VTEX: Brasil pode se tornar principal polo de serviços digitais do mundo
Fundador do mais novo unicórnio do país aponta tendências em evento virtual nesta quarta e diz que país tem ao menos 80 startups possíveis unicórnios
Maria Clara Dias
Publicado em 25 de novembro de 2020 às 17h23.
Última atualização em 26 de novembro de 2020 às 11h56.
A oportunidade de expansão para negócios digitais na crise, tanto para as empresas quanto para investidores interessados em startups em fase de escala, é uma tendência crescente para o mercado brasileiro na próxima década.
“A ampliação dos negócios com foco no digital está enfrentando uma fase inédita no Brasil”, disse Mariano Gomide, CEO e fundador da VTEX, empresa de software voltada para o comércio eletrônico . Ele falou durante a Money Week, evento sobre investimentos e finanças pessoais promovido pelo escritório de agentes autônomos EQI em parceria com o BTG Pactual , realizado nesta quarta-feira, 25.
“Já vimos movimentos de mudança de valores rodando em economias mais antigas, como agro e serviços bancários, mas não em tecnologia aplicada e criação de software. Isso tem mudado”, afirma.
Também participou do painel Pedro Waengertner, CEO da Ace Startups, empresa voltada para investimentos em novos negócios. “Nos próximos dez ou 15 anos, teremos um cenário totalmente diferente do que vemos hoje. As empresas que usam tecnologia e inovação terão parcela significativa de participação no PIB brasileiro — o que hoje não vemos, quando nos comparamos a mercados como China e Estados Unidos”, diz Waengertner.
Mais novo unicórnio brasileiro, a VTEX recebeu um aporte de 225 milhões de dólares em recente rodada liderada pelo SoftBank. O empreendedor explica como escalou a startup para o patamar de unicórnio e aconselhou empresas que estão almejando o crescimento exponencial.
Segundo Gomide, para avançar em valor de mercado, os empresários brasileiros devem reconhecer as mudanças ocorridas no ecossistema de empreendedorismo e inovação nos últimos anos. “Hoje, o Brasil já pode ser visto como uma alavanca pronta para competir igualmente com outros países do mundo”, diz.
“Se um universitário já chegar ao mercado com a visão de que o Brasil tem iguais condições em comparação com o mundo todo, ele ficará e criará coisas incríveis para o país”, diz.
Novos unicórnios no Brasil
Waengertner, da Ace Startups, afirma que o mercado brasileiro verá um aumento no surgimento de novos unicórnios nos próximos anos. “Para cada VTEX que alcança o topo do funil, existem centenas de empresas já trilhando o mesmo caminho”, afirma.
Despertar maior interesse por parte das empresas para a abertura de capital no Brasil ao invés de disponibilizar seus IPOs em bolsas do exterior depende diretamente da diversificação da oferta de produtos financeiros e do juros disponível aos investidores.
Contudo, Waengertner afirma que a tendência é que cada vez mais startups passem a abrir o capital na B3. "Estamos começando a ver movimentos como o da Méliuz e Enjoei que, mesmo com faturamento bem abaixo do que estamos acostumados, podem proporcionar aos investidores a entrada nesses ativos já com as ferramentas que temos no nosso mercado", diz.