20 passos para você largar o emprego e realizar seus sonhos
Você odeia seu trabalho e sonha em realizar algo diferente na sua vida? Veja as dicas do coach Ben Arment no livro "Viva o ano dos seus sonhos"
Mariana Desidério
Publicado em 10 de setembro de 2015 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h33.
São Paulo – Você odeia seu trabalho e sonha em realizar algo diferente na sua vida? Saiba que você não está sozinho. E melhor: existe saída. No livro “Viva o ano dos seus sonhos – Como largar o trabalho que você odeia e conquistar a vida que sempre quis” (lançado mês passado no Brasil pela editora Benvirá), o autor Ben Arment procura justamente ajudar quem está insatisfeito com o trabalho e busca algo a mais. A obra é baseada no programa de coaching desenvolvido autor, batizado de “Dream Year” (Ano dos sonhos, em inglês). Pelo programa, aspirantes a empreendedores são desafiados a mudar de vida no período de um ano e finalmente realizarem o que nasceram para fazer. Além de reflexões e conselhos, o livro está recheado de exemplos de pessoas que conseguiram realizar esse sonho. “Há dois tipos de trabalho. O primeiro visa ao benefício e aos objetivos de outra pessoa. (...) O segundo tipo de trabalho visa ao seu próprio objetivo de vida. É difícil, claro, mas a razão por trás dele faz com que seja muito mais fácil levantar da cama de manhã”, diz o texto. Ficou interessado? Então navegue pelas fotos acima e veja 20 dicas de como dar esse salto em sua vida. Todas elas foram retiradas do livro de Arment.
Se você está insatisfeito com o seu emprego, use isso ao seu favor, recomenda Ben Arment. Segundo o autor, quando se sentem insatisfeitas, as pessoas em geral reagem com reclamação. Porém, essa não é a única alternativa. “Podemos usar as mesmas circunstâncias ruins para criar uma nova visão de futuro. Para isso precisamos aprender a encarar a insatisfação como uma dádiva. Afinal de contas, as insatisfações moldam os sonhos”, diz o livro. Então, identifique o que lhe incomoda e estude o que você pode fazer com isso.
“Todos nós temos sonhos que queremos realizar. Mas, como elegantes mendigos, nós os expomos como canecas vazias, esperando que alguém os financie, dê aprovação ou nos ofereça uma oportunidade”, diz o livro. Porém, segundo o autor, a melhor forma de ver seu sonho virar realidade é realiza-lo você mesmo. Como? Busque parceiros, economize dinheiro, seja criativo.
“O risco não é algo que nos faz sentir bem. Na verdade, é angustiante. Mas você pode se adaptar e se ajustar a ele.” O consultor garante que, com o tempo (e aquela dose de coragem), você irá se acostumar a não ter um emprego estável e conseguirá até “continuar agindo como um ser humano normal”, apesar dos riscos.
Como saber qual empreendimento lhe fará feliz? Procure as pistas em sua própria história, recomenda Arment. "Perceba que ter um sonho não quer dizer começar algo novo. Trata-se de redescobrir uma grande paixão que foi abandonada em favor de expectativas sociais, um falso senso de segurança, motivos mal concebidos ou um padrão de vida mais confortável”, diz o livro. Lembre-se ainda que descobrir seu sonho significa encontrar seu ponto ideal, aconselha o autor. O ponto ideal reúne quatro elementos: paixão, demanda, plataforma (o seu público) e dom.
Como disse Nelson Mandela, “Tudo parece impossível até que seja feito”. Portanto, não se abale se a sua ideia parecer maluca para as outras pessoas. “Ceticismo e desconfiança são barreiras bem-vindas que impedem que outras pessoas façam o que você faz”, diz Arment.
Já decidiu onde está o seu sonho? Agora é hora de entender do assunto. “Não há atalho para aprender coisas novas. Você precisa se submeter à humilhação de fazer perguntas, ao sofrimento de entender conceitos difíceis e ao tempo de dedicação para praticar o ofício”, afirma o consultor. Também é necessário desmistificar seu sonho, seja ele escrever um livro ou abrir um negócio. “Glorificamos escritores, mistificamos cineastas e tratamos líderes como celebridades, o que torna seu sucesso inatingível”, diz o livro.
Antes de começar a colocar seu sonho em prática, questione qual problema ele quer resolver. “Pode ser a falta de um bom restaurante em sua cidade”, simplifica Arment. Se perceber que seu sonho não resolve nenhum problema, é preciso reformulá-lo para que ele o faça.
Com essa resposta em mãos, busque quebrar as regras do seu setor e inovar. Ou seja, não seja apenas mais um, sob pena de não ser notado. Vá tentando melhorar até encontrar o modelo ideal para você. “Se não estão comprando, lendo, participando ou abraçando a causa, só há uma coisa a culpar: a fórmula. Nossa tarefa é continuar ajustando-a até que ouçamos o 'clique' da combinação correta”, recomenda Arment.
“Não se engane: seja seu sonho uma organização com ou sem fins lucrativos, um livro ou uma livraria seu objetivo é gerar receitas”, afirma o autor. Caso contrário, seu objetivo não passa de um hobby. Portanto, faça as contas e mantenha as receitas maiores do que as despesas. Busque formas de conseguir dinheiro com o seu sonho e diminua os gastos. “Se você não conseguir fazer seu sonho funcionar em uma planilha de cálculo, não conseguirá fazê-lo no mundo real”, sentencia Arment.
“[As pessoas] podem gostar da ideia, mas, se efetuar a compra for difícil demais, se for muito caro ou se não entenderem o que você está ofertando, elas desistirão”, afirma o autor. Por isso, crie “pacotes” de serviços que sejam compreensíveis ao seu cliente e que tenham preços variados para atender tanto o cliente que está conhecendo você agora quanto aquele que já experimentou seu produto e está disposto a gastar mais.
“Há algo de magnífico em um sonho não executado. É fácil, Ele existe perfeitamente em nossa mente. E podemos sonhar com ele quanto quisermos, sem nunca derramarmos uma gota de suor. Mas as grandes ideias não têm nenhum valor a menos que sejam executadas”, afirma Arment. Ele argumenta que, para de fato colocar seu sonho de pé, é preciso criar uma rotina de trabalho, mesmo que você tenha um emprego de 40 horas semanais, mesmo que você tenha filhos. É preciso conseguir tempo, sacrificar outros interesses e colocar seu projeto como prioridade.
Não fique esperando as condições ideais para começar seu projeto. “Desculpas servem apenas de distração em relação à parte mais importante do sonhar: o fazer. É a execução – não o conjunto perfeito de circunstâncias ou uma quantia suficiente de dinheiro – que dá vida a seu sonho”, aconselha o autor.
Para conseguir gerar dinheiro com o seu negócio, é preciso aprender a pedir. Ben Arment chama esse processo de aprender a “fazer chover”. “Pessoas que fazem chover geram renda pedindo. Pedem doações. Solicitam acordos e contratos. Pedem oportunidades. Pedem para se encontrar com líderes ou falar com eles por telefone. Solicitam publicidade, Criam ideias e pedem alguns minutos de seu tempo para apresentá-la”, explica.
Se aprender a pedir é difícil, insistir pode ser ainda mais penoso. Isso porque, segundo Arment, temos muito medo de sermos rejeitados. “Temos que aprender a encarar a rejeição com mais naturalidade”, afirma o autor. E a importância de insistir no pedido é simples: as pessoas estão ocupadas, recebem pedidos de outras pessoas, e às vezes não conseguem dar atenção ao seu projeto. “As pessoas não se opõem, apenas estão ocupadas”, reforça. Por isso, se não receber uma resposta, tente novamente.
Não basta ter um produto ou serviço interessante para as pessoas, é preciso criar uma experiência por trás disso. Essa será a forma como você se apresenta para o mundo. “As pessoas querem uma experiência marcante que não encontram em nenhum outro lugar. Ela inclui o design gráfico, mas é muito mais do que isso. É a sensação, a personalidade, a linguagem, o estilo e a abordagem geral de seu sonho”, afirma o autor.
Para que sua marca seja construída da forma correta, a dica é: contrate profissionais. Um logotipo ou um site feitos de forma amadora passam uma determinada mensagem para o público, diferente de um material feito por profissionais. Portanto, não queira fazer tudo sozinho.
De nada adianta ter uma ideia sensacional, se ninguém a conhece. Por isso, você precisa criar uma plataforma para você. Para isso, crie um blog, uma conta no Twitter, um canal no Youtube etc. Conte também com o público de amigos e conhecidos, ou ainda busque espaço na mídia. “Uma plataforma é a comunidade de pessoas que o seguem. Elas prestam atenção no que você faz ou diz, importam-se com suas opiniões, acompanham suas ofertas, compram seus produtos e compartilham seus interesses. Pode incluir seus seguidores nas mídias sociais, sua rede de amigos, seus atuais clientes ou os fãs do seu trabalho”, afirma o consultor.
É fundamental pensar como você vai lançar sua ideia para o mundo. Seu plano de marketing “pode incluir meios convencionais, como anúncios em revistas, comunicados à imprensa e mala direta, Mas não subestime abordagens menos convencionais como as mídias sociais, experiências transmídia, eventos ao vivo, festas, eventos abertos e publicidade boca a boca”, recomenda Arment.
Para permitir que você finalmente largue o emprego que você odeia, o seu sonho precisa se transformar em um negócio. “Se enxergar seu sonho apenas como um hobby, você sempre enfrentará dificuldades com o fluxo de caixa, seu impacto será pequeno e vai parecer que está começando do zero toda vez que se aventurar a realiza-lo”, afirma Arment. E como fazer para que ele não seja apenas um hobby? O conselho do autor é buscar uma forma de gerar mais receitas sem precisar investir mais tempo, ou seja, é preciso ganhar em escala. Verifique se é possível atender vários clientes e uma vez ou automatizar processos, ou reaproveitar um material já produzido.
Ao longo do caminho para realizar o seu sonho, é bem provável que você encontre obstáculos difíceis, como falta de dinheiro, respostas negativas a pedidos importantes, um imprevisto na família etc. Isso pode levá-lo a querer desistir. O recado de Arment é: não faça isso. “Permita que sua vontade vença seus impulsos”, recomenda. Para isso, o autor aconselha a prever de antemão quais dificuldades fariam com que você desistisse. Assim, você diminui a chance de se deixar levar pelo desespero de um imprevisto no meio do caminho. “A pior hora para pensar em parar é quando você está no meio do caminho.”