Em uma galáxia nem tão distante, conheci Star Wars. Lembro bem de meu pai chegando em casa com aquela fita VHS (não existia Netflix nos anos 80), para assistirmos juntos a um novo filme. O primeiro Star Wars – A New Hope, devo ter visto quase uma centena de vezes, já que minha mãe colocava ele quase que semanalmente para rodar. Foi o início da minha inspiração com a saga. Depois disso, assisti a todos episódios, com especial predileção pelo Retorno de Jedi. Star Wars foi a minha maior influência de entretenimento na infância. Mais do que isso, foi um veículo de difusão de valores importantes como disciplina, amizade, luta e coragem.
Star Wars é mais do que um filme. É um grande negócio. A saga é, sem dúvida, um dos maiores fenômenos da indústria do entretenimento nos últimos 50 anos. Seus personagens são cultuados como heróis. Os resultados dos seis filmes são a maior prova de seu retumbante sucesso. E o lançamento do novo episódio, que deve faturar mais de 2 bilhões de dólares, permite traçar alguns aprendizados sobre gestão , negócios e inovação :
1. A revolução dos efeitos especiais: O primeiro episódio, A New Hope, que na realidade só recebeu esse subtítulo anos depois, dado que George Lucas não tinha nenhuma certeza da continuidade do projeto, marcou o nascimento da era dos blockbusters e do uso dos efeitos especiais como um atributo de diferenciação do produto.
Inovadores fazem exatamente isso: introduzem novas dimensões de valor em negócios existentes.
O tema já fora apresentado anteriormente por outras obras, mas foi Guerra nas Estrelas que o catapultou a um novo estágio e abriu caminho para o que conhecemos hoje. Entre os 10 Oscar que a saga recebeu, está o de Efeitos Especiais. Os sons e imagens da Saga estão vivos até hoje na lembrança de todos. Quem não se recorda do som do Sabre de Luz ou da voz de Darth Vader?
2. A força do storytelling: Atualmente as marcas querem ter o seu storytelling, mas ninguém foi mais efetivo em conectar mitologia, personagens e relacionamentos para criar emoções do que Star Wars. Os seus seis episódios evidenciam a força de seu storytelling e abriram espaço para novas e futuras oportunidades baseadas na ideia original, ou mesmo como spin-offs do núcleo central. Discute-se a ideia de fazer um filme de Yoda. Não foi à toa que, recentemente, a Disney comprou a franquia de George Lucas por 4 bilhões de dólares. Star Wars não é o filme do Batman ou do Homem Aranha mas de Luke, Yoda, Leia, Han Solo, Darth Vader e tantos outros personagens.
3. A pré-venda e a antecipação de receitas: O novo Star Wars — The Force Awakens abriu espaço para uma nova iniciativa muito interessante. A Disney, nova proprietária da franquia, comercializou antecipadamente ingressos para a estreia e pré-estreia. Eu fui um dos malucos que antecipou a receita para a Disney algumas semanas antes de o filme estar disponível. Além do impacto no fluxo de caixa de mais de 50 milhões de dólares comercializados em ingressos, a empresa garante, com isso, a fidelidade e o sentimento de privilégio em seus fãs earliy adopters para usar uma linguagem da inovação.
4. A diversificação das fontes de receita: Star Wars marcou o início do negócio de licenciamento de produtos. Me recordo bem de uns bonecos de ferro de Luke e Darth Vader, até certo ponto mal acabados, que ganhei de meus pais nos anos 80. George Lucas antecipou essa oportunidade e baseou seus ganhos no merchandising. Foram desenvolvidos jogos, livros, histórias em quadrinhos, eventos internacionais, bonecos, cartas e armas de brinquedo (inclusive sabres de luz). Consolidou-se a visão de que o filme é uma “plataforma” que pode ser monetizada de diferentes formas e não apenas com a receita da bilheteria dos cinemas. A projeção de analistas é de que o novo episódio possa faturar 5 bilhões de dólares em merchandising utilizando um modelo de negócios em que George Lucas apostou em 1977.
5. A comunidade da marca como força motriz: Todos os produtos e negócios querem ter clientes que os defendam. O legado de Star Wars é sustentado por uma comunidade de fãs que se auto organiza em eventos, ações e projetos de culto à marca, agora potencializados pelas redes sociais.
Marcas como Apple, Lego e Harley Davidson são exemplos atuais exitosos de culto à marca.
Nunca na indústria do cinema um filme formou uma legião tão intensa de seguidores que se vestem como seus personagens. Alguns deles tatuam momentos da saga em seus corpos. Essa comunidade é, também, uma enorme fonte de ideias e inspirações para potenciais futuras inovações.
Em resumo, a saga de Star Wars soube desenvolver-se com o tempo. Incorporar novas tecnologias. Aproveitar o fenômeno das redes sociais. Mitificar seus personagens junto a novos públicos. A forma de comunicar seu storytelling, fomentar sua marca, nutrir sua comunidade e identificar novas fontes de receita são inovações que trazem aprendizados de uma galáxia nem tão distante que podem servir de inspiração para empreendedores e inovadores.
Que a força esteja com você!
*Maximiliano Carlomagno é sício-fundador Innoscience.
Texto pubicado nosite da Endeavor.
- 1. Criatividade
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São Paulo - Ter uma
ideia de negócio inovadora é um grande desafio na hora de montar um negócio. Nessa hora, conhecer quem pensou fora da caixa pode ser útil para se inspirar. Por isso, selecionamos 13 casos de
empreendedores que tiveram ideias muito inusitadas, mas que se tornaram sua fonte de renda. Há tanto negócios com anos de experiência quanto os que foram inaugurados neste ano. Todos, porém, informam já ter um faturamento médio consolidado. Navegue pelos slides acima e confira quais são esses empreeendimentos.
2. Capinhas de celular sustentáveis 2 /15(Divulgação)
A Paubrasil uniu a tendência das capinhas para celulares com sustentabilidade e design: a partir de madeira de demolição, o negócio fabrica capinhas com desenhos próprios ou customizáveis. Também são vendidos óculos e adesivos que imitam madeira para celulares. A empresa foi criada há dois anos pelos sócios Beatriz Vallego e Cayo Sartori. Além de possuir um e-commerce próprio, a Paubrasil vende em lojas parceiras. As capinhas partem de 90 reais, os óculos partem de 330 reais e o adesivo para celular parte de 36 reais. Faturamento: o faturamento médio mensal é de 30 mil reais.
3. Consultoria para quem tem filhos que não gostam de estudar 3 /15(Divulgação)
O "Socorro, meu filho não estuda" foi criado em setembro de 2014 pelas educadoras e empreendedoras Roberta e Taís Bento, mãe e filha. A proposta é ajudar pais e mães a ensinaram aos filhos como ter uma relação mais prazerosa com os estudos. O negócio possui um site, em que Roberta e Taís dão conselhos por mensagens e por e-mail, sem custo aos pais e filhos. Além disso, o empreendimento tem seu próprio livro, páginas no Facebook e no Instagram e um canal no YouTube. As educadoras também oferecem palestras para professores, pais e estudantes. Faturamento: o faturamento médio mensal é de 50 mil reais.
4. Comida nordestina vegana 4 /15(Divulgação)
As empreendedoras Mirtis e Mayara Fernandes, que também são mãe e filha, criaram um negócio para provar que a comida vegana pode, sim, ser cheia de sabor. Na Esperança Gastronomia Nordestina, aberta em julho deste ano, são elaborados pratos típicos nordestinos com ingredientes que os veganos podem consumir. Alguns dos pratos são os dadinhos de tapioca, a torta de coco com passas, o escondidinho e o baião de dois. A loja virtual será inaugurada em dezembro - hoje, o negócio funciona apenas pelo boca a boca, sem loja física também. Faturamento: cinco mil reais, na média mensal.
5. Entregas feitas por ciclistas 5 /15(Divulgação)
A rede de franquias EcoBike Courier foi criada em 2011, com a ideia de realizar entregas de forma mais sustentável: por meio de bicicletas. Além do benefício ambiental e de saúde, a marca afirma que o custo do serviço é 30% menor do que o das entregas tradicionais. Hoje, o negócio está em sete cidades: Curitiba (lugar da primeira unidade do negócio), Porto Alegre, São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Cascavel e Recife. Faturamento: em Curitiba, uma unidade franqueada fatura 60 mil reais por mês, em média. Modelo único
Investimento inicial: de 60 mil reais até 120 mil reais (varia por região)
Prazo de retorno: 18 meses
6. Festas em um ônibus 6 /15(Divulgação)
A Walking Party é uma franquia de ônibus-balada: o cliente pode fazer sua festa enquanto passa por pontos turísticos de um local. As unidades trabalham com aniversários, festas de 15 anos, depedidas de solteiro e de solteira e eventos corporativos, por exemplo. Também há tipos de transporte cada tamanho de festa: desde limusines até ônibus biarticulados. A rede de franquias possui 20 unidades em operação atualmente. Faturamento: o faturamento médio mensal de uma unidade é de 30 mil reais. Modelo único
Investimento inicial: 80 mil reais
Prazo de retorno: 12 meses
7. Kit para cultivar cogumelos em casa 7 /15(Divulgação)
Já pensou em ter cogumos cultivados na sua própria casa? A Mushgarden já. O negócio, criado em 2013, surgiu quando o analista de sistemas Francisco Brianezi procurava um novo hobby. Pesquisando, encontrou nos Estados Unidos um produto parecido com o que viria a ser a Mushgarden. Então, o empreendedor passou a desenvolver o produto, cultivando diversos cogumelos. Com o modelo já testado, hoje o negócio vende um kit com compostos orgânicos e um borrifador de água. Cada kit custa entre 39,90 reais e 44,90 reais. Faturamento: o faturamento médio mensal é de 25 mil reais.
8. Namorado e namorada de mentira 8 /15(Divulgação)
O Namoro Fake é um site polêmico, no qual você pode alugar um namorado ou namorada falso para fingir estar em um relacionamento de amizade ou amoroso no Facebook. A ideia foi pensada por Flavio Estevam em 2013, após ver amigos simulando um namoro nas redes para gerar ciúmes. Há diversas opções de planos no Namoro Fake, indo de 29,90 reais até 150 reais. O site informa que já atendeu mais de 30 mil clientes de 26 países e que, no ano que vem, irá participar também da rede chinesa RenRen. Faturamento: em 2015 (até agora), o Namoro Fake faturou 400 mil reais.
9. Padaria drive-thru 9 /15(Divulgação)
A Pão To Go é uma rede de franquias de padarias drive-thru: nelas, é possível retirar pães, frios e leite, por exemplo, sem sair do carro. O negócio foi criado em 2013, quando o empresário Tom Ricetti teve de esperar duas horas para comprar pães na véspera do Natal. A Pão To Go oferece mais de 100 produtos no seu cardápio e faz parcerias em cada local de funcionamento. Hoje, são 19 unidades em operação e outras 100 já foram comercializadas. Faturamento: o faturamento médio mensal de uma unidade é de 60 mil reais. Modelo único
Investimento inicial: 249 mil reais
Prazo de retorno: 24 meses
10. Pechinchador profissional 10 /15(Divulgação)
Em abril deste ano, os sócios Cristiane Colussi Vieira, José Ulysses Vieira e Nathalia Arcuri resolveram aproveitar a experiência que tinham em negociações financeiras para criar sua própria empresa de pechinchadores profisionais. A ideia surgiu quando Cristiane conseguiu economizar 30% do valor total da construção da sua casa, apenas pela barganha. Nessa hora, ela percebeu que havia uma falta de negociadores profissionais para pessoas físicas. Essa experiência deu tão certo que virou uma empresa: a Personal Pechincha. Após o suceso, o marido de Cristiane, José Ulysses, resolveu entrar no negócio. Nathalia, outra especialista em negociação, também aderiu. O Personal Pechincha lucra ao cobrar uma parte do desconto conseguido para seus clientes. Faturamento: o faturamento médio mensal é de 50 mil reais.
11. Pedidos de casamento personalizados 11 /15(Divulgação)
As amigas Bruna Brito e Thaís Martarello costumavam ouvir diversas queixas sobre pedidos de casamento sem criatividade ou até inexistentes. As empreendedoras, então, resolveram organizar os pedidos de alguns amigos. Com o resultado positivo dessa operação, viram que tinham uma ideia de negócio em mãos. No ano passado ,elas largaram definitivamente suas carreiras para fundar a empresa O Pedido. O foco do negócio é apenas em planejar pedidos criativos, e não nos casamentos em si. Ao todo, mais de 50 propostas já foram elaboradas pela empresa. Faturamento: em 2015 (até agora), o faturamento é de 100 mil reais.
12. Personal trainer apenas para noivas 12 /15(Divulgação)
Ser personal trainer é uma profissão comum atualmente. Mas o Noiva em Forma, criado pelas empreendedoras Carina Rosin e Flavia Picolo em 2010, é especializado apenas nas mulheres que têm como meta emagrecer para o casamento. A ideia começou a ser formada depois que Carina fez sua cunhada emagrecer alguns quilos antes do casamento, em um curto período de tempo. O resultado dessa empreitada foram dez quilos a menos e uma ideia de negócio. Hoje, o Noiva em Forma atende 30 mulheres por mês e possui 16 funcionários. Os preços variam de 960 até 2000 reais por mês, dependendo da quantidade de aulas semanais. Faturamento: 50 mil reais por mês, em média.
13. Salas de escape (para descontrair) 13 /15(Divulgação)
A Escape60 foi inaugurada
em junho deste ano tendo por inspiração uma forma de divertimento comum em jogos de computador e em espaços físicos nos Estados Unidos: as salas de escape. Nelas, é preciso procurar pistas espalhadas em um ambiente para achar a solução de um mistério. Após o sucesso da primeira casa, na Vila Olímpia (São Paulo), o negócio virou uma rede de franquias. Quatro unidades franqueadas serão inauguradas até janeiro de 2016.
Faturamento: uma unidade franqueada fatura 175 mil reais por mês, em média.
Modelo único
Investimento inicial: 350 mil reais (para negócio com três salas)
Prazo de retorno: de 18 até 24 meses
14. Venda de asfalto 14 /15(Divulgação)
A Único Asfaltos, como o próprio nome diz, é uma franquia que pretende popularizar o uso do asfalto em ruas, praças e calçadas, no lugar do cimento. Os franqueados vendem uma massa asfaltática instantânea em sacos chamados "+Fácil Asfaltos". Na aplicação, basta preencher o local com o produto e compactar. A marca já possui 25 unidades em operação, sendo que três são próprias. Faturamento: o faturamento médio mensal de uma unidade é de 150 mil reais. Modelo único
Investimento inicial: 264 mil reais
Prazo de retorno: 7 meses
15. Ficou inspirado? Veja como começar sua própria empresa: 15 /15(Thinkstock)