São Paulo – Abrir o próprio negócio é o sonho de muita gente. Mas nem tudo são flores neste universo. Além do serviço ou produto que oferece, o empresário precisa lidar com questões como finanças, recursos humanos, plano de negócios, impostos e documentos.
Consideradas “chatas” por boa parte dos empreendedores, essas tarefas não estão diretamente ligadas ao foco da empresa, e por isso mesmo muitas vezes ficam de lado no dia a dia do negócio.
“O empreendedor é um apaixonado pelo produto ou serviço que oferece. Ele tem muita energia para alguns aspectos, mas muitas vezes não quer gastar tempo com essas questões, porque não estão na esfera de domínio dele”, avalia Arnaldo Auad, da consultoria Direção e Sentido.
O problema é que deixar essas tarefas de escanteio pode prejudicar a empresa. Veja nesta lista 10 coisas “chatas” que um empreendedor não pode deixar de fazer (e que acabam ficando de escanteio em muitas empresas).
1 – Formalizar os acordos
Logo no início de uma empresa, é comum que os sócios dividam tarefas e façam combinações verbais sobre qual será o papel de cada um no negócio e quais devem ser os rumos do empreendimento. Mas muitos se esquecem de colocar esses acordos no papel.
“Antes da constituição da empresa, os sócios começam a discutir ideias, formatos, responsabilidades, mas não registram isso em atas, ou e-mails, ou ainda num caderno a que todos tenham acesso. Com isso, os combinados se perdem no tempo, o que pode gerar desentendimentos futuros”, afirma o advogado Rodrigo de Souza Leite, especialista em direto empresarial.
2 – Elaborar o plano de negócios
Elaborar um plano de negócios para a sua empresa significa parar para pensar no foco nos objetivos do empreendimento. E muitos empreendedores pulam esta etapa. O resultado é que a empresa vai perdendo o eixo e, quando menos espera, o empresário percebe que sua empresa não é mais o que ele tinha imaginado.
Portanto, por mais que não goste, o empreendedor precisa fazer esse planejamento. “Executar sem planejar é como planejar o fracasso. Não precisa fazer algo muito detalhado, apenas aquela bússola que mostre para onde vai o negócio”, recomenda o consultor Arnaldo Auad.
3 – Registrar o nome da empresa/produto
Imagine que você criou um produto interessante e colocou um nome que tem tudo a ver com ele, um nome sensível ao mercado. Você desenvolve um plano de negócios com aquele nome e apresenta para um investidor, que gosta da ideia.
Porém, no momento do negócio se constituir, você descobre que aquele nome já está registrado. “É um balde de água fria, tanto para o empreendedor quanto para o investidor. E também gera uma desconfiança, fica o pensamento ‘como essa pessoa não pensou nisso antes?’”, afirma Leite.
4 – Definir a estrutura societária da empresa
Uma tarefa burocrática que exige atenção dos empreendedores é a definição da estrutura societária da empresa. “A demora nesse processo ou a definição de um tipo societário equivocado frustra o acionista”, diz Leite. Ele explica que as empresas S.A. (Sociedade anônima) em geral são mais interessantes para os investidores, mas também são mais custosas.
“O empreendedor tem que olhar o presente e o futuro. Deve pensar aonde ele quer chegar e qual é o caminho mais fácil para alcançar esses objetivos, juntamente com a disponibilidade técnica e de orçamento que ele possui”, aconselha.
5 – Formalizar a empresa com antecedência
Outra tarefa que vira e mexe fica para depois é a formalização da empresa. E isso pode ameaçar seriamente o negócio, segundo o advogado Rodrigo de Souza Leite.
“Abrir uma empresa não é tão rápido assim. E, às vezes, a demora faz com que o empreendedor perca um período essencial para o seu negócio”, afirma. Ele dá exemplos de negócios sazonais. “Se a empresa cria um aplicativo para as Olimpíadas e deixa para registrar em cima da hora, ela pode perder o timing e aquela ideia não servirá de mais nada depois.”
6 – Elaborar contratos com cuidado
Detalhes dos contratos são superimportantes para garantir uma boa relação com o cliente, o fornecedor e até com o investidor. Mas muitas vezes esses documentos são elaborados sem o cuidado que merecem.
“Nos contratos com fornecedores, por exemplo, é importante que haja uma cláusula de confidencialidade ou exclusividade para proteger o serviço desenvolvido para a empresa. Mas os empreendedores não olham muito para isso”, afirma Leite.
7 – Controlar as finanças
Cuidar das finanças da empresa é fundamental, mas muitos empreendedores avessos aos números acabam deixando a tarefa de escanteio, o que prejudica -- e muito -- o bom andamento do negócio.
O principal, segundo Auad, é controlar o fluxo de caixa (ou seja, as entradas e saídas da empresa) e o capital de giro (dinheiro necessário para manter a operação no intervalo entre produzir e receber pelo produto).
“Se não tiver essas contas em ordem, o empreendedor pode precisar fazer dívidas para manter a empresa funcionando, o que gera um círculo vicioso e pode levar à falência do negócio”, afirma.
8 – Contratar as pessoas certas (e não as mais próximas)
Numa empresa pequena, é comum contratar parentes e amigos para algumas funções. Só que nem sempre aquele sobrinho é a pessoa mais indicada para o cargo. Auad ressalta que é importante saber selecionar seus funcionários, ou seja, dedicar tempo para pesquisar, fazer entrevistas e conhecer candidatos.
“O empreendedor precisa desenvolver essa competência de gerir pessoas. Deve buscar contratar gente que tenha a competência necessária para o negócio, e que também se encaixe no perfil comportamental do empreendimento”, afirma.
9 – Controlar o pagamento de impostos
Não basta pagar impostos, é preciso poder comprovar que você pagou. Por isso, os empresários devem sempre guardar de forma organizada as guias de recolhimento do imposto e o comprovante de pagamento.
“Não cuidar disso pode trazer problemas sérios. Se o empresário não conseguir comprovar que o imposto foi pago, ele pode precisar pagar de novo e ainda com juros”, alerta Marcelo Ribeiro, da P3 Image Access, empresa de gestão de documentos. Ribeiro afirma que, hoje, a melhor forma de guardar esses documentos é com serviços na nuvem.
10 – Manter os documentos dos funcionários em ordem
Além dos comprovantes de pagamento de impostos, todo empreendedor também deve guardar de forma organizada os documentos de cada colaborador que passa pela empresa. Exames admissionais e demissionais, holerites e recolhimento de FGTS e INSS, são alguns exemplos.
“Temos uma cultura no Brasil que ninguém gosta de fazer a gestão de documentos. Isso contribui para a falta de organização dos empreendedores”, avalia Ribeiro.
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1. Protagonistas e dilemas
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1/12 (Steve Bonini/Getty Images)
São Paulo -
Empreender pode parecer a solução para vários problemas, como fugir do desemprego e aumentar a renda. Mas essa é uma jornada cheia de obstáculos, que estão presentes em áreas como relacionamentos, finanças e gestão. Antes que você precise entrar em um negócio para perceber essas dificuldades, é bom consultar mentores e se informar sobre seu ramo de atuação. Um jeito mais divertido, que serve inclusive para os momentos de lazer, é ver
filmes que mostram os percalços na vida de um empreendedor. Por isso, selecionamos obras cinematográficas, dos clássicos aos blockbusters, que mostram o lado sem glamour de ser dono de um negócio. Ajudaram nas indicações Alessandro Saade, professor da Business School São Paulo (BSP); João Bonomo, coordenador do Núcleo Acadêmico de Vocação Empreendedora do Ibmec/MG; e Rose Mary Lopes, coordenadora do Núcleo de Empreendedorismo da ESPM.
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2. À Procura da Felicidade
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Chris Gardner é um pai de família que enfrenta uma série de dificuldades ao longo do filme. Sua ideia de vender aparelhos médicos não dá certo porque, só depois de comprar todo o estoque, ele percebe que o produto é muito caro para os consumidores. Mesmo depois de problemas pessoais, o protagonista continua lutando pela sobrevivência. Por que vale a pena? Apesar da falta de apoio, de conforto e de dinheiro, o protagonista coloca todo seu esforço em prol de um objetivo. "Deste modo, ele agarra a oportunidade de se preparar, de mostrar sua capacidade e sua performance. Com um esforço e uma luta hercúleos, ele alcança o sucesso no estágio probatório e depois como corretor. Mais tarde, torna-se um empreendedor de sucesso", conta Rose Mary. "The Pursuit of Hapiness"
Diretora: Gabriele Muccino
Ano de produção: 2006
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3. Cidadão Kane
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"Cidadão Kane" é a história de um magnata do jornalismo, Charles Foster Kane, e sua trajetória até se tornar um dos homens mais ricos do mundo. O filme é desenvolvido por meio de uma investigação para descobrir o que significa a última palavra pronunciada por Kane: "Rosebud".
Por que vale a pena? Por um lado, o magnata de Orson Welles tem um sucesso profissional estrondoso; por outro, o filme conta um pouco da amargura e da solidão que o protagonista vive. A lição para os empreendedos é de que o sucesso tem um custo, diz Bonomo.
"Citizen Kane"
Direção: Orson Welles
Ano de produção: 1941
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4. Lincoln
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O filme, que mistura história e drama, narra uma parte da vida do presidente americano Abraham Lincoln, incluindo seus esforços para aprovar a emenda que aboliria a escravidão nos Estados Unidos. Por que vale a pena? "Acho que tem a ver com o universo empreendedor porque mostra um grande exemplo de liderança", afirma Bonomo. "É uma pessoa com grandes desafios à sua frente, não apenas de tomar a decisão correta, mas também de conduzir todos ao caminho que ela acha correto".
"Lincoln"
Direção: Steven Spielberg
Ano de produção: 2012
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5. Quem Se Importa
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"Quem se Importa" é um documentário brasileiro
filmado em sete países que mostra o trabalho de vários empreendedores sociais: soluções simples, mas com alto impacto na vida das pessoas ao seu redor.
Por que vale a pena? "Quem assiste ao filme não pode deixar de sentir que pode fazer algo diferente para intervir e melhorar diversas situações sociais desfavoráveis", diz Rose Mary. "É um filme bom para mostrar que todos podemos ter uma fagulha empreendedora e que, se agirmos à nossa volta, usando nossos conhecimentos e talentos, podemos criar impacto e resultados positivos".
"Quem Se Importa"
Direção: Mara Mourão
Ano de produção: 2014
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6. O Aviador
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O drama biográfico conta a história de Howard Hugues, que ficou milionário aos 18 anos por causa de uma herança. Ele resolveu, então, investir em algo que gostava muito: a aviação. Porém, sua obsessão começa a afetar a vida pessoal. Por que vale a pena? "O protagonista tem percalços e tropeços, mas ele vai em frente. Isso é o interessante", diz Bonomo. "Mostra a história de alguém que tinha o sonho de ganhar um mercado". "The Aviator"
Diretor: Martin Scorsese
Ano de produção: 2004
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7. O Jogo da Imitação
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O filme conta a história de Alan Turing, pioneiro da computação, e sua empreitada para quebrar o código criptografado que os alemães usam para enviar ordens durante a Segunda Guerra Mundial. Por que vale a pena? Segundo Rose Mary, há trechos que podem ser usados em empreendedorismo, especialmente quando há uma divisão de esforços na equipe recrutada para tentar quebrar o código das mensagens. "O que deve ser analisado e enfatizado é que abordagens inovadoras não são fáceis de serem entendidas. O indivíduo que propõe uma nova alternativa pode ser combatido e desacreditado. Ele precisará dar o melhor de si, lutar e persistir para ver o jogo virar a seu favor".
"The Imitation Game"
Direção: Morten Tyldum
Ano de produção: 2014
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8. Os Estagiários
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Com os atores Owen Wilson e Vince Vaughn, a comédia conta como dois homens na casa dos quarenta anos acabam por perder seu emprego e tentam se recolocar no programa de estágio da gigante de tecnologia Google. Por que vale a pena? Mesmo que os protagonistas não tenham de criar um negócio, Saade destaca que eles agem como empreendedores todo o tempo. "São desafiados a pensar como um dono, entender as necessidades do cliente, trabalhar em equipe e conhecer as variáveis do ambiente. Esses quatro elementos estão presentes em cada etapa de seleção ao longo do filme".
"The Internship"
Direção: Shawn Levy
Ano de produção: 2013
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9. Startup.com
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Startup.com conta a história de dois amigos, Kaleil Tuzman e Tom Herman, que se unem para criar o site govWorks.com, que permite que cidadãos interajam com governos locais. Mas os empreendedores enfrentam desafios comuns aos negócios digitais, incluindo alguns que podem acabar com a amizade entre os criadores da startp. Por que vale a pena? O filme mostra as problemáticas com os sócios dentro de um negócio, afirma Bonomo. "Mostra também um pouco desse universo empreendedor mais recente, de que faz parte a startup do filme. Ela dá muito sucesso, cresce, mas os dois acabam brigando por conta dela".
"Startup.com"
Direção: Chris Hegedus e Jehane Noujaim
Ano de produção: 2001
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10. Trapaceiros
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"Trapaceiros" é um filme humorístico dirigido por Woody Allen. A obra narra o plano de um ex-presidiário trapaceiro, chamado Ray Winkler, para assaltar um banco com alguns parceiros de crime. Como distração, abrem uma loja de biscoitos. O empreendimento dá tão certo que a família Winkler fica rica, mesmo sem pretender nada com o negócio. Agora, eles passarão por novos problemas. Por que vale a pena? Para Saade, o filme mostra como o empreendedor muda seu comportamento assim que obtém o sucesso - e como isso pode afetar próximas decisões. "Mostra como o fato de ganhar dinheiro muda o comportamento das pessoas que administram o empreendimento". "Small Time Crooks"
Direção: Woody Allen
Ano de produção: 2000
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11. Tucker - Um Homem e Seu Sonho
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O filme fala sobre o projetista americano Tucker, que desenvolve um carro com o design que sempre pretendia. No meio do caminho, porém, ele acaba tendo de enfrentar grandes indústrias do setor automobilístico. Mesmo com os obstáculos, ele continua seguindo seus ideais e não pretende se render ao modelo dessas empresas. Por que vale a pena? Para Bonomo, o filme é especialmente útil para os que cuidam de um negócio inovador, como uma startup. "O filme mostra os desafios da inovação, de pensar muito à frente e, então, ter de lidar com os costumes da população e do mercado". "Tucker: The Man and His Dream"
Direção: Francis Ford Coppola
Ano de produção: 1988
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12. Está procurando ainda mais inspiração?
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12/12 (Thinkstock/zakokor)