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99 recebe novo investimento de mais de 320 milhões de reais

Após aporte liderado pela chinesa Didi Chuxing, app brasileiro conquistou novo aporte milionário e irá priorizar serviço de motoristas

Usuária e motorista do aplicativo 99: startup acabou de anunciar outro aporte de 100 milhões de dólares (99/Divulgação)

Usuária e motorista do aplicativo 99: startup acabou de anunciar outro aporte de 100 milhões de dólares (99/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 25 de maio de 2017 às 06h00.

Última atualização em 25 de maio de 2017 às 10h51.

São Paulo – O aplicativo de transporte urbano 99 - antigamente chamado de 99Taxis - acabou de anunciar a conquista de um novo aporte financeiro. E, com isso, pode ter conseguido a maior rodada de investimento já realizada por uma startup brasileira.

O investidor global em apps de mobilidade SoftBank, baseado no Japão, anunciou nesta semana o investimento 100 milhões de dólares na startup - pela cotação atual, o equivalente a 326 milhões de reais. A empresa chinesa Didi Chuxing, maior plataforma de transporte por meio de aplicativos do mundo, já havia liderado um aporte de mais de 100 milhões de dólares em janeiro deste ano na 99.

De acordo com André Florence, diretor financeiro da 99, a startup adotou um critério temporal e processual para agrupar o investimento da Didi e do SoftBank em uma mesma rodada. Sob esse critério, o valor total de 200 milhões de reais se torna o maior já visto em aportes a negócios enxutos e inovadores nacionais, de acordo com a multinacional especializada em dados do mercado financeiro FactSet.

O SoftBank é comandado pelo investidor japonês Masayoshi Son. “Ele tem uma visão espetacular e levantou um fundo de 100 bilhões de dólares para investir em empresas tecnológicas. É muito bom ter um sócio desse calibre”, afirma Florence.

“Além do peso financeiro, a visão de longuíssimo prazo que ele tem é um grande diferencial: ele não está preocupado com um retorno em curto prazo, e sim com um desenvolvimento do potencial inovador da tecnologia com o tempo, o que é ótimo para uma startup.”

“É muito orgulho a gente liderar esse movimento de fazer um investidor como o SoftBank aportar no Brasil e, de maneira geral, na América Latina. O Brasil está entrando no mapa, e minha expectativa é que eles invistam em outros empreendedores do país”, afirma Florence.

Além dessa grande rodada de 2017, a 99 havia conseguido outros dois aportes no ano de 2015. Tais investimentos, de séries A e B, foram liderados por fundos como Tiger Global, Monashees e Qualcomm Ventures, totalizando 40 milhões de dólares aportados naquele ano.

Funcionários da 99 em escritório da startup, em São Paulo

Funcionários da 99 em escritório da startup, em São Paulo (99/Divulgação)

99POP: estratégia de expansão

Com a complementação do aporte liderado pela Didi Chuxing em mais 100 milhões de dólares, a 99 quer continuar seu agressivo plano de expansão. O principal alvo do dinheiro aportado pelo SoftBank irá para a categoria 99POP, feita por motoristas particulares e concorrente de serviços como Cabify e Uber.

O 99POP já está nas cidades do Rio de Janeiro, de Santos e São Paulo – nesta última, representa 55% das corridas que a 99 realiza.

“Pensando nos números de janeiro deste ano, a categoria POP já cresceu mais de 25 vezes”, afirma Florence. “Agora, queremos levar esse produto peer to peer [de pessoa para pessoa] para o Brasil inteiro. Começaremos pelas metrópoles do país, o que se traduz em cerca de 26 cidades-alvo.”

A startup não fala em números de motoristas ou usuários pretendidos após o aporte. Atualmente, a 99 conecta mais de 200 mil motoristas e atinge 14 milhões de usuários, localizados em 400 cidades brasileiras.

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