A história por trás do sucesso do Pokémon Go
Pokémon Go: por trás do imenso sucesso, tem vinte anos de trabalho. E muitos aprendizados para você, empreendedor.
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2016 às 15h00.
Como diria Vinícius de Moraes, aconteceu “de repente, não mais do que de repente”. Da noite para o dia, as grandes cidades globais foram, uma a uma, tomadas de assalto por batalhões e batalhões de Zubats, Pidgeys e Bulbasaurs. Às centenas de milhares, os Pokémons, famosos monstrenguinhos japoneses criados nos anos 90 por Satoshi Tajiri, voltaram. E com tudo.
O jogo para smartphones Pokémon Go espalhou as criaturas, primeiro, por cidades da Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. Causaram um verdadeiro frenesi nas populações locais, que, de celulares em punho, imediatamente se puseram a caçá-los por todos os lados. Aos poucos, a investida foi se estendendo a outros países. Até que, no começo de agosto, as criaturinhas aportaram no Brasil, para delírio de muita gente por aqui também.
O sucesso foi instantâneo. Mas o trabalho, não
E bota gente nisso. De acordo com a consultoria Axiom Capital Management, via Bloomberg, o jogo teria alcançado, entre 15 e 17 de julho de 2016, um pico de 45 milhões de usuários em todo o mundo. Por mais que esse número já tenha diminuído, ele continua bastante eloquente ao revelar o tremendo sucesso que o jogo de realidade aumentada, desenvolvido em parceria pela Niantic, Inc, a Nintendo e a The Pokémon Company, vem fazendo.
É natural você presumir que todo esse impacto tenha sido mero acaso, afinal, tudo aconteceu muito rapidamente. Agora, é melhor que você não comunique essa impressão ao norte-americano John Hanke, o criador do jogo. Ele dedicou “só” 20 anos ao projeto. Seria o caso de soltar aquele famoso ditado: “você só vê as champagnes que bebo, e não os tombos que levo”.
Perseverança é a palavra-chave
A jornada de Hanke e sua equipe traz muitos aprendizados para você, empreendedor . O principal deles é, sem dúvida, a perseverança. De 1996, quando o empreendedor ajudou a criar o primeiro jogo multiplayer massivo chamado ‘Meridian 59′, a julho de 2016, quando lançou o Pokémon Go, foram muitos os passos.
Em meados dos anos 90, o então estudante John Hanke desenvolveu um sistema para ligar mapas em todo o mundo por meio de fotos aéreas, programa que o Google adquiriu para criar o futuro Google Earth. E ele não parou por aí. Ele criou também, em parceria com o Google, a startup Niantics Labs, para desenvolver jogos baseados em geo-localização. O primeiro título foi o ingress. John concebeu, em 2014, uma pegadinha de 1o de abril que espalhou pokémons pelo GoogleMaps, e que foi um tremendo sucesso.
Só depois de tudo isso foi que Hanke conseguiu levantar, no final de 2015, 25 milhões de dólares (com o Google, a Nintendo e a Pokémon Company). Ele reuniu uma equipe de mais de quarenta profissionais para desenvolver o fenômeno que inspirou esse artigo. Como você pode ver, não tem nada de casualidade aí. Mas, apesar do longo tempo, o próprio Hanke jamais duvidou do projeto:
“Eu sempre pensei que fosse possível fazer um jogo sensacional usando todos os dados de geolocalização que temos. Eu acompanhava os smartphones se tornando mais e mais poderosos e pensei que chegaria o tempo em que poderíamos criar um jogo realmente extraordinário de realidade aumentada”.
Uma aula de experiência do usuário
Pokémon Go também é um ótimo exemplo de UX Design, o tão desejado User Experience Design, que nada mais é do que a busca pela satisfação do usuário por meio de três áreas essenciais: usabilidade, acessibilidade e interatividade. É o desenho, a projeção de tudo o que vai compor a experiência de um usuário com um produto. O jogo de Hanke fez bonito aqui também, pois usa features já existentes de aparelhos e aplicativos bem difundidos. Ou seja, foi desenvolvido para uma interface com a qual os usuários já têm muita familiaridade.
Além disso, a imersão, fator fundamental de qualquer jogo bem-sucedido, foi muito elogiada por especialistas em UX Design. Sem falar na facilidade com que as pessoas aprenderam a jogar. Em suma, tudo foi pensado para que os usuários, ao caçarem seus Pokémons, fruíssem da melhor experiência possível.
Outro acerto: inovação em mobile
Pokémon Go também dá um show no aproveitamento da plataforma para a qual foi desenvolvido. O sábio uso de recursos de locação, câmera e gráficos de alta resolução deu o que falar. Ainda que o jogo apresente algumas falhas, é sólido o bastante para ter atraído milhões e milhões de usuários.
Mas há um ponto em que Pokémon Go se destaca de todos os jogos mobile criados até aqui: o da realidade aumentada.
Pokémon Go é muito bem-sucedido nesse aspecto, principalmente graças à sociabilização que proporciona. Ao possibilitar verdadeiras ações e interações no mundo real, o jogo vem explorando possibilidades animadoras. Desconhecidos estão saindo dos sofás para conversar, congregar e elaborar estratégias de caça. É um exemplo significativo de como um jogo bem pensado pode induzir a comportamentos bastante específicos.
Publicidade misturada à experiência
Para terminar, uma última lição desse fenômeno chamado Pokémon Go: a criação de um novo fluxo de publicidade online. Enquanto o percurso tradicional é: anúncio – clique do usuário – aquisição online do produto, o jogo propõe outro trajeto. Os consumidores estão literalmente entrando nas lojas para capturar os monstrinhos. Por isso, os criadores do jogo têm uma infinidade de novas possibilidades a serem exploradas, tanto do ponto de vista da pura experiência do usuário, quanto do ponto de vista da monetização.
Já para aos anunciantes, a notícia é ainda melhor: a publicidade se encaixa perfeitamente nas vidas dos consumidores, em vez de interferir nelas. É marketing de experiência em sua melhor versão, pelo menos até aqui. Então, agora, você já sabe: entre caçar um Pokémon e outro, vale inspirar sua gestão com esses ensinamentos.
Este artigo é uma parceria de produção entre Endeavor e Sebrae e foi publicado originalmente no site da Endeavor.
“Tenha uma equipe multidisciplinar. Dessa forma você não precisará terceirizar nem contratar pessoas nos primeiros meses da sua empresa. O time ideal que eu montaria se fosse criar uma nova empresa seria um desenvolvedor, uma pessoa de marketing e uma pessoa de negócios.”
“Fazer o plano de negócios e definir uma estratégia consistente é o começo de tudo. Porém, também é fundamental conversar com pessoas e procurar consultores ou mentores de marketing, financeiros e administrativos. “Em um determinado momento me indicaram o curso do EMPRETEC, que pra mim foi um divisor de águas. Hoje eu aconselharia qualquer um a iniciar com este curso, pois ele me deu uma visão muito clara de como devemos nos posicionar perante a nossa empresa. "Hoje, muitos clientes chegam aqui na Unius sem uma visão clara do seu negócio. Grande parte desses empresários perde parte do investimento inicial com a compra ou contratação de pessoas, empresas e serviços que não foram bem planejados”.
“Para iniciar sem dinheiro, é importante ter um bom plano definido, pois as vendas precisarão acontecer rapidamente para que o negócio gire. Outra alternativa é ter fontes alternativas de renda, caso o plano demore a se concretizar. “No caso da Involves, o plano de negócios era baseado no desenvolvimento de um software que demoraria um tempo razoável para ser comercializável — tempo este que não poderíamos esperar. Para contornar essa limitação, posicionamos a empresa como prestadora de serviços de desenvolvimento de portais, sites e como fábrica de software. Sabíamos que um dia encerraríamos estes serviços alternativos, o que aconteceu no quarto ano de negócio, quando o ‘plano B’ representava somente 10% da receita da empresa, optamos por encerrar estes serviços. “Outra questão muito relevante é o apoio incondicional da família. Como não tínhamos receita nem dinheiro no bolso, contávamos com o apoio dos nossos familiares — ainda morávamos com os pais e não tínhamos custos fixos pessoais. Estava claro que ficaríamos um tempo considerável sem pró-labore nem dividendos, e é preciso estar psicologicamente preparado para isso.”
“Para quem está começando e tem pouco dinheiro, é preciso conhecer e gostar muito do segmento que está querendo empreender. Tendo o conhecimento e gostando muito, o empreendedor precisará trabalhar com afinco, não medindo esforços e horas, com resiliência em busca de seu objetivo e sonho. Aparecerão vários obstáculos que devem ser ultrapassados. Sugiro também dar um passo de cada vez e, à medida que a situação for melhorando, ir fazendo mais investimentos e reinvestindo todo o lucro no próprio negócio.”
Ideias boas devem vir acompanhadas de coragem e de ação. Acredito, seja com muito ou principalmente com pouco dinheiro, deve-se ter atitude e perseverança como aliadas principais para começar um negócio. Mesmo no início de tudo, é necessário identificar o público consumidor, acionar a rede de contatos e se planejar, para ter foco na hora de gastar aquilo que faturar. Ou seja, trabalhar as informações antes mesmo de qualquer investimento, para não gastar dinheiro sem necessidade.
“Comece!!! Todos nós temos pouco dinheiro e não existe o "perfect moment". Sei que nesse exato momento você pode estar com um problema na sua família, mas eu também estou! Comece agora do jeito que der.”
“Defina seu público alvo, seu nicho de mercado e teste sua ideia através de um MVP (minimum viable product). Caso seu público alvo não venha a se interessar pelo produto, é melhor reformular a estratégia ou mudar o business. Não existe coisa pior do que investir tempo e dinheiro em algo que ninguém quer. Uma vez que o business estiver validado, é importante que o empreendedor tenha resiliência, pois não existe sucesso da noite para o dia.”
Utilize o Google Forms [formulário do Google usado para fazer pesquisas, por exemplo] para viabilizar o seu negócio. Teste e converse com seu usuário. Inicie sua jornada com um protótipo, algo que você pode adaptar para a necessidade real do mercado.
“Foque desde o primeiro dia em vender e gerar receita. Não existe negócio sem receita aqui no Brasil. Lá fora é mais comum acontecer de empresas conseguirem aportes de investidores só com a ideia e sem tração (receita). Então, esteja preparado para gastar bastante sola de sapato e muito telefonema! Invista tempo em marketing digital. Existem diversas estratégias e canais que têm um investimento muito baixo ou sem necessidade de investimento, como a geração de conteúdo para o blog da sua empresa.”
“Tem que ter espírito empreendedor e ter como meta realizar as 100 primeiras vendas. Entender absolutamente tudo que passou com esses 100 primeiros clientes antes, durante e depois da compra. Tentar escalar o negócio ao máximo, sem investimento de terceiros, e só procurar por investimento quando seu negócio estiver validado de ponta a ponta.”