Lojistas: cerca de 17% reduziram em até 20% a jornada de trabalho e salários dos colaboradores para evitar demissões durante a pandemia, enquanto outros 14% cortaram até 40% (Getty Images/Getty Images)
Natália Flach
Publicado em 2 de junho de 2020 às 16h05.
Última atualização em 2 de junho de 2020 às 19h05.
Apesar das iniciativas do governo e dos bancos para que as pequenas e médias tenham acesso a crédito, 60% dos lojistas da capital paulista tiveram os pedidos rejeitados. Ao todo, 75% dos empreendedores ouvidos para o estudo do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP) - obtido com exclusividade pela EXAME - buscaram linhas de financiamento para tentar sobreviver à crise.
Ao todo, foram entrevistadas 56 lojistas que têm comércios de rua e de shopping entre os dias 19 e 26 de maio na capital. Segundo o levantamento, as instituições financeiras mais procuradas foram, na ordem: Santander (11 pedidos de empréstimos), Bradesco e Caixa Econômica Federal (8 pedidos cada), seguidos por Banco do Brasil (3 pedidos).
Metade dos empresários afirmou que utilizou os mecanismos da Medida Provisória nº 936/2020. Cerca de 17% reduziram em até 20% a jornada de trabalho e salários dos colaboradores para evitar demissões durante a pandemia, enquanto outros 14% cortaram até 40%. Além disso, 57% disseram que suspenderam uma parte dos contratos de trabalho.
A fim de diminuir o peso de uma das maiores despesas fixas no comércio, 61% dos lojistas buscaram renegociar o aluguel dos seus pontos comerciais, sendo que 55% afirmaram ter conseguido redução com os proprietários de 50% no valor. Outra parcela, de 21%, obteve até 90% de desconto no período da pandemia, enquanto 12% conseguiram 30% de abatimento.
A interrupção repentina das atividades prejudicou sobretudo segmentos que só atuavam ou priorizavam as vendas presenciais. Tanto que, do total de entrevistados, 64% não usam delivery ou drive-thru, e 88% não vendem por plataformas de marketplace ou online.