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5 atitudes empreendedoras que nenhum curso vai lhe ensinar

Quer empreender, mas acha que apenas estudar sobre o tema é suficiente? Confira o que você pode estar perdendo com isso:

Em um mar de livros: a prática é, de longe, a que mais gera experiência para o dono de negócio (Thinkstock)

Mariana Fonseca

Publicado em 4 de julho de 2016 às 15h37.

São Paulo – Todos os futuros empreendedores já se perguntaram: será que apenas estudar é garantia de que meu negócio será bem sucedido? Ou o contrário: será que minha empresa irá se dar bem, mesmo que eu não tenha lido muito sobre empreendedorismo ?

Na verdade, tanto a teoria quanto a prática são essenciais para empreender. “As duas são sempre importantes: fazer a prática sem conhecer a teoria gera erros por simples falta de pesquisa; porém, só teoria também gera um desconhecimento do mercado na realidade”, ressalta Heloisa Motoki, sócia da Rede Mulher Empreendedora.

“Se você parte de alguma teoria básica, não irá errar tanto assim no começo. Isso porque você já possui algumas lições aprendidas por pessoas que obtiveram sucesso”, complementa Marllon Calaes, da consultoria empreendedora Experimental e do Aussi, um aplicativo mobile voltado para ajudar os empresários de pequeno porte.

Porém, todos os especialistas consultados por EXAME.com são unânimes em dizer que a prática é, de longe, a que mais gera experiência para o dono de negócio. Inclusive, há atitudes que só podem ser aprendidas por meio da vivência dentro de um empreendimento.

“As pessoas comuns, diante de uma época de crise econômica, são aquelas que ficam chorando. O empreendedor é o que parte para a ação”, resume Joaquim Xavier, gerente do Sebrae de São Paulo. “Ficar só na teoria é como ter duzentas horas de aula sobre fazer pizza e nunca colocar a mão na massa. É preciso fazer as primeiras pizzas e deixar que elas queimem. Nas próximas vezes, você já saberá qual o ponto correto.”

Quer empreender, mas ainda está apenas na teoria? Saiba quais atitudes você deixará de desenvolver enquanto não partir para a ação:

1. Aprender a correr riscos (de verdade)

Estar preparado para tomar decisões arriscadas é algo que todo curso de empreendedorismo aconselha. Porém, o dono de um negócio só pode sentir isso de verdade quando todo seu dinheiro está aplicado na empresa e é preciso pensar nos próximos passos.

“A propensão a riscos assume uma outra feição quando a situação vira realidade – ou seja, quando você apostou seu último centavo na empresa e ela depende apenas de você mesmo”, diz Calaes, da Experimental. “Você pode até fazer um projeto de viabilidade, mas nunca irá prever todos os possíveis desdobramentos que podem ocorrer com seu empreendimento diante da prática.”

Apesar dessa situação de incerteza, nem sempre o medo de falhar é algo ruim, afirma Xavier, do Sebrae de São Paulo. Na verdade, um bom empreendedor é o que faz a análise dos riscos que assume. “É bom para o empreendedor ter medo, porque isso coloca um freio diante uma incerteza que de fato existe: ele passa a buscar mais informações e isso transforma o ‘risco’ em ‘risco calculado’.”

2. Realmente conhecer o seu cliente

Todo curso de empreendedorismo também fala sobre determinar o público-alvo do seu negócio. Porém, é na prática que os detalhes surgem – e são estes que realmente importam.

“Por exemplo, as aulas podem até dizer que o público-alvo do setor em que seu negócio se insere são as mulheres. Porém, o empreendedor peca na hora de especificar: como é que se comporta a mulher que compra da minha empresa?”, explica Heloisa, da Rede Mulher Empreendedora. “Quanto mais eficiente for esse processo de conhecimento, melhor. É menos dinheiro jogado fora com ações de publicidade não segmentadas o suficiente, também para dar um exemplo.”

Calaes reforça o conselho e recomenda fazer um perfil do seu consumidor, a partir do contato diário com esse público. “A escuta ativa do cliente só pode ocorrer na prática, e não lendo um monte de material sobre como eles são. Cada negócio tem uma experiência diferente com o cliente, e é por isso que ouvi-lo na prática é importante.”

3. Abrir mão de todas as responsabilidades

Heloisa conta que muitas empreendedoras que atende não conseguem desenvolver direito seus negócios porque centralizam todas as tarefas nelas mesmas.

“A gente até sabe que é preciso delegar, mas ainda há a insegurança de o trabalho não sair do jeito esperado. Tanto na relação com sócios quanto com funcionários, essa centralização atrapalha a gestão do negócio”, diz a empreendedora. O dono do negócio fica sobrecarregado e a empresa não rende tanto quanto poderia, diante da falta de mão-de-obra.

“Saber como dividir as atividades de forma eficiente é algo que vem com a experiência. Com o tempo, você abandona a insegurança e sabe como esse processo funciona na prática.”

4. Fazer networking

Todo empreendedor que já fez algum curso sabe a importância do networking para os negócios. Porém, como formar contatos sem ser uma pessoa chata e insistente? É aí que a prática é fundamental.

“Muitas vezes, o empreendedor sabe como o networking é fundamental para sua empresa. Mas a forma ideal de abordagem e apresentação do negócio só é realmente aprendida na prática. É preciso dar a cara a bater e ver o que funciona ou não: não é algo que se ensina”, diz Heloisa, da Rede Mulher Empreendedora.

O empreendedor de pequeno e médio porte costuma ter o comportamento de “lobo solitário”, como já percebemos na dica anterior: acreditam que é possível fazer tudo sozinho. “Porém, é importante saber usar seus contatos para gerar novos contratos e parcerias; para colher informações; e para conseguir feedbacks, por exemplo”, completa Xavier, do Sebrae de São Paulo.

5. Ter resiliência

Por fim, a principal atitude que você não aprenderá em cursos é justamente a que separa o empreendedor de verdade dos sonhadores: a resiliência, ou capacidade de resistir aos golpes que a vida empresarial lhe dá. Teoria nenhuma ensina isso.

“Na grande maioria das vezes, o primeiro modelo de negócios que você apresenta ao mercado não é o mesmo que será levado ao longo da vida de empreendedor. Você passará por altos e baixos: quando for reformular o produto após a prototipagem ou quando novos concorrentes forçarem a adaptação, por exemplo”, diz Calaes, da Experimental. “O empreendedor precisa apanhar do mercado, porque é isso que o torna resiliente.”

São Paulo – Quais são os erros mais comuns que os empreendedores de primeira viagem cometem? Essa é uma pergunta que todo futuro dono de negócio deve fazer, já que aprender com as falhas de outros empreendedores traz dois benefícios. Primeiro, você se sente mais seguro – afinal, percebe que todo mundo pode e deve errar na jornada de abertura de uma empresa. Ao mesmo tempo, pode começar seu negócio já evitando algumas falhas mais básicas, o que poupa tempo e dinheiro. A mesma pergunta que abre esta matéria surgiu na rede social Quora. Hoje, esse tópico já possui mais de 100 respostas de empreendedores, investidores e mentores que resolveram compartilhar seus próprios erros ou os erros que mais veem, com o objetivo de ajudar quem ainda vai abrir um negócio. EXAME.com selecionou os melhores depoimentos dados na rede social. Portanto, navegue pelos slides acima e confira quais os principais erros cometidos por empreendedores de primeira viagem. Aprender com eles é mais um passo na direção do sucesso !
  • 2. 1. Não pesquisar seu mercado o suficiente

    2 /14(Thinkstock)

  • Veja também

    Saber mais sobre onde você vai atuar parece óbvio, mas é um erro que muitos empreendedores de primeira viagem cometem: eles enxergam uma oportunidade e abrem a empresa, sem ver antes se já há concorrentes ou consumidores, por exemplo. "Pesquisa é a chave para saber se seu negócio pode ser um sucesso. Use seu tempo para aprender sobre o mercado, ache seus clientes e aprenda o que eles precisam, e informações do tipo", aconselha Alyce Johnson, fundadora do newstability.com. "Fazer o estudo correto pode ajudá-lo a validar sua ideia e seu modelo de negócios antes mesmo que você vá ao mercado."
  • 3. 2. Apaixonar-se por uma ideia (e ignorar toda crítica)

    3 /14(Thinkstock)

  • É bom gostar do seu negócio. Mas você precisa estar lúcido o suficiente para saber criticá-lo, quando preciso. “A partir do momento que você se apega emocionalmente a uma ideia, você perde a objetividade”, sentencia o empreendedor serial Rajesh Setty. “Com isso, você vive em uma bolha. Por exemplo: você pede feedbacks, mas realmente ouve apenas os que apoiam sua ideia; ou você considera que suas suposições são fatos. Ao invés de reviver sua aventura empreendedora, você apenas fortalece sua opiniões, que pode ser refutada diante de uma nova realidade.” Saiba quando um empreendedor deve ouvir sua intuição.
  • 4. 3. Achar que irá ganhar dinheiro instantaneamente

    4 /14(SIphotography/Thinkstock)

    Um dos maiores erros dos empreendedores é não imaginar que suas ideias podem demorar meses ou anos para renderem aquilo que foi gasto – e mais ainda para gerar lucro. “Você precisa de mais capital do que apenas o mínimo para cobrir custos de infraestrutura”, alerta o empreendedor Peter Baskerville. “É uma grande falha não perceber a importância do fluxo de caixa, muito além do lucro. Você precisa manter uma reserva de 10 a 13 semanas de capital de giro para sobreviver.” Entenda mais sobre o que é e para que servem o fluxo de caixa e o capital de giro, além de saber quanto dinheiro deve ser guardado para o capital de giro.
  • 5. 4. Trabalhar até a exaustão e acumular mil e uma tarefas

    5 /14(Jupiterimages/Thinkstock)

    É comum que muitos fundadores sintam que devem trabalhar 100 horas por semana. Porém, uma venda bem-sucedida de startup costuma levar de sete a dez anos, diz Lucas Carlson, do AppFog. Afinal, se você não tirar um tempo para cuidar de você mesmo, ninguém irá. E é preciso que o fundador esteja bem para que possa dar atenção aos outros membros também. “Será que o fundador de uma empresa recém-inaugurada precisa mesmo gastar seu tempo avaliando cada alternativa dentro da área de recursos humanos, por exemplo, no lugar de focar no produto e nos clientes?”, pergunta o empreendedor. “Algumas pessoas acham que ser CEO quer dizer estar envolvido em tudo. Mas isso, na verdade, só atrapalha e retarda o progresso do negócio. Cerque-se de pessoas inteligentes e delegue, delegue e delegue.”
  • 6. 5. Fazer tudo pela metade

    6 /14(Michael Blann/Bloomberg)

    Mesmo que seja bom não trabalhar de forma absurda, também não dá para tocar uma ideia de negócio como se fosse apenas um projetinho paralelo. “Eu já tentei fazer isso diversas vezes, e não funciona”, diz Lucas Carlson, fundador do AppFog. “Não quero dizer que é impossível começar um empreendimento de forma paralela, mas sim que, para transformar sua ideia em algo que possa atrair investimento, você deverá tomar a decisão de trabalhar integralmente alguma hora. Ninguém irá aportar se você não fizer aquilo o tempo todo, não importa quão boa seja a ideia.”
  • 7. 6. Achar que atuar como sempre atuou é suficiente

    7 /14(Thinkstock/g-stockstudio)

    Um erro muito cometido por empreendedores de primeira viagem é achar que as soluções corporativas funcionam no mundo das startups. “Você está em uma luta pela sobrevivência, e não apenas fazendo seu papel em uma decisão de comitê administrativo”, explica o empreendedor Peter Baskerville. “Uma startup não é apenas uma corporação em pequena escala: ela requer uma abordagem completamente diferente em termos de desenvolvimento. Há um modelo de negócios, e não apenas um plano; há o desenvolvimento de um mercado, e não apenas de um produto; e há a administração empreendedora/lean, e não corporativa/estratégica.”
  • 8. 7. Esperar o produto ficar perfeito e então lançar

    8 /14(Thinkstock)

    Assim que possível, entregue seu produto ou serviço na mão de potenciais consumidores, aconselha o mentor Lonnie Sciambi. “Isso gera um potencial retorno financeiro e também feedback. Quanto mais cedo você testar seu produto, mais cedo ele ficará melhor. Dinheiro, um novo cliente e feedback superam a perfeição, todas as vezes!”
  • 9. 8. Achar que preço baixo é a chave do sucesso

    9 /14(evgenyatamanenko/Thinkstock)

    Você acha que praticar preços baixos já é uma garantia de que você irá superar os concorrentes? Pois está errado. "Nós tentamos competir em questão de preço quando começamos e, em retrospecto, vejo que essa era a dimensão errada para competir", diz Anand Sanwal, cofundador da CB Insights. "Agora, porque nosso preço é baseado em valor, cobramos mais de dez vezes o que cobrávamos, e focamos nos tipos corretos de clientes nas qualidades certas do nosso produto para atendê-los." O conselho também vale para os empreendedores que querem atender todo mundo e, para isso, criam mil e uma faixas de preço. "Quando nós abrimos, há quatro anos e meio, tentamos ter um preço para grandes empresas e para startups. Eu tinha medo de escolher um mercado, porque 'ter opções' parecia uma boa ideia. Percebemos rápido que escolher um mercado dá claridade para nossa mensagem e abordagem."
  • 10. 9. Comprometer muito dinheiro no começo do negócio

    10 /14(Thinkstock)

    Quando um empreendedor vê um primeiro sinal de sucesso em sua empresa, a tendência é começar a assumir compromissos, já projetando que os tempos de bonança continuarão para sempre. “Não estou falando para você ser pessimista e ver apenas o copo vazio, mas o seu copo também não deveria estar transbordando”, afirma o empreendedor e mentor Lonnie Sciambi. “Seja um duro realista, especialmente quanto a licenças de equipamento e contratos de locação. Continue a atuar como se você fosse quebrar amanhã, e administre seu dinheiro segundo esse pensamento.”
  • 11. 10. Não colocar a casa em ordem

    11 /14(Thinkstock)

    Em toda empresa é preciso organizar as diversas áreas do negócio – o que inclui manter documentação e contabilidade em dia. “É fácil para uma startup que cresce rápido deixar essas obrigações passarem. Porém, se seu objetivo é vender a empresa ou conseguir um investimento, é melhor manter tudo arrumado agora do que ter de fazer isso às pressas depois”, diz o investidor Muril Ravi. Isso não significa que você precise fazer isso por conta própria: segundo Ravi, pagar um profissional para regularizar sua empresa é um dinheiro bem investido. Veja como e por quanto tempo você deve guardar os documentos da sua empresa e saiba como registrá-la. Também aprenda como organizar as contas do negócio.
  • 12. 11. Fazer contratações ruins

    12 /14(Thinkstock)

    O time é a parte mais importante de uma startup, e uma má contratação pode fazer que seu negócio vá para o buraco. Por isso, contrate por habilidade, inteligência e tenacidade, aconselha Evan Reas, co-fundador da Hawthorne Labs. “É fácil cair na armadilha de contratar pessoas que são apenas ‘boas o suficiente’ quando a startup está tentando crescer rápido, mas isso pode ser fatal.” Outro erro de contratação é sair pedindo candidatos com cinco ou dez anos de experiência sem ao menos olhar para todos que se inscreveram. “Pessoas em startups precisam estar aprendendo constantemente e essa habilidade deveria ser colocada acima dos anos de trabalho”, defende o empreendedor.
  • 13. 12. Ficar lendo muito e executando pouco

    13 /14(Getty Images)

    Por fim, um conselho que você deveria pôr em prática já: ler menos e executar mais. “Ler é ótimo, e é importante que empreendedores compreendam insights que foram aprendidos após muito esforço pela comunidade de negócios e tecnologia. Fazer nenhuma leitura é tão ruim quanto ler demais", diz o investidor Patrick Mathieson.  "Porém, entenda que seu sucesso ou fracasso no mundo do empreendedorismo terá menos a ver com seu conhecimento teórico de negócios e mais com quão bem você resolve os problemas para um grupo específico de pessoas. Saber fazer isso só é possível por meio de pesquisa direta, e não de segunda mão.”
  • 14. Agora, confira como passar por tempos difíceis:

    14 /14(Thinkstock)

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