São Paulo – A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, divulgada recentemente, mostra que a Islândia é um dos melhores lugares no mundo para os empreendedores. Existem, porém, outros países menos gélidos e também mais dispostos a receber os novos negócios brasileiros. Os empreendedores estão cansado de saber que o Brasil não é o melhor país do universo para abrir uma empresa. Burocracia, alta carga tributária e outras dificuldades são parte do cotidiano dos empreendedores por aqui. Alguns países, ansiosas por geração de emprego e inovação, oferecem vantagens fiscais e imigratórias a empreendedores estrangeiros.
O Reino Unido, por exemplo, mudou seu formato de visto para empreendedores na tentativa de atrair ideias mais inovadoras e melhorar a economia do país. Confira a seguir seis países que dão vantagens aos estrangeiros e são terrenos férteis para o desenvolvimento do empreendedorismo.
Para o país, que impõe fortes barreiras aos estrangeiros que querem viver o sonho americano, é sempre interessante atrair dinheiro. Por isso, o visto EB-5 é especial para quem quer abrir uma empresa por lá ou investir em negócios problemáticos.
Para se candidatar, é preciso ter, no mínimo, 500 mil dólares, criar ao menos 10 vagas de trabalho para os americanos e participar ativamente da gestão do novo negócio. O documento, porém, é considerado pouco eficiente. Em 2009 foram menos de 1300 pedidos deste tipo de visto. Por isso, existe um projeto de reforma que transformaria o EB-5 em Startup Visa. Neste caso, ao invés do visto ir para um investidor, é possível que empreendedores e criadores de startups que tenham recebido investimento mínimo de 250 mil dólares – em parte de um americano – se candidatem ao visto e possam desenvolver seus jovens negócios na terra do Tio Sam.
Além de bons vinhos e boa comida, os franceses se gabam de ser o país europeu que oferece o melhor crédito fiscal para pesquisa e desenvolvimento. As pequenas e médias empresas que se instalam por lá podem receber abatimento em crédito fiscal em relação às despesas do ano anterior nesta área. O governo francês disponibiliza ainda quase 2,5 bilhões de euros para empreendedores, o que inclui 1,5 bilhão de euros em financiamentos para empresas inovadoras, 400 milhões de euros para startups e 500 de euros milhões para fortalecer pólos de inovação. Novas empresas inovadoras ou universitárias recebem também outros tipos de incentivo, como isenção fiscal. O visto especial é concedido a quem crie pelo menos dois empregos ou que tenha 300 mil euros de garantia para investir na empresa.
“Se você tiver uma ideia, quiser criar empregos e tiver a ambição de criar uma empresa de sucesso mundial, nós queremos você”. Foi assim que o primeiro-ministro britânico David Cameron convocou os empreendedores do mundo para voltar os olhos à terra da rainha. O principal objetivo é atrair pessoas com ideias inovadoras para transformar o leste de Londres em uma espécie de Vale do Silício inglês. O visto especial exige que os empresários tenham ao menos 200 mil libras para investir na empresa. Para as empresas com grande potencial, o governo vai exigir 50 mil libras, desde que o dinheiro venha de um fundo de investimentos conhecido. Quem cria mais de 10 empregos ou investe 5 milhões de libras recebe o benefício de ter residência no país depois de 3 anos de operação.
O Chile tem feito um esforço para atrair empreendedores e empresas inovadoras para o seu território. O programa governamental Start-Up Chile, por exemplo, tem a função de atrair jovens com ideias revolucionárias de qualquer canto do mundo. Elas recebem um subsídio de 40 mil dólares para participar do programa por seis meses. Além disso, ganham um visto temporário de 1 ano para desenvolver o projeto tecnológico no país. Os empreendedores são escolhidos em um processo seletivo. No ano passado, 23 equipes foram convidadas, para este ano a meta é levar 300 participantes.
Os canadenses costumam ser bastante receptivos com os estrangeiros já que boa parte da população vem de outros países. A maioria dos interessados em abrir um negócio por lá é asiática, especialmente da China, Taiwan, Coreia e Hong Kong. Para conseguir um visto de empreendedor, o governo exige que a pessoa tenha experiência com negócios, o que significa ao menos dois anos no comando de uma empresa. Além disso, é preciso garantir fundos de 300 mil dólares canadenses. O processo de seleção leva em conta também o domínio do idioma, a formação, a idade e a capacidade de adaptação do empreendedor. Para quem pensa em ir para o Quebec, é bom saber que essa província tem um programa próprio de imigração.
Quem deseja fazer negócios na Alemanha pode conseguir uma autorização para fixar residência no país. Os empresários de fora da União Europeia devem pedir um Aufenthaltserlaubnis für selbständige Tätigkeit, visto que garante a permanência na Alemanha por três anos. O governo geralmente concede a autorização a negócios que tragam um impacto positivo na economia e tenham investimentos garantidos. Para isso, é preciso provar que tem 250 mil euros para investir e criar, ao menos, 5 novos postos de trabalho no país. Se o seu negócio se mostrar financeiramente interessante, as autoridades podem oferecer um visto de permanência ilimitado.
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