A dama perfumada da Bioessentiel
A francesa Nelly Grosjean fez dos produtos de aromaterapia Biossentiel uma empresa de 3 milhões de euros por ano
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2011 às 05h00.
Ao entrar em um lugar fechado, a perfumista Nelly Grosjean, de 60 anos, dona da Biossentiel - empresa francesa de óleos orgânicos para aromaterapia -, tem o hábito de tirar da bolsa um vidrinho roxo e borrifar no ar uma essência perfumada de lavanda. Estar num lugar cheiroso, justifica ela depois de um profundo suspiro, faz com que as pessoas respirem melhor e se sintam bem.
Nelly não tem o perfil da mulher de negócios típica. Em vez de tailleur ou terninho, veste roupas coloridas, que combinam com o cabelo avermelhado. Ela não usa jargões como "agregar valor" e "soluções" para expor a proposta da Biossentiel.
Nelly prefere palavras — pronunciadas num inglês com sotaque carregado — como harmonia, intuição e energia vital para descrever como criou uma marca presente em mais de 25 países. "Apenas fiz o que sempre gostei de fazer e segui meu coração", disse ela a Exame PME.
Com esse jeito zen de ser, transformou sua fazenda, na Provence — uma das regiões mais belas do interior da França —, numa empresa que fatura 3 milhões de euros por ano.
Nelly nasceu e foi criada no campo, perto da fronteira com a Suíça. Alimentação vegetariana e meditação fazem parte de sua rotina. Desde cedo, ela aprendeu a fabricar óleos essenciais da aromaterapia, que se propõe a beneficiar a saúde por meio de cheiros extraídos de substâncias vegetais.
Há cerca de 30 anos, Nelly começou a vendê-los em pequena escala. Na época, o que conhecemos hoje em dia como mercado do bem-estar ainda era incipiente. "Quase ninguém na França sabia o que era aromaterapia", diz ela. Para disseminar o conceito — e criar um público interessado em seus produtos —, Nelly passou a dar palestras e a publicar livros sobre o tema, sistematizando o que havia aprendido na prática.
Hoje, ela tem 14 livros publicados em vários idiomas e é considerada em seu mercado como uma das maiores referências mundiais em perfumes e aromaterapia.
Nessa cruzada, Nelly teve a ideia de usar a fazenda onde são produzidos os óleos para massagem, as águas aromáticas e os aromatizadores da marca comouma espécie de templo de bem-estar.
O lugar recebe por ano cerca de 80 000 visitantes, que vão até lá para participar de cursos sobre aromaterapia, acompanhar o processo artesanal de fabricação dos óleos, fazer refeições num restaurante de culinária natural e participar de palestras e discussões sobre medicina alternativa.
A transformação da Biossentiel numa marca global começou pelos países europeus, como Alemanha e Holanda. Hoje, seus produtos estão também em países da Ásia, da África, da Oceania e da América do Norte. Os óleos são envasados no país de destino e, às vezes, adaptados ao gosto local — é o caso dos vendidos aos japoneses, que preferem aromas mais doces.
As embalagens são feitas com matérias- primas locais. Na China, por exemplo, usa-se bambu e, no Brasil, folha de bananeira — sempre em tons de roxo, cor símbolo da empresa. Segundo a teoria das cores, o roxo representa a intuição. Essa é também a cor mais usada por Nelly nas roupas e está na capa de seu iPad e no pen drive.
Além da linha própria, a Biossentiel desenvolve essências e produtos para outras empresas, como a cadeia de hotéis de luxo Dr. Mashgar, nos Emirados Árabes, e a rede Ritz, em Paris.
No Brasil, a Biossentiel está sob os cuidados do químico gaúcho Júnior Diego Becker, de 28 anos. Nelly e Becker se conheceram numa feira de cosméticos no Rio de Janeiro, da qual a Biossentiel participou. "Havia muitos empreendedores interessados em trazer nossa marca para o Brasil", diz Nelly.
"Senti que Júnior era a pessoa certa e confiei na minha intuição." Em outubro, a marca foi lançada no Brasil e será vendida em lojas de produtos naturais e spas. A operação brasileira, que funciona em Porto Alegre, também vai centralizar as exportações para a América Latina.
"O mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do Brasil é o terceiro maior do mundo", diz Becker. "Nossa meta é faturar 30 milhões de reais em três anos."
Ao entrar em um lugar fechado, a perfumista Nelly Grosjean, de 60 anos, dona da Biossentiel - empresa francesa de óleos orgânicos para aromaterapia -, tem o hábito de tirar da bolsa um vidrinho roxo e borrifar no ar uma essência perfumada de lavanda. Estar num lugar cheiroso, justifica ela depois de um profundo suspiro, faz com que as pessoas respirem melhor e se sintam bem.
Nelly não tem o perfil da mulher de negócios típica. Em vez de tailleur ou terninho, veste roupas coloridas, que combinam com o cabelo avermelhado. Ela não usa jargões como "agregar valor" e "soluções" para expor a proposta da Biossentiel.
Nelly prefere palavras — pronunciadas num inglês com sotaque carregado — como harmonia, intuição e energia vital para descrever como criou uma marca presente em mais de 25 países. "Apenas fiz o que sempre gostei de fazer e segui meu coração", disse ela a Exame PME.
Com esse jeito zen de ser, transformou sua fazenda, na Provence — uma das regiões mais belas do interior da França —, numa empresa que fatura 3 milhões de euros por ano.
Nelly nasceu e foi criada no campo, perto da fronteira com a Suíça. Alimentação vegetariana e meditação fazem parte de sua rotina. Desde cedo, ela aprendeu a fabricar óleos essenciais da aromaterapia, que se propõe a beneficiar a saúde por meio de cheiros extraídos de substâncias vegetais.
Há cerca de 30 anos, Nelly começou a vendê-los em pequena escala. Na época, o que conhecemos hoje em dia como mercado do bem-estar ainda era incipiente. "Quase ninguém na França sabia o que era aromaterapia", diz ela. Para disseminar o conceito — e criar um público interessado em seus produtos —, Nelly passou a dar palestras e a publicar livros sobre o tema, sistematizando o que havia aprendido na prática.
Hoje, ela tem 14 livros publicados em vários idiomas e é considerada em seu mercado como uma das maiores referências mundiais em perfumes e aromaterapia.
Nessa cruzada, Nelly teve a ideia de usar a fazenda onde são produzidos os óleos para massagem, as águas aromáticas e os aromatizadores da marca comouma espécie de templo de bem-estar.
O lugar recebe por ano cerca de 80 000 visitantes, que vão até lá para participar de cursos sobre aromaterapia, acompanhar o processo artesanal de fabricação dos óleos, fazer refeições num restaurante de culinária natural e participar de palestras e discussões sobre medicina alternativa.
A transformação da Biossentiel numa marca global começou pelos países europeus, como Alemanha e Holanda. Hoje, seus produtos estão também em países da Ásia, da África, da Oceania e da América do Norte. Os óleos são envasados no país de destino e, às vezes, adaptados ao gosto local — é o caso dos vendidos aos japoneses, que preferem aromas mais doces.
As embalagens são feitas com matérias- primas locais. Na China, por exemplo, usa-se bambu e, no Brasil, folha de bananeira — sempre em tons de roxo, cor símbolo da empresa. Segundo a teoria das cores, o roxo representa a intuição. Essa é também a cor mais usada por Nelly nas roupas e está na capa de seu iPad e no pen drive.
Além da linha própria, a Biossentiel desenvolve essências e produtos para outras empresas, como a cadeia de hotéis de luxo Dr. Mashgar, nos Emirados Árabes, e a rede Ritz, em Paris.
No Brasil, a Biossentiel está sob os cuidados do químico gaúcho Júnior Diego Becker, de 28 anos. Nelly e Becker se conheceram numa feira de cosméticos no Rio de Janeiro, da qual a Biossentiel participou. "Havia muitos empreendedores interessados em trazer nossa marca para o Brasil", diz Nelly.
"Senti que Júnior era a pessoa certa e confiei na minha intuição." Em outubro, a marca foi lançada no Brasil e será vendida em lojas de produtos naturais e spas. A operação brasileira, que funciona em Porto Alegre, também vai centralizar as exportações para a América Latina.
"O mercado de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do Brasil é o terceiro maior do mundo", diz Becker. "Nossa meta é faturar 30 milhões de reais em três anos."