial, o CondoConta rapidamente chamou a atenção de fundos de investimentos. Quando começou sua operação em abril de 2020, a startup já foi incluída no mapeamento que a Redpoint eventures estava fazendo sobre o mercado de condomínios brasileiro.
“É um mercado gigantesco, com muita insuficiência na administração, nas finanças, na gestão de comunidades. Nos Estados Unidos, empresas como a NextDoor começam a atacar o problema, então decidimos procurar soluções no Brasil”, diz Romero Rodrigues, sócio-diretor do fundo.
Como a startup conseguiu em poucos meses conquistar mais de 200 condomínios clientes, a Redpoint decidiu liderar a rodada de captação da empresa, aberta no último bimestre do ano passado. Segundo Romero, além da experiência dos sócios e do tamanho do mercado, o que mais chamou a atenção do fundo foi como a solução da empresa facilita a vida de síndicos e administradoras.
Apesar dos condomínios brasileiros terem direito a um CNPJ e uma conta bancária, eles não são empresas propriamente ditas, o que os torna pouco atrativos para os bancos tradicionais. Já a fintech, acostumada com esse público, descobriu nas operações de antecipação de recebíveis e financiamento de obras uma grande oportunidade.
De acordo com o presidente, Rodrigo Della Rocca, a startup movimentou 25 milhões de reais só com o produto de antecipação de recebíveis nos oito primeiros meses de operação e hoje, seus condomínios clientes somam mais de 10 bilhões de reais em patrimônio imobiliário.
Agora, com o aporte, a empresa planeja conquistar pelo menos mais 1.000 clientes em 2021 e outros 1.000 em 2022. Ainda que ambiciosa, a meta ainda é bem abaixo do total de 500.000 condomínios que estima-se que existam no Brasil. “O desafio é conseguir manter essas taxas de crescimento sem perder a nossa qualidade de atendimento”, diz Della Roca.