Precoce (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2013 às 06h00.
São Paulo – Três a cada dez pequenas empresas abertas não sobrevivem aos dois primeiros anos de operação. A estatística do Sebrae mostra que o ambiente empreendedor brasileiro já evoluiu, mas ainda sofre com problemas básicos de gestão. “A negação de que o negócio não esta indo bem é o primeiro problema”, diz Aloisio Bueno Buoro, professor de estratégia do Insper.
Reconhecer que seu negócio precisa de ajustes e não ignorar os problemas são os passos iniciais para que a empresa não faça parte dos casos de mortalidade. “O empreendedor não entende ou enxerga que a capacitação profissional dele como empresário é uma cosia fundamental para alavancar a empresa. Dono que não exercita a gestão e não faz planejamento pode deixar de ser dono em um período curto”, indica Reinaldo Messias, consultor do Sebrae-SP.
Com as pessoas certas por perto, é possível driblar os desafios e conseguir sucesso. “Às vezes, na ansiedade de crescer ele não dá a atenção devida principalmente a trazer pessoas para o negócio dele que contrabalancem o perfil dele na gestão”, afirma Marcos Simões, diretor de operações da Endeavor.
1. Falta de caixa
Não é à toa que este é o primeiro item desta lista. Para todos os especialistas, a causa mortis mais comum e grave de pequenas empresas é o problema com caixa. “Qualquer negócio morre quando não tem caixa, não tem dinheiro para pagar as contas”, diz Buoro.
Para Messias, ter um bom controle financeiro é condição essencial para o negócio dar certo. “Identifique quanto esta entrando e saindo e para onde está indo esse recurso. É uma boa dieta para evitar que o mal da falência acabe com a empresa”, afirma o consultor do Sebrae/SP.
Fazer bem o fluxo de caixa é importante principalmente no começo do negócio. “Não é ser expert em gestão de fluxo de caixa, mas trazer alguém que equilibre esse perfil”, indica Simões.
2. Tudo em um cliente
Quando uma pequena empresa consegue um grande cliente costuma ser motivo de comemoração. Vale, no entanto, se preocupar com a quantidade de vendas que um único cliente representa. “É aquela famosa brincadeira que a gente faz com o empresário: quando dá um resfriado no grande, você vai ter uma pneumonia”, diz Messias. Organize seus clientes para não ter muitos negócios nas mãos de poucos. Se um deles desfizer o combinado, a empresa pode falir.
3. Ego acima do lucro
Um comportamento muito centralizador e controlador pode ser muito prejudicial para a empresa. “É o comportamento do ego acima da necessidade do negócio buscar ser melhor”, diz Buoro. Para Messias, ser mais aberto e aceitar colaboração é o caminho para crescer. “O empreendedor deveria gerir as pessoas privilegiando o conhecimento que elas podem trazer de fora e despertar confiança”, indica.
4. Demorar para reagir
Insistir nos erros é um problema que pode levar muitas empresas para o buraco. “Quando ele percebe que as coisas não estão indo bem, precisa juntar esforços dentro da própria empresa para buscar a melhor alternativa”, diz Messias.
Neste momento, a teimosia pode ser uma verdadeira inimiga. “É importante entender que a teimosia é o nome da persistência quando dá errado. O principal que ele tem que entender são as limitações dele como empreendedor”, indica Simões.