AmazonasCap capta R$ 50 milhões para investir em startups “conscientes”
Objetivo é atuar no vale da morte das startups, momento em que a empresa já validou seu modelo de negócio, mas precisa de tração para crescer.
Mariana Desidério
Publicado em 5 de abril de 2018 às 06h00.
Última atualização em 5 de abril de 2018 às 06h00.
São Paulo – A aceleradora AmazonasCap quer investir em negócios promissões. Com dois anos de atuação na aceleração de startups brasileiras, oferecendo mentoria e auxílio na busca por investimento, a aceleradora anuncia que agora ela própria será investidora, com a criação da AmazonasPar.
Por enquanto a captação envolve apenas investidores brasileiros e está na faixa dos 17 milhões de reais; a meta é de 50 milhões de reais. O objetivo é atuar especialmente no famoso vale da morte das startups, momento em que a empresa já validou seu modelo de negócio, mas precisa de tração para crescer.
“Como aceleradora, acompanhamos o processo de busca por investimento das nossas aceleradas, e é uma travessia penosa. Você vai caso a caso em busca de fundos ou investidores-anjo que tenham a ver com o negócio. Nossa ideia é poder dar oxigênio para esse processo fluir melhor”, explica Hiran Castello Branco, um dos sócios do negócio.
Para ele, o momento atual é propício para os investidores abertos a maiores riscos, devido à redução da taxa básica de juros (Selic). “Se o investidor pode ganhar 15% ao ano com um título do governo, como ocorria antes, o apetite para investimentos de risco é baixo. Agora a tendência é que esse apetite aumente”. A Selic está atualmente em 6,25% ao ano.
Além do interesse pelo investimento de risco, os investidores que se juntarem ao AmazonasPar devem estar alinhados às convicções de negócios da aceleradora, que defende o capitalismo consciente e a sustentabilidade. “Dificilmente quem não está alinhado com nossos princípios vai se interessar pela carteira de investimento”, avalia.
Dentre as startups aceleradas pela AmazonasCap estão negócios como a Zasso, startup com braços na Alemanha, Suíça e nos Estados Unidos, e que vende um sistema eletromecânico capaz de controlar as ervas daninhas das lavouras agrícolas – o melhor: com risco ambiental zero e sem uso de agrotóxicos.
Outra acelerada promissora é a Hangar 360º, que está desenvolvendo o protótipo do primeiro avião elétrico nacional.
A aceleradora mantém parceria com a Universidade Anhembi-Morumbi, na área da educação, e conta com o apoio de empresas como PWC, IBM e Microsoft, além de um acordo de cooperação com a aceleradora europeia TopSeeds Lab.
Segundo Castello Branco, o objetivo com a criação da AmazonasPar é “coempreender” com as startups, e “maximizar as chances de êxito dos negócios. “Nossa intenção não é ter 100, 200 startups e transformar a aceleração num processo especulativo”, garante.
Além de Hiran Castello Branco, também são sócios da aceleradora Borja Zaldívar e Bernardo Castello Branco. A AmazonasCap já acelerou cerca de 20 startups.