São Paulo - Empreendedores podem aprender muito com histórias de sucesso e fracasso dos outros. O livro “Empreendedores Extraordinários", escrito por John Byrne e lançado neste mês em português, reúne bastidores das carreiras de 27 celebridades do empreendedorismo. A obra tem como base entrevistas, algumas feitas pelo próprio autor, com personalidades como Steve Jobs, fundador da Apple, Howard Schultz, da Starbucks e Phil Knight, da Nike. Byrne trabalhou como editor nas revistas BusinessWeek, Fast Company e Forbes. Fundou a C-Change Media, uma empresa de mídia digital que é especializada em desenvolver sites e blogs de negócios, e é autor de outros oito livros. Confira nas fotos ao lado alguns trechos da obra.

Howard Schultz começou como gerente de marketing no Starbucks, que até então era uma pequena empresa localizada em Seattle, no Pike Place Market. Depois, ele abriu uma rede de cafés que chamava Il Giornale. Em 1987, comprou a Starbucks. Como CEO da cadeia de cafeterias, enfrentou desafios como fechar centenas de lojas e demitir milhares de funcionários. Quando questionado como ele se manteve tão otimista mesmo passando por momentos de crise na empresa, ele disse: “Quando você ama alguma coisa, quando você se importa tanto quanto eu me importo e quando sente o peso da responsabilidade, você tem a motivação para seguir adiante”.

Foi durante uma aula na disciplina de administração de microempresas, em Standford, que Phil Knight se inspirou para criar a Nike. Hoje, Knight atua como presidente do conselho da empresa que tem faturamento de bilhões de dólares anualmente. Ele afirma que entendia muito bem o consumidor quando a marca era pequena. Depois, esta tarefa ficou mais difícil. “Independente de estarmos falando do consumidor essencial ou de qualquer pessoa na rua, o princípio é o mesmo: você precisa dar o que o consumidor quer e precisa de um jeito de descobrir o que ele quer.”

A maior empresa de e-commerce do mundo foi criada por Jeff Bezos, um empreendedor que cresceu inventando coisas na garagem de casa. Bezos ajudou a criar o Kindle e, no ano passado, a Amazon conseguiu uma marca história: vendeu mais livros digitais do que físicos. Ele conta que a obsessão da empresa tinha que ser com os clientes e não com os concorrentes. “Em uma empresa típica, se uma reunião for conduzida, por mais importante que seja, uma parte interessada essencial sempre fica sem representação: o cliente”. Ele afirma que um cliente insatisfeito não hesitará em falar mal da empresa para o máximo de pessoas possível.

O norte-americano John Mackey é o co-fundador e CEO da Whole Foods Market, rede de supermercados especializada no comércio de alimentos naturais. Para ele, toda empresa deve ter um propósito e uma motivação. “Quando as pessoas realmente se entusiasmam com o propósito da empresa, elas se comprometerão muito mais e serão muito mais criativas em seu trabalho”.

Steve Jobs, cofundador da Apple, é referência no empreendedorismo norte-americano e mundial em aspectos como inovação e tecnologia. Jobs acreditava que novas possibilidades sempre existiram e cabe ao empreendedor enxergá-las ou não. “Uma das coisas que acontecem com as organizações, bem como com pessoas, é que elas se acomodam em jeitos de ver o mundo e se satisfazem com as coisas, mas o mundo muda e continua evoluindo, com novos potenciais surgindo, mas as pessoas que se acomodam e não conseguem ver isso", contou em entrevista compilada no livro.

Hoje, muitos jovens sonham em se tornar empreendedores como Mark Zuckerberg. Ao criar a rede social Facebook com Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes, ele ainda frequentava as aulas de Harvard. No livro, ele afirma que os erros são muito valiosos e é preciso tirar proveito deles. “No fim das contas, a meta de criar algo é criar algo; a meta não é evitar cometer erros. Para ter qualquer resultado razoável, você necessariamente vai dar alguns passos em falso ao longo do caminho”.

Nos anos 70, Bill Gates e Paul Allen criaram a Microsoft, que seria a maior empresa de software do mundo. Depois de décadas no comando da empresa, ele deixou a Microsoft para se dedicar à fundação de caridade Bill & Melinda Gates Foundation. Suas melhores decisões de negócio estão relacionadas às pessoas que ele selecionou. “É importante ter alguém de total confiança, que esteja completamente comprometido, que compartilhe a sua visão e que tenha um conjunto de habilidades um pouco diferente das suas e que ainda ajude a controlar os seus impulsos”, diz Gates.

Larry Page e Sergey Brin usaram o limite de três cartões de crédito e empréstimos de amigos e professores para comprarem três servidores, no início do Google. Hoje, o buscador mais famoso do mundo tem mais de 28 mil funcionários. Os fundadores do site de busca figuram na lista das pessoas mais ricas do mundo da revista Forbes. Para eles, um empreendedor não basta ser excelente: “Determinamos metas que sabemos que ainda não temos como atingir, porque sabemos que, ao nos esforçar para atingi-las, podemos ir além do que esperávamos”.

O bilionário Eike Batista coloca a letra X em todas as suas empresas e mantém uma Mercedes-Benz SLR McLaren na sala de sua casa. Como empresário, é o presidente do conselho e CEO do Grupo EBX que atua em diversas áreas. Aos jovens empreendedores, ele aconselha assumirem uma visão de longo prazo. “Projetos de qualidade levam de três a cinco anos para serem desenvolvidos.”

Quando Oprah Winfrey despediu-se do programa The Oprah Winfrey Show, após 25 anos e mais de 4, 5 mil episódios, ela queria empreender. A Harpo nasceu como uma empresa para controlar a sua imagem e o seu programa. Administrar um negócio, para ela, tem a ver com intuição. “Aprender a confiar nos seus instintos, usando a sua intuição do que é o melhor para você, é fundamental para um sucesso duradouro”.