A aposentadoria não é mais sinônimo de ociosidade para milhares de brasileiros. De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), elaborada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), do total de empreendedores que abriram uma empresa nos últimos três anos, cerca de 7% têm mais de 55 anos.
Essa faixa etária ainda está longe de ser maioria no universo de 9,2 milhões de micro e pequenas empresas no Brasil. Mas esses donos de pequenos negócios têm provado que o empreendedorismo pode ser uma opção de vida para quem chega à aposentadoria.
A pesquisa GEM também demonstra que 74% dos empreendedores com mais de 55 anos abrem a sua empresa por oportunidade e não por necessidade. Essa porcentagem é superior à média geral das demais empresas, que é de 71%.
“Essa motivação faz do novo negócio um empreendimento mais qualificado, com uma gestão mais organizada e competitiva e, consequentemente, com mais chances de sobrevivência”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
O presidente do Sebrae destaca também que uma das vantagens de se empreender a partir da aposentadoria está na possibilidade do empresário poder se dedicar a uma atividade de que realmente goste. “A maioria dos aposentados busca se sentir útil e vê o negócio próprio como um complemento de vida. Portanto, ele não sente a pressão e ansiedade pela qual os mais novos passam”, afirma.
Foi o que fez a farmacêutica Ruth Vieira Ribeiro, 69 anos. Depois de uma vasta experiência profissional de 30 anos, ela decidiu realizar um sonho antigo e abriu sua própria farmácia em setembro do ano passado, quando tinha 68 anos.
“Eu já tinha trabalhado em órgão público, em hospital, tive um laboratório, montei um banco de sangue e trabalhei em uma empresa que vende material de laboratório. Acho que a farmácia era a única coisa que não tinha feito na minha profissão, que eu adoro”, conta.
Para transformar o sonho em realidade, Ruth investiu no negócio os R$ 200 mil que tinha economizado. Seu empreendimento se diferencia exatamente por ser administrado por um farmacêutico, que atende pessoalmente os clientes, prescreve remédios e aplica injeções.
“O preço dos remédios é, em sua maioria, tabelado. Então não temos como concorrer com preço. Por isso invisto no atendimento, fico o dia todo aqui para atender aos clientes, só saio para almoçar”, diz a empreendedora que tem dois balconistas que a ajudam e recebeu apoio do Sebrae para iniciar a empresa.
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1. Na ativa
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São Paulo – A ideia de se aposentar e passar as tardes jogando xadrez nem passa pela cabeça de algumas pessoas. Com mais qualidade de vida, a
aposentadoria marca o início de um novo trabalho e muitos aproveitam para se dedicar ao próprio negócio. Um levantamento da consultoria Rizzo Franchise aponta que mais de 20% dos interessados em uma
franquia já estão perto dos 50 anos. Entre os setores preferidos estão educação, saúde e beleza, e decoração. Veja nas próximas páginas as histórias de sete aposentados que viraram
empreendedores com uma franquia.
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2. Escola de idiomas
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Marcílio Araújo, 56 anos, se aposentou da carreira de professor neste ano e revolveu investir em uma franquia da escola de idiomas inFlux English School, em Pernambuco. “Os franqueadores valorizavam bastante quem já tem uma certa experiência de vida e já conhece algumas coisas do segmento de educação”, explica. Segundo ele, pesou também o apoio da rede, independente da idade do franqueado. O investimento neste tipo de negócio gira em torno de 130 mil reais.
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3. Produtos saudáveis
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O geólogo Helcio de Oliveira Castro se aposentou em 1999 e passou quase 5 anos pesquisando para abrir um negócio. “Fiz uma grande pesquisa de mercado para escolher um segmento próspero para a abertura de um negócio próprio”, conta. Ele é franqueado da rede Via Verde, no Rio de Janeiro. “As pessoas que querem continuar trabalhando, mesmo após a aposentadoria, devem buscar o tipo de negócio de acordo com o seu interesse e até mesmo estilo de vida”, diz. O investimento médio deste tipo de franquia é de 180 mil reais.
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4. Saúde
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Luiz Antonio Machado, 59 anos, acredita que muitos profissionais deixam de ser aproveitados quando chegam aos 55. “Um profissional com 55 anos está na sua plena capacidade produtiva. Quem tem muita energia, disposição e vontade de encarar novos desafios não pode ficar em casa de pijama.”, diz. Ele resolveu aliar a formação em odontologia da filha com seu conhecimento comercial para investir em uma franquia da Sorridents. O investimento neste negócio é de 350 mil reais, em média.
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5. Imóveis
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Um ano depois de aposentada, a secretária Ruth Felix resolveu entrar na sociedade com um amigo da imobiliária RE/MAX. “Seria a oportunidade de ser uma empresária e trabalhar praticamente 100% só para mim”, conta. A escolha por uma franquia, segundo ela, foi pelos padrões já estabelecidos. “A franquia já vem pronta. É o adeus à solidão que tantos proclamam na terceira idade”, diz. O investimento no negócio é em torno de 130 mil reais.
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6. Serviços
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Pouco antes de se aposentar, o executivo Geraldo José Belini Amorim aproveitou uma oportunidade para continuar ativo. Ele assumiu o comando de uma franquia da AlphaGraphics. “Como eu já havia feito 60 anos e poderia me aposentar, achei interessante passar a trabalhar em um negócio da família”, conta. O investimento inicial é de 800 mil reais.
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7. Alimentação
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O comerciante Manuel Padron Limia, 77 anos, comprou uma franquia da Empada Brasil dez anos depois de se aposentar. “Desde que seja bem planejado, organizado e faça o que gosta, o modelo se torna ideal para quem não quer deixar de trabalhar”, explica. Segundo ele, estar à frente do negócio é como terapia. O investimento médio, em um quiosque, é de 73 mil reais.
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8. Agora, veja opções de franquias baratas
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