7 startups brasileiras que atraíram investimento estrangeiro
Além do dinheiro, as empresas de venture capital entram no empreendimento com contribuições, contatos e conhecimentos
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2012 às 05h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h26.
São Paulo - As startups estão mudado o fluxo de relação entre investidores e empresas no Brasil. Quando antes o que se via eram empresários brasileiros em busca de investidores estrangeiros, hoje ocorre justamente o inverso: grandes fundos de investimentos buscam oportunidades por aqui. O dinheiro costuma vir em várias rodadas. As empresas beneficiadas podem estar na fase de capital semente – quando as companhias mal se tornaram operacionais – ou em estágio inicial. Depois, podem receber nova série de investimentos, quando já provaram ter um modelo de negócios consistente e precisam crescer rapidamente. Entre os fundos que investem no Brasil está o IG Expansión, com sede em Madrid, investe em empresas com foco em mercados emergentes. Atualmente, já são quatro empresas com capital inicial da holding no Brasil. Também com preferência por empreendedores da área de tecnologia, o fundo latino-americano Kaszek é liderado por Hernán Kazah e Nicolas Szekasy, ex-executivos do Mercado Livre. Facebook e Groupon são algumas empresas que receberam investimentos do Accel, fundo criado em 1983. A empresa de venture capital do Vale do Silício Benchmark Capital começou a investir no país em 2010 e hoje já são 22 empresas investidas pelo fundo no Brasil. A gigante Tiger Global opta por abordar as empresas pelas quais se interessa. São mais de 6 bilhões de dólares em ativos pelo mundo. No Brasil, entre os investimentos que já deram certo estão Peixe Urbano e Netshoes.
Há 12 anos no mercado, a Netshoes começou sua atuação no ramo de comércio de artigos esportivos com lojas físicas. Em 2001, a equipe percebeu a oportunidades de ampliar o negócio e deu início a um novo processo de vendas pelo MercadoLivre. Aos poucos, todos os esforços da operação foram focados no ambiente online. Em 2007, as lojas físicas foram fechadas. No mercado, há a expectativa de crescimento ainda maior nos próximos anos, em especial pela aproximação da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. Em grande parte, as manobras da Netshoes são inspiradas na Amazon, maior site de comércio eletrônico do mundo, e na também americana Zappos, loja de sapatos e roupas. A companhia recebeu um aporte de valor não divulgado do fundo americano Tiger Global.
Daniel Topel teve a ideia de fazer a NetMovies após voltar dos EUA e não encontrar no Brasil a possibilidade de uma locadora que entregasse os filmes em sua casa. Ele tomou por base a americana Netflix, maior empresa do mundo em locação de filmes pela internet. Apesar disso, a impossibilidade dos usuários brasileiros devolverem os filmes pelo correio obrigou Topel a pensar em um modelo de logística próprio. Assim, ele elaborou um software de informações de negócio aplicado a operações logísticas, para tornar-se parceiro das transportadoras. A NetMovies integrava o portifólio da Ideiasnet desde 2004, quando recebeu 4,5 milhões de reais de investimento. Em dezembro de 2010, vendeu a participação de 54,77% que possuía da startup para a Tiger Global. Também há investimentos da Kaszek.
Fundado em setembro de 2011 pelos empreendedores Eduardo LHotelier e Diego Dias, o GetNinjas é um ambiente online para compras e vendas de serviços. O site tenta unir pessoas que buscam por serviços com conveniência e praticidade e quem esteja disposto a fazer. Além do aporte de mais de 1 milhão de reais da Monashees Capital, a Kaszek Ventures fez um investimento de valor não revelado na startup, em novembro de 2011.
O site funciona como um guia online, em que os usuários podem opinar sobre locais e avaliá-los. É possível encontrar informações gerais de empresas, atrações turísticas, escritórios de serviços e outros pontos de interesse. Além disso, há a possibilidade dos usuários receberem as atualizações de seus amigos e interagirem entre si, como uma rede social. O site conta, ainda, com um sistema de ganho de pontos e escudos, que estimula uma competição entre os usuários. Durante cerca de um ano e meio, todos os recursos financeiros foram de recursos pessoais dos sócios Fernando Okumura e Bruno Yoshimura. Em dezembro de 2011, o chamado “boca a boca online” recebeu aportes de valores não revelados da Accel Partners e da Kaszek Ventures.
O site de compras coletivas fundado no Brasil em 2010 chegou com a proposta de colocar empresas em contato com grande número de consumidores. O trio Julio Vasconcellos, Emerson Andrade e Alex Tabor já tinha experiência no mercado intenacional de e-commerce, mídias sociais e marketing. Em dezembro de 2010, o empresário e apresentador Luciano Huck começou a integrar a equipe do Peixe Urbano. Atualmente, o site conta com mais de 80 páginas locais, que juntas alcançam mais de 100 cidades do Brasil, Argentina, México e Chile, e levou o prêmio do The Crunchies Award, como melhor startup internacional. Em menos de dois anos, o site já recebeu três rodadas de investimento. A primeira da Monashees Capital e da Benchmark Capital. A segunda, da General Atlantic, com participação da Tiger Global. Este ano a Morgan Stanley Investment Management e a T. Rowe Price Associates aplicaram no Peixe Urbano. Os fundos não divulgaram os valores das transações.
Fundada por Oliver e Fabrice Grinda, Carlos Martin e Jose Marin em 2011, a empresa traz um novo conceito na venda de sapatos femininos, utilizando um modelo de assinaturas. O usuário se cadastra, preenche o estilo de sapatos que gosta, paga uma taxa mensal e recebe sapatos sugeridos pela empresa. Pode-se adquirir um ou mais modelos da lista por mês. A Shoes4you funciona ainda como uma plataforma em que as associadas podem trocar dicas, compartilhar opiniões e exibir aquisições. Além dos empreendedores, os primeiros investimentos são dos fundos Accel Partners, Redpoint Ventures, Flybridge Capital Partners e IG Expansión.