São Paulo – Da garagem de casa, um grupo de empreendedores, sem tirar os olhos das telas dos computadores, sonha em ser o novo Instagram ou Waze. Bilhões de dólares em aquisições e muito glamour são apostas quase certas. “Os cases de startups que explodem e são um sucesso são raros. É preciso trabalhar e dedicar muito ao negócio”, diz Camila Farani, diretora no Gávea Angels e co-fundadora do Lab22. Para ela, o mundo do empreendedorismo digital está glamourizado até demais.
Para atrair consumidores, muitos empreendedores recorrem a ações de marketing nas redes sociais, mas não vão para rua apresentar seu produto ou serviço. “Você pode ir até uma associação comercial e fazer uma parceria para vender seu produto”, ensina Guilherme Junqueira, diretor executivo da Associação Brasileira de Startups (ABStartups). Ele afirma que é um clichê que as ações de marketing de uma startup tenham que ficar concentradas na internet. Veja esse e outros clichês que os empreendedores do meio ainda acreditam, mas precisam abandonar de vez, o quanto antes.
1. Não contar a ideia a ninguém
Compartilhar a ideia de negócio com outras pessoas é a forma mais barata e fácil de desenvolver o produto ou serviço. O medo de que outros empreendedores copiem a ideia pode acabar travando o desenvolvimento do negócio.
“Você pode encontrar alguém que melhore a sua ideia ou que tenha a mesma visão que você”, diz Junqueira. Ele conta que investidores focam no poder de execução do empreendedor e não na ideia que ele não quer compartilhar com qualquer pessoa.
2. A sua ideia é muito inovadora
Muitos empreendedores clamam que a sua ideia é a mais inovadora, mas a maioria faz esse tipo de afirmação sem nenhum embasamento de pesquisa ou números de mercado. “É uma das formas para persuadir o investidor, mas o investidor experiente consegue identificar se a ideia é realmente inovadora”, diz Camila.
3. Precisa de muito dinheiro para montar a startup
Existem várias maneiras para captar recursos e colocar a sua ideia de negócio em ação. Incubadoras, universidades e crowdfunding são alguns exemplos para quem ainda está apenas começando.
Junqueira explica que muitos empreendedores acreditam que a construção de um protótipo só é possível se tiver um investimento. “Eu pergunto: 'você tem carro? Por que você não vende e usa o dinheiro para testar a sua ideia?'. Ele não quer correr o risco, mas quer terceirizar esse risco”, conta.
4. Startup não é empresa
O sucesso e a consistência de uma startup dependem da sua equipe e da capacidade de gestão do líder. “Ele acha que é muito diferente ter uma padaria e ter uma startup. Mas, chega a um determinado momento que não é”, afirma Junqueira. Eventualmente, donos de startups terão que lidar com burocracias como qualquer outra empresa e o empreendedor precisa ter noções de gestão.
5. Precisa saber de programação
A maioria das startups necessita de programadores ou desenvolvedores para que a ideia de negócio saia do papel. Mas, é um clichê acreditar que o empreendedor que não domina essa área precisa aprender para fazer a ideia dar certo. “Você não precisa saber tudo de desenvolvimento, pode buscar um sócio que domine essa área”, diz Junqueira.
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1. App na mão, dinheiro no bolso
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1/10 (PhotoAlto/Frederic Cirou/Getty Images)
São Paulo – Um mercado virtual de centenas de bilhões de dólares com alto potencial de mudar a vida das pessoas. Os aplicativos já são parada obrigatória da maioria das empresas. Segundo a consultoria Morgan Stanley, o Brasil já tem mais de 70 milhões de smartphones, sendo o quarto maior do mundo em uso dos aparelhos. Outro estudo, desta vez feito pela Appnation, diz que os apps devem movimentar 151 bilhões de dólares em 2017, mais do que o dobro do valor atual. Além disso, seu uso vai além das telinhas de celulares e tablets. Carros inteligentes e televisores vão ajudar a impulsionar o mercado. As oportunidades de negócios surgem a cada dia. “O Whatsapp nasceu para o smartphone e já foi comprado, e a tendência de que o fenômeno se repita é alta. As próximas compras de alto valor no setor de tecnologia devem envolver algum produto mobile também. O mercado mostra que o investidor está pagando alto para quem faz mobile do jeito certo”, explica Victor Lima, gerente de mobile aqui da Concrete Solutions. Com a ajuda de Lima e dos investidores Camila Farani e Cassio Spina, EXAME.com selecionou alguns exemplos bem sucedidos no mercado de apps.
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2. Easy Taxi
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2/10 (Divulgação)
Com investimentos que passam os 30 milhões de reais, o Easy Taxi é um dos exemplos brasileiros de empreendedor no mercado de app. “O aplicativo, líder de chamadas de táxi, fundado por Tallis Gomes, está hoje presente em vários países e pode ser considerado um dos principais no mundo”, diz Camila. Aplicando um modelo internacional no Brasil, estima-se que o app fature alguns milhões de reais ao ano. “O segredo deste tipo de aplicativo é resolver bem um problema que é muito comum”, diz Lima.
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3. Northcube AB
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3/10 (Montagem/Place.it/EXAME.com)
A desenvolvedora de apps sueca é a responsável por um dos aplicativos mais bem sucedidos nas lojas de apps, o Sleep Cycle Alarm Clock, que, através do sensor do celular, documenta os movimentos e faz relatórios sobre a qualidade do sono. O app é o mais baixado, entre as opções pagas, em ao menos seis países, como Estados Unidos, Japão e França.
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4. GrubHub
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4/10 (Divulgação/GrubHub)
O GrubHub é um dos maiores apps de delivery online do mundo. “Recentemente, a empresa foi a público, captando 100 milhões de dólares no seu IPO”, diz Camila. Inspiração para vários casos brasileiros, o app processa mais de 150 mil pedidos por dia e fica com até 17% de cada um. No ano passado, teve vendas de 130 milhões de dólares.
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5. Movile
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5/10 (Luísa Melo/Exame.com)
Com dois escritórios em São Paulo, a Movile também é um case nacional. Especializada em apps e games, a empresa cresce 40% ao ano e tem investido forte no mercado. No ano passado, por exemplo, fez um aporte de 5,5 milhões de reais no app de delivery iFood. “A empresa brasileira conseguiu chegar ao primeiro lugar entre os que mais faturam da Apple Store americana, na categoria kids, com o app PlayKids”, diz Lima. A empresa tem mais de 300 colaboradores e serviços em cinco países além do Brasil, totalizando 15 milhões de pessoas usando suas soluções.
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6. ZoeMob
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6/10 (Daniela Toviansky)
Mais um exemplo brasileiro, o ZoeMob é um serviço móvel para que os pais monitorem os filhos através dos celulares. No ano passado, a empresa recebeu um aporte de 1 milhão de reais do fundo e-Bricks Digital. O faturamento da empresa é estimado na casa dos 4 milhões de reais.
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7. Whatsapp, WeChat e Line
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7/10 (tecnomovida/Flickr)
Um dos casos de aquisição bilionária mais recentes, o Whatsapp, não poderia ficar de fora da lista, assim como outros apps de mensagens, como o WeChat e o Line. “Em 2013, os aplicativos de ‘social messaging’ começaram a solidificar suas receitas por meio de modelos ‘freemium’. Outra forma de faturamento desse tipo de apps é o que chamamos de compras ‘in-app’, serviços diferenciados dentro do aplicativo que são cobrados, como mais emoticons”, explica Lima.
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8. Open Table
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8/10 (Divulgação/Open Table)
Criado em 1998, o Open Table é o maior aplicativo de reservas do mundo e tem mais de 35 mil restaurantes. “Pode ser considerado hoje um dos grandes cases de startups. Fundado por Chuck Templeton, em 1998, passou por algumas rodadas grandes de investimento e hoje possui receita anual de 190 milhões de dólares, com valor de mercado na ordem de 1,8 bilhão de dólares”, explica Camila.
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9. King
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9/10 (Andrew Harrer/Bloomberg)
O mercado de games em aparelhos móveis é um dos que mais movimentam dinheiro. Os especialistas lembram dois casos impactantes deste setor: a Rovio, com o Angry Birds, e a King, com o Candy Crush. “É importante observar também que a área de jogos é uma área à parte, que gera bastante faturamento e deve ser separada do geral porque contamina as métricas”, diz Lima. A primeira tem faturamento na casa dos 150 milhões de euros e a segunda, de 1,8 bilhão de dólares.
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10. Agora, leia mais dicas para empreendedores
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10/10 (Reprodução/Agendor)