Cada um tem uma meta individual e recebe incentivos quando ela é batida
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2010 às 10h54.
São Paulo - É tão comum que pequenas empresas centralizem suas operações nas mãos do proprietário que muitas nem cogitam ter uma gestão diferenciada. Diego Martins pensa totalmente o contrário.
Formado em marketing, o jovem de 26 anos tem objetivos bem delineados para sua empresa e usa a gestão para ficar cada vez mais perto deles.
A Acesso Digital surgiu em 2002 como uma empresa de consultoria para digitalização de documentos. Até 2006 a empresa só servia para que Diego pudesse prestar os serviços de consultor. "Naquela época a empresa era só o Diego", brinca.
A partir de 2007, o negócio entra em uma nova fase e passa a oferecer o serviço de digitalização e armazenamento dos documentos. "As empresas viam essa tecnologia como uma coisa muito complexa. Nós nos inspiramos no modelo de banda larga, em que o consumidor só paga uma assinatura e tem acesso à tecnologia, para popularizar o serviço", explica.
A mudança de foco da empresa foi impulsionada por um desejo de Diego: ser presidente de uma grande empresa. "Conclui que para conseguir realizar o meu sonho a melhor coisa era de fato construir meu próprio negócio e transformá-lo em um negócio grande de forma rápida", conta. "Esse foi o start para criar a empresa como é hoje".
Foi com base em um planejamento detalhado que Diego definiu os objetivos da empresa: ser a que mais cresce no Brasil e estar entre as melhores para trabalhar até 2012. E para ser um bom lugar para trabalhar a inspiração veio do Google. Depois de visitar a sede da empresa no Brasil, Diego instalou salas de descanso, com TV, videogame, sofás e cesta de basquete. Os funcionários são livres para aproveitar o espaço.
Além disso, cada um tem uma meta individual e recebe incentivos quando ela é batida. No ano passado, os 50 funcionários ganharam uma viagem para a Disney. "Eles têm liberdade de horário, podem trabalhar de casa, se quiserem, ou assistindo aos jogos da Copa. Mas precisam atingir a meta", explica. E quem não consegue? "Fazemos uma reunião de 'não batimento de meta', às 7h30 da manhã", conta. "O pessoal costuma chamá-la de paredão". Se isso se repete por alguns meses, o funcionário é dispensado.
Este modelo inspirado no Google ajudou a convencer os grandes clientes que, apesar da pouca idade, a empresa era confiável. "Tivemos um desafio cultural e de credibilidade. Mas a postura de assumir uma gestão profissionalizada ajudou muito", afirma. Hoje, a empresa atende mais de 400 clientes, como TIM, Vivo, Bradesco, CitiBank, Peugeot e BMW.
Além da matriz em São Paulo, tem uma filial em Campinas e outra em Porto Alegre. Rio de Janeiro e Recife estão nos planos de expansão do negócio que, no ano passado, registrou um faturamento de 3,5 milhões de reais, valor que deve dobrar até o final de 2010. "A fórmula é saber olhar as práticas das grandes empresas para aplicar na pequena que quer ser grande", afirma o empresário.
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