3 lições das redes Jin Jin e Morana para os novos negócios
Jae Ho Lee, diretor do Grupo Ornatus, fala sobre como se dar bem no mercado de franquias e da importância de ter paciência para crescer
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2012 às 06h00.
São Paulo – A história de empreendedorismo de Jae Ho Lee começa em 1992. Formado em administração de empresas, Lee funda a rede Jin Jin e inaugura a primeira loja em um shopping de São Paulo. O seu principal objetivo era virar uma rede de franquias. “A gente já começou para ser uma franqueadora”, conta.
Ele lembra que com a economia em época de inflação era fácil ganhar dinheiro no comércio. “A gente ganhou muito dinheiro. Tinha pay back em três ou quatro meses. Investia 120 mil dólares e ganhava 30 mil dólares por mês. Depois veio o plano real que mudou a regra do jogo”, diz.
Com a mudança do panorama econômico, a rede Jin Jin começou a amargar com sérias dificuldades financeiras, fruto de vícios de gestão de uma época com hiperinflação. Neste momento, Lee se afastou da empresa e começou a olhar para os outros negócios da família. “Em 2002, a família já tinha histórico de joias. A gente sempre trabalhou de fora para dentro e sempre procurou algum serviço ou produto que o consumidor estivesse demandando”, diz. Foi então que naquele mesmo ano ele criou a Morana, rede de franquias de acessórios.
Segundo ele, esses setores ainda têm muito potencial para crescer. “São setores que tem crescido a uma taxa de 30% ao ano”, diz. Hoje, essas duas redes somam mais de 200 unidades espalhadas pelo país.
O grupo Ornatus controla ainda as marcas Balonê e Jin Jin Sushi e planeja inaugurar novas bandeiras no país, como a rede MySandwich, em parceira com o grupo português Companhia das Sandes. “Tem que saber liderar processos com franqueados, ter conhecimento gerencial e técnico. Seja culinária asiática ou acessórios, tem que entender de produtos”, ensina.
1.Cresça com calma
Lee conta que um dos seus principais erros como empreendedor foi querer crescer além da sua capacidade. Com pouco tempo de operação, ele abriu uma unidade da Morana em Portugal e foi um fracasso. “Como empreendedor você fica muito tentado a abrir novas frentes e a gente acabou indo para o novo mercado enquanto tinha muita coisa aqui no Brasil”, diz.
Com um mercado diferente e uma marca crescendo quase 30% ao ano no Brasil, o empresário disse que não teve tempo nem força para cuidar da operação internacional. “Lá acabou virando uma distração”, explica.
Agora, com dez anos de mercado, a Morana volta a olhar para o mercado europeu. Com três lojas em Portugal, a empresa está aproveitando a crise para se fixar em pontos importantes do mercado português. “Quando a economia retomar, a gente quer estar posicionado em sete bons shoppings”, conta.
2.Planeje-se
“Se você tem 10 horas para derrubar uma árvore, passa nove horas afiando o machado. Com uma empresa, é a mesma coisa”, compara Lee. Para ele, um empresário precisa se planejar e pensar muito bem antes de colocar dinheiro em uma empresa. “Não tenha pressa ou vai acabar tomando decisões pela emoção e fazendo poucas contas”, ensina. Segundo ele, quase todo negócio tem grandes barreiras de entrada e bons concorrentes. “Tem gente sempre vendendo o seu produto”, diz.
O planejamento, no entanto, precisa de bom senso também. “Se colocar na ponta do lápis todos os problemas, desiste. Brasileiro é muito otimista e acha que no primeiro mês já vai dar dinheiro”, brinca.
3.Dê atenção ao franqueado
Como seu grupo nasceu no formato de franquia, Lee diz que dá muita atenção aos franqueados e ao modelo. Para ele, assim como o franqueador avalia o franqueado, o movimento inverso deve existir. “Franquia é um canal de distribuição, mas a pessoa tem que ter valores de franqueador”, diz.
O mais importante é que o franqueador enxergue o grupo de franqueados como pessoas diferentes, com expectativas e vontades distintas. “Tem que ter muita política e habilidade de comunicação. Franquia é quase um governo, é uma democracia que você faz a gestão e tem que ter muito carisma. Não é mero canal de distribuição. Esses modelos não se sustentam ao longo do tempo”, explica.
São Paulo – A história de empreendedorismo de Jae Ho Lee começa em 1992. Formado em administração de empresas, Lee funda a rede Jin Jin e inaugura a primeira loja em um shopping de São Paulo. O seu principal objetivo era virar uma rede de franquias. “A gente já começou para ser uma franqueadora”, conta.
Ele lembra que com a economia em época de inflação era fácil ganhar dinheiro no comércio. “A gente ganhou muito dinheiro. Tinha pay back em três ou quatro meses. Investia 120 mil dólares e ganhava 30 mil dólares por mês. Depois veio o plano real que mudou a regra do jogo”, diz.
Com a mudança do panorama econômico, a rede Jin Jin começou a amargar com sérias dificuldades financeiras, fruto de vícios de gestão de uma época com hiperinflação. Neste momento, Lee se afastou da empresa e começou a olhar para os outros negócios da família. “Em 2002, a família já tinha histórico de joias. A gente sempre trabalhou de fora para dentro e sempre procurou algum serviço ou produto que o consumidor estivesse demandando”, diz. Foi então que naquele mesmo ano ele criou a Morana, rede de franquias de acessórios.
Segundo ele, esses setores ainda têm muito potencial para crescer. “São setores que tem crescido a uma taxa de 30% ao ano”, diz. Hoje, essas duas redes somam mais de 200 unidades espalhadas pelo país.
O grupo Ornatus controla ainda as marcas Balonê e Jin Jin Sushi e planeja inaugurar novas bandeiras no país, como a rede MySandwich, em parceira com o grupo português Companhia das Sandes. “Tem que saber liderar processos com franqueados, ter conhecimento gerencial e técnico. Seja culinária asiática ou acessórios, tem que entender de produtos”, ensina.
1.Cresça com calma
Lee conta que um dos seus principais erros como empreendedor foi querer crescer além da sua capacidade. Com pouco tempo de operação, ele abriu uma unidade da Morana em Portugal e foi um fracasso. “Como empreendedor você fica muito tentado a abrir novas frentes e a gente acabou indo para o novo mercado enquanto tinha muita coisa aqui no Brasil”, diz.
Com um mercado diferente e uma marca crescendo quase 30% ao ano no Brasil, o empresário disse que não teve tempo nem força para cuidar da operação internacional. “Lá acabou virando uma distração”, explica.
Agora, com dez anos de mercado, a Morana volta a olhar para o mercado europeu. Com três lojas em Portugal, a empresa está aproveitando a crise para se fixar em pontos importantes do mercado português. “Quando a economia retomar, a gente quer estar posicionado em sete bons shoppings”, conta.
2.Planeje-se
“Se você tem 10 horas para derrubar uma árvore, passa nove horas afiando o machado. Com uma empresa, é a mesma coisa”, compara Lee. Para ele, um empresário precisa se planejar e pensar muito bem antes de colocar dinheiro em uma empresa. “Não tenha pressa ou vai acabar tomando decisões pela emoção e fazendo poucas contas”, ensina. Segundo ele, quase todo negócio tem grandes barreiras de entrada e bons concorrentes. “Tem gente sempre vendendo o seu produto”, diz.
O planejamento, no entanto, precisa de bom senso também. “Se colocar na ponta do lápis todos os problemas, desiste. Brasileiro é muito otimista e acha que no primeiro mês já vai dar dinheiro”, brinca.
3.Dê atenção ao franqueado
Como seu grupo nasceu no formato de franquia, Lee diz que dá muita atenção aos franqueados e ao modelo. Para ele, assim como o franqueador avalia o franqueado, o movimento inverso deve existir. “Franquia é um canal de distribuição, mas a pessoa tem que ter valores de franqueador”, diz.
O mais importante é que o franqueador enxergue o grupo de franqueados como pessoas diferentes, com expectativas e vontades distintas. “Tem que ter muita política e habilidade de comunicação. Franquia é quase um governo, é uma democracia que você faz a gestão e tem que ter muito carisma. Não é mero canal de distribuição. Esses modelos não se sustentam ao longo do tempo”, explica.