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10 sinais de que sua startup está dando errado

Você precisa conseguir mostrar tração real e ciclos curtos de venda para continuar a caminho do sucesso

Homem com a mão no rosto (.)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 12h46.

10 sinais de que sua startup está dando errado
Respondido por Fernando de la Riva, especialista em negócios digitais

Toda empresa precisa avaliar, periodicamente e frequentemente, se está no caminho certo. A validação ou não de hipóteses é o caminho mais certo para o sucesso e, ao avaliá-las, você deve tomar atitudes que passam por alterar a rota ou desistir e tentar um novo trajeto antes do seu dinheiro acabar. Neste caso, listei aqui alguns sinais de que sua startup está dando errado e é hora de fazer alguma coisa.

1. Você não tem controle sobre o seu “burn rate”: a definição de “burn rate” é a quantidade de dinheiro de caixa que você perde mensalmente com a sua startup. A equação mais dura sobre um novo negócio é que o seu tempo de vida é igual à quantidade de dinheiro que você tem no banco dividido pelo seu “burn rate”.

Ou seja, se você perceber que sua startup tem menos de seis meses de vida e que você não tem nenhum sinal claro de aumento na geração de caixa, provavelmente não vai dar tempo de um novo round de investimento. Para piorar, você ainda não está colocando na conta o custo de fechamento de uma empresa.

2. Ninguém parece querer o seu produto: o poder do autoengano é incrivelmente forte quando se trata de fundadores de startups. Nos tornamos fundadores porque somos apaixonados, e muitas vezes essa paixão impede que vejamos o óbvio: ninguém quer o produto.

Esse problema pode ser resolvido no limite com um “pivot” ou pior, se ninguém quer a sua visão de modelo de negócio, não existe solução. Você precisa conseguir mostrar tração real e ciclos curtos de venda para continuar a caminho do sucesso.

3. Começam a aparecer brigas de sócios: o sinal mais claro de uma pré-implosão causada por brigas de sócios é quando eles não conseguem mais pagar as suas contas pessoais e voltar ao emprego anterior é uma ideia que parece passar pela cabeça de todo mundo. Quando os sócios parecem não se entender mais, é hora de mudar a direção da startup.

4. A startup não é um projeto de tempo integral dos fundadores: se os fundadores não largaram seus empregos ou seus doutorados e pior: se algum dos fundadores não fez isso e outros fizeram, surge um início claro de briga de sócios, voltando ao item anterior.

A condição básica de sucesso de uma startup é você pensar nela 24 horas por dia e 7 dias por semana. Se essa regra não for obedecida por todos os sócios, você vai falhar.

5. Você tem sócios não-técnicos demais: em uma startup, todo mundo deve “sujar as mãos”. É preciso ter trabalho, e se na sua estrutura seus sócios são visionários instantâneos que não querem ou não conseguem ser mão de obra, sua startup não faz sentido.

Neste contexto, estou usando sócios técnicos no sentido amplo, significando pessoas capazes de fazer desenvolvimento de software, UX, marketing, etc.

6. Você está demorando demais para lançar o seu produto: você pode ter feito escolhas erradas sobre o que era seu produto mínimo viável ou simplesmente não sabe o que é um produto mínimo viável.

Fazer produtos grandes, a não ser que você seja a Embraer, é um sinal de que o medo está te impedindo de validar hipóteses. E se você não começar a validar hipóteses desde o início, a chance de sua startup dar errado é enorme.

7. Você está o tempo todo em conferências ou fazendo fundraising: se você é arroz de conferência ou está fazendo pitchs o tempo todo, você não está gastando seu tempo validando o modelo de negócios da sua startup, que é onde seu tempo deveria ser gasto.

Uma das célebres defesas do bootstraping (empreender sem investimento externo) é que se você não está fazendo fundraising talvez você esteja dentro de casa arrumando clientes e vendendo seu produto.

8. Você se tornou viciado em vaidade: a primeira regra de uma startup é ser enxuta. Se você está pensando muito no que as outras pessoas estão pensando de você, em saídas de imprensa ou em compra de camisetas antes de fazer seu produto ir para rua, pode ser mais um indício de que sua bússola empreendedora está maluca.

Uma sede muito grande, uma capa de revista ou um monte de funcionários só é bom para o ego. Qualquer coisa que não esteja na direção de validar seu modelo de negócios é só vaidade.

9. No fundo, você não sabe quem é o seu cliente: Marty Cagan tem uma boa frase nesse sentido – “market for the few”. A ideia é vender para um nicho pequeno e claro sobre o qual você entenda as dores e necessidades que você está tentando resolver.

O que move o setor de tecnologia, segundo Cagan, é a raiva: de não conseguir um taxi, de não conseguir alugar um apartamento, não conseguir um “date” ou não conseguir uma pizza na hora em que você quer.

Se você está mirando em um grupo muito grande, não vai conseguir analisar esses sentimentos e dar a solução para o problema deles, muito menos convencer alguém a te pagar por isso.

10. Algum grande competidor ou gatekeeper entrou no seu caminho: se o Facebook acaba de fazer “unbundling” (desacoplamento) de alguma funcionalidade que compete com o seu aplicativo ou trocou as regras de propaganda e isso te afeta diretamente, é sinal de que você deve reconsiderar seu negócio.

Se alguém na sua cadeia de valor acima ou abaixo subitamente se posiciona para competir com você, provavelmente seus diferenciais vão sumir e, com ele, o mercado que você estava querendo abordar.

Fernando de La Riva é diretor-executivo da Concrete Solutions, consultoria global de TI.

São Paulo – A maioria dos empreendedores sonha com o dia em que a sua startup revolucionará o mercado nacional e internacional. Reconhecimento do público e de especialistas do mercado são alguns sinais de que os donos de startups estão no caminho correto. Com a ajuda de Yuri Gitahy, membro do conselho da ABStartups, Guilherme Calheiros, diretor de Inovação e Competitividade Empresarial, do Porto Digital, Camila Farani, investidora-anjo, e Reinaldo Normand, empreendedor, EXAME.com listou as startups para você ficar de olho no ano que vem.
  • 2. Theranos

    2 /10(Divulgação/Theranos)

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    A empreendedora Elizabeth Holmes é fundadora e CEO da Theranos, startup que revolucionou o mercado de saúde dos Estados Unidos. A empresa criou uma tecnologia em que exames laboratoriais são realizados com apenas uma gota de sangue e com um custo bem inferior aos exames tradicionais. Neste ano, foi anunciada a parceria com a rede de farmácias Walgreens, que levará a tecnologia para todo o país.
  • 3. Hotel Urbano

    3 /10(Marcelo Correa)

  • Fundado em 2011, pelos irmãos João e Eduardo Mendes, o site de turismo Hotel Urbano tem diversificado a sua atuação para competir com outros players do segmento. “Ainda está cedo para saber o que sai dessa briga, mas todos os sinais indicam que 2015 irá conhecer uma empresa bilionária brasileira que não passou de cinco anos de operação”, afirma Gitahy. No ano passado, a empresa teve receitas de 450 milhões de reais e recebeu um aporte de 120 milhões de reais do fundo Tiger neste ano.
  • 4. Instacart

    4 /10(Divulgação/Instacart)

    Fundada em 2012, a startup Instacart tem um aplicativo que permite que o consumidor compre comida, inclusive perecíveis, diretamente dos maiores supermercados norte-americanos. A entrega da compra é feita em uma hora por meio dos colaboradores da empresa. A startup já arrecadou 154,8 milhões de dólares de investimento de investidores como Sequoia, Khosla Ventures, Canaan Partners, entre outros.
  • 5. Truckpad

    5 /10(Divulgação/Truckpad)

    O Truckpad tem como principal objetivo conectar o caminhoneiro à carga. Por meio de um aplicativo gratuito, o caminhoneiro autônomo pode localizar a sua próxima carga ou frete. Já as empresas que precisam de caminhoneiros podem usar o app para contratar o servico e acompanhar a viagem do motorista. Recentemente, a startup conquistou o prêmio de melhor startup da Expo Winter 2014, na Plug and Play Tech Center. Além disso, também foi destaque no Demo Brasil 2014 e na Startup Weekend.
  • 6. Slack

    6 /10(Wikimedia Commons)

    A startup Slack atua na área de comunicação corporativa e tem apenas um ano. É financiada pelo Google e já está avaliada em mais de 1 bilhão de dólares. Stewart Butterfield, cofundador e CEO da empresa, também fundou o Flickr.
  • 7. Mr. Plot

    7 /10(Divulgação/Mr. Plot)

    A Mr. Plot foi fundada em Recife, no final de 2011, pelos empreendedores Felipe Almeida e Leandro Melo. A empresa está incubada no Porto Digital e é especializada em aplicativos para tablets e smartphones, jogos digitais e animações para que as crianças possam aprender brincando. O faturamento vem do licenciamentos de DVDs, peças de teatro e com a transmissão do programa Bita, no canal Discovery Kids e na América Latina.
  • 8. SpaceX

    8 /10(Jordan Strauss/Getty Image)

    A SpaceX é uma empresa do empreendedor Elon Musk, cofundador do PayPal. No ano que vem, a companhia lançará o primeiro foguete reutilizável para lança-lo ao espaço. A empresa tem contratos com a Nasa e a Boeing. Um dos objetivos de Musk é enviar naves tripuladas para Marte.
  • 9. Sympla

    9 /10(Divulgação/Sympla)

    Fundada em 2012, em Belo Horizonte, a Sympla é uma startup de venda online de ingressos e gestão de eventos. Para o ano que vem, a empresa espera faturar 50 milhões em vendas mesmo tendo concorrentes como a americana Eventbrite.
  • 10. Agora, leia mais sobre empreendedorismo

    10 /10(Divulgação/Los Paleteros)

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