Moleskines brasileiras dão R$ 3 milhões por ano à Cícero
Como Cicero Pedrosa e seu irmão, Caetano Pedrosa, fizeram a carioca Cicero faturar 3 milhões de reais em 2013 com cadernetas para anotações dos mais variados tipos
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2014 às 15h07.
São Paulo - Os irmãos Cicero Pedrosa, de 33 anos, e Caetano Pedrosa, de 28, criaram algo diferente em torno de um único produto, que pode ser encontrado em quase todo lugar e no qual, à primeira vista, não havia muito espaço para inovar . Eles são donos da Cicero, fundada em 2007, no Rio de Janeiro.
A empresa cresce em média 20% ao ano vendendo cadernetas para anotações do tipo Moleskine. Há modelos de todo tipo — capa lisa e capa estampada, páginas com e sem linhas, quadriculadas e pontilhadas. No ano passado, as receitas chegaram a 3 milhões de reais, segundo estimativas de mercado.
A dupla desenvolve de seis a oito coleções de caderninhos por ano, com temas variados. A última foi lançada em fevereiro, num evento na Livraria da Vila, no bairro Vila Madalena, em São Paulo. Uma tatuadora, uma grafiteira e três ilustradoras foram convidadas a criar as estampas. Já houve uma linha assinada por um ilustrador de pôsteres de cinema e outra com temas relacionados ao futebol.
“Foi a forma que encontramos para vender nossos produtos o ano todo”, diz Caetano. “As pessoas compram por impulso, não por necessidade.” Atualmente, são 300 pontos de venda no país.
O preço das cadernetas varia de 30 a 50 reais — um caderno comum pode ser comprado por 5 reais. “Vendemos para um público que valoriza o bom acabamento, como ilustradores, designers e estilistas”, diz Cicero. No início da Cicero, os únicos modelos à venda tinham capas lisas — são chamados de clássicos, pois não saem de linha.
Cicero e Caetano também vêm conseguindo encontrar espaço para atender clientes como Google , Vale e Santander — hoje sua principal fonte de receitas. “Essas empresas encomendam as cadernetas e as distribuem para funcionários e clientes”, diz Caetano. A ideia nasceu despretensiosa. No primeiro ano de atividade, o dono da grife de roupas carioca Reserva viu as cadernetas numa livraria e entrou em contato.
“Ele queria cadernos com a marca Reserva para vender em suas lojas”, diz Caetano. “Como o processo de fabricação era o mesmo, topamos.” Depois vieram pedidos parecidos das grifes de moda Cantão e Richards. Foi assim que surgiram duas novas frentes de atuação — as encomendas de brindes e a criação de cadernetas para outras marcas.
Para os próximos anos, a ideia dos irmãos Pedrosa é estender a marca Cicero para roupas e acessórios de decoração.
“A empresa sempre concentrou suas energias naquela que é sua principal atividade”, afirma Silvio Passarelli, diretor do curso de gestão do luxo da Fundação Armando Álvares Penteado. “O risco é perder o foco do que já dá certo e desperdiçar tempo e recursos num investimento de resultado incerto.”