Mulher entra no facebook em laptop (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2013 às 11h25.
São Paulo – Cada vez mais promissor, o marketing digital pode fazer com que pequenas empresas atinjam um alcance enorme, sem gastar fortunas com publicidade. Mais democrático, os especialistas enxergam este como o meio de divulgação mais poderoso dos próximos anos. O problema é que, como quase tudo na internet, a informalização e o jeitinho reinam.
Com isso, muitos empreendedores não dão a devida importância e acabam criando ações improvisadas, sem métricas nem objetivos bem definidos. Para acabar com os mitos sobre marketing digital, os especialistas Thiago Costa, professor de comunicação e mídias sociais da Faap, e André Siqueira, diretor de marketing e sócio-fundador da Resultados Digitais, falam sobre as principais ideias equivocadas sobre o assunto que muita gente ainda tem.
1. E-mail marketing sempre compensa
Durante muito tempo, os empresários fizeram um uso indiscriminado do e-mail marketing. Enviando mensagens a muita gente, sem objetivos nem métricas de resultado. Alguns defendem que a era desta ferramenta está quase no fim e pode não valer a pena investir. “Se a gente pensar, já temos uma geração que nem lê e-mail mais. Dependendo do seu público-alvo, não faz sentido ter esse tipo de atividade”, indica Costa. Alguns empresários, no entanto, ainda estão comprando listas de e-mails e enviando mensagens sem critérios.
Para Siqueira, a estratégia com e-mail marketing pode ser boa, desde que bem pensada. “A gente vê muita gente achando que não funciona mais, que as pessoas estão nas mídias sociais. A gente sempre acreditou em mídias sociais, mas o e-mail marketing ainda é uma mídia poderosíssima, com taxas de cliques mais de 10 vezes maior que as mídias sociais”, diz Siqueira. A conclusão é que a ferramenta pode ser boa, se o seu público quiser receber as mensagens e tiver afinidade com este tipo de comunicação.
2. Sem dinheiro, não tem como ter presença online
Outro mito comum é de que as coisas só funcionam para empresas que investem muito dinheiro. É fato que o retorno pode ser proporcional ao investimento, mas é possível se destacar com estratégias bem elaboradas. “A gente ouve muito que o micro e pequeno tem dificuldade de orçamento, não tem dinheiro para fazer grandes ações, mas isso não significa que ele não vai poder fazer alguma coisa de forma profissional. Têm fornecedores no mercado que podem suprir necessidade de acordo com o recurso disponível”, explica Costa.
Vale mais a pena incluir este investimento no planejamento da empresa do que deixar a tarefa nas mãos de alguém que supostamente entende do assunto, como um parente ou colega sem capacitação. “Tem que dedicar o mínimo de tempo e dinheiro pra fazer bem, nem que sejam ações pontuais. Para e pensa, ou vai jogar dinheiro fora e gerar uma demanda que não vai conseguir atender depois”, diz o professor.
3. Na internet, tudo é de graça e rápido
Assim como é um equívoco pensar que toda estratégia de marketing digital custa caro, também não é verdade que o resultado acontece sem investimento. Mesmo investindo pouco, é preciso ainda investir tempo na produção de conteúdo relevante. “Aí se mistura um pouco o grátis com fácil, algumas empresas acham que por ter uma conta no Facebook já sabem fazer marketing digital. Existe um investimento em capacitação que é necessário. Se não for bem feito, não dá resultado. Se for bem feito, não é grátis”, indica Siqueira.
4. O importante é fazer barulho online
Quando uma campanha ganha status de viral, muita gente é impactada e o retorno tende a ser bastante lucrativo para a empresa. O problema está em gerar todo este buzz sem ter capacidade de atender a demanda. “O empreendedor precisa ter consciência de que há uma possibilidade boa de gerar demanda grande e ver se ele está pronto para atendê-la”, diz Costa.
Segundo ele, não há nada pior do que dizer ao cliente que não pode solucionar sua necessidade por falta de estoque. “Isso acaba com a credibilidade”, afirma. Isso acontece também quando o empresário busca vaidade e volume ao invés de qualidade e resultado. “Não adianta ter um milhão de pessoas e só falar de besteira, cosias que não têm a ver com o negócio. É preciso construir resultados”, afirma Siqueira.