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A ADTsys não achava especialistas em cloud computing para atender grandes clientes. Com um punhado de treinamentos simples — e que podem ser copiados por qualquer empreendedor — o problema foi resolvido

Pascoal Baldasso e Diego Altheman, da ADTsys: conhecimento disseminado (Daniela Toviansky / EXAME PME)
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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 11h47.

São Paulo - O negócio dos paulistas Diego Altheman, de 30 anos, e Pascoal Baldasso, de 43, é ajudar companhias como Ambev, Fiat e Avon a administrar seus sistemas em cloud computing . “Fazemos a transição dos dados de servidores físicos para a internet”, diz Baldasso. “Depois, gerenciamos as informações arquivadas nos diferentes provedores, como Amazon e Google.”

Baldasso e Altheman são sócios da ADTsys, de Campinas, no interior de São Paulo, que prevê faturar 8 milhões de reais em 2014. O negócio foi fundado em 2010, quando a dupla percebeu que grandes empresas pretendiam migrar sua infraestrutura tecnológica para a nuvem, mas não sabiam o melhor jeito de começar. Altheman era diretor de TI de uma empresa de análise de crédito e Baldasso era sócio de um negócio que fazia cabeamento de telecomunicações.

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Logo nos primeiros meses, Altheman e Baldasso depararam com a falta de especialistas em nuvem para compor a equipe. A ADTsys está num mercado que surgiu recentemente, no qual nem seus concorrentes sabem direito como treinar as pessoas. Se o setor de TI enfrenta escassez generalizada de mão de obra qualificada, a área de cloud computing sofre ainda mais.

“Até agora não surgiram cursos que consigam contemplar várias especificações de nuvens diferentes”, afirma Altheman. “Temos de treinar nossos funcionários do zero, aqui dentro.”

Os sócios criaram um punhado de métodos simples para incentivar seus empregados a aprender na prática, com interações aparentemente banais, e para habilitá-los a ganhar experiência rapidamente e a progredir na empresa. “Defendemos que, quanto mais você trabalha, mais aprende o que realmente precisa para crescer. O desafio é adquirir o conhecimento de maneira mais organizada”, diz Baldasso.

Desde sua fundação, por exemplo, a ADTsys mantém uma espécie de Wikipédia interna para arquivar manuais criados e atua­lizados pela própria equipe — desde instruções de segurança até algoritmos que solucionam falhas nos sistemas dos clientes. Em quatro anos, a enciclopédia colaborativa contabilizou mais de 550 000 contribuições.

Quando um funcionário recebe o chamado de um cliente, a primeira coisa que ele precisa fazer é consultar o material. Se alguém tiver solucionado algo parecido antes, haverá um registro com detalhes do problema, materiais utilizados e o modo como a tarefa foi concluída.

“São conhecimentos que ficariam restritos a uma só pessoa e se tornam acessíveis para a empresa inteira”, afirma Altheman. O número de consultas e colaborações para a enciclopédia é levado em consideração para definir o bônus dos funcionários.

Outra prática criada pelos sócios desde 2012 são aulas relâmpago, que duram até 30 minutos, ministradas por um funcionário sobre temas bastante específicos. “As miniaulas são programadas sempre que uma pessoa propõe ideias novas e mais eficientes para re­solver os problemas de um cliente, por exemplo”, diz Altheman. “Essa pessoa fica responsável por ensinar o método aos demais.”

Na ADTsys, em vez de identificar os pontos fracos dos funcionários e ajudá-los a superar suas deficiências, os gestores investem para que eles aprimorem os pontos fortes e se tornem especialistas em alguns temas. É o caso do paulista Danilo Rosa, de 24 anos. Contratado em 2012 para a área de operações, Rosa começou a se destacar por sempre sugerir soluções inéditas para os projetos.

“Gosto muito de pesquisar novas tecnologias”, diz. “Meus chefes perceberam a afinidade e fui convidado para coordenar a área responsável pela criação de produtos.”

Essas medidas têm contribuído para diminuir a rotatividade de funcionários. “Hoje, nossa taxa está em 1,5%, enquanto a média do mercado é 8%”, diz Baldasso. Em junho deste ano, a ADTsys recebeu um aporte do fundo paulista DGF Inova.

O futuro é promissor — no Brasil, menos de 10% das empresas estão na nuvem, segundo a Brasscom, associação do setor de TI. “Vamos usar o dinheiro para lançar novos serviços”, diz Baldasso.

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