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WhatsApp se posiciona sobre caixa 2 de Bolsonaro e fecha contas

Empresa disse que “o WhatsApp tem proativamente banido centenas de milhares de contas durante o período das eleições brasileiras"

 (Pixabay/Fonte padrão)

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Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 19 de outubro de 2018 às 14h56.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2019 às 16h24.

São Paulo - Em meio às denúncias envolvendo o aplicativo de mensagens e o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), o WhastApp afirmou que está trabalhando para fechar contas que possam ser usadas para espalhar spam.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa disse que “o WhatsApp tem proativamente banido centenas de milhares de contas durante o período das eleições brasileiras. Temos tecnologia de ponta para detecção de spam que identifica contas com comportamento anormal ou automatizado, para que não possam ser usadas para espalhar spam ou desinformação”.

O WhatsApp está sob pressão depois que uma reportagem da Folha de S. Paulo revelou que empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT e de apoio ao candidato Bolsonaro pelo app. Isso é equivalente a fazer doações não declaradas (e ilegais, já que as doações de empresas estão proibidas) para a campanha, por meio de "caixa 2".

Os contratos chegam a 12 milhões de reais e a rede de lojas Havan está entre as compradoras, diz a reportagem. Segundo o jornal, essas empresas pagaram agências para o disparo de mensagens em massa pelo aplicativo.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o WhatsApp informou que, se o caso for confirmado, essas empresas estariam vendendo esses pacotes ilegalmente, uma vez que o disparo de mensagens em massa viola os Termos de Uso do aplicativo.

Como as mensagens são criptografadas, a empresa não tem acesso ao conteúdo que está sendo veiculado, mas tem ferramentas para identificar atividades suspeitas, como envio de spam, disse a companhia. Assim, está bloqueando centenas de milhares de contas.

Além disso, enviou notificação extrajudicial para quatro agências suspeitas de fazerem envio massivo irregular de mensagens durante o período eleitoral. O aplicativo determina que as mesmas parem de fazer envio e de utilizar números de celulares obtidos pela internet.

Hoje, o senador eleito Flávio Bolsonaro, filho do presidenciável Jair Bolsonaro, afirmou que teve sua conta bloqueada pelo aplicativo. "Meu WhatsApp, com milhares de grupos, foi banido DO NADA, sem nenhuma explicação!", escreveu no Twitter.

O Brasil é o segundo país do mundo onde as pessoas mais se informam pelo WhatsApp, de acordo com o estudo Digital News Report, de 2017. A pesquisa aponta que 46% dos brasileiros dizem usar o aplicativo como fonte de informação. Há poucos dias, representantes do aplicativo se reuniram com o Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para discutir a proliferação de notícias falsas.

Ainda não há consenso sobre o papel da empresa e do TSE no enfrentamento do problema. Mas, até agora, as medidas tomadas pelo aplicativo não foram suficientes para conter as centenas de mensagens falsas enviadas durante essas eleições.

 

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