Negócios

Via Varejo confirma que está investigando denúncias de fraudes em balanços

Informação foi divulgada pelo site Suno Notícias e confirmada pela Via Varejo à CVM. Empresa diz que a investigação não encontrou irregularidade até agora

Casas Bahia, da Via Varejo: como não foram encontradas irregularidades até agora, empresa afirmou que resultados do trimestre divulgados hoje não serão afetados (Via Varejo/Divulgação)

Casas Bahia, da Via Varejo: como não foram encontradas irregularidades até agora, empresa afirmou que resultados do trimestre divulgados hoje não serão afetados (Via Varejo/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2019 às 13h14.

Última atualização em 13 de novembro de 2019 às 13h24.

A Via Varejo, dona de Casas Bahia e Ponto Frio, está investigando potenciais fraudes em seus balanços financeiros. A investigação foi informada primeiro pelo site Suno Notícias, e, em seguida, confirmada pela empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O comunicado aponta que a empresa recebeu, entre o fim de setembro e início de outubro deste ano, denúncias anônimas "relativas a supostas irregularidades contábeis".

Depois disso, o conselho de administração da empresa abriu em 10 de outubro um Comitê de Investigação "para conduzir uma investigação independente e detalhada acerca das alegações contidas nas denúncias", como afirma no comunicado à CVM.

A primeira fase da investigação já foi concluída, segundo a empresa, sem ter confirmado as alegações de irregularidades contábeis contidas nas denúncias. A segunda fase ainda se encontra em andamento, e, "no âmbito dos trabalhos da segunda fase, nada veio ao conhecimento da administração que altere os resultados da primeira fase", escreveu a empresa. O comitê que investiga o caso é assessorado por consultores independentes "e de renome", segundo a Via Varejo, que vem assegurando que a investigação seja feita de forma correta.

Como as denúncias ainda não foram confirmadas, a Via Varejo concluiu, de forma preliminar, que não há alterações a serem feitas no balanço do terceiro trimestre da empresa, que será divulgado na noite desta quarta-feira 13, após o fechamento do mercado.

Desde que a informação foi divulgada, por volta do meio-dia desta quarta-feira, as ações chegaram a cair mais de 9%. Por volta das 13h, após publicação do fato relevante enviado à CVM, os papéis se recuperam e caem em torno de 4%, com ação negociada na casa dos 6,80 reais.

Segundo consenso de analistas ouvidos pela Bloomberg, a Via Varejo deve reportar o quinto trimestre seguido de perdas. O prejuízo deve ficar em 11,9 milhões de reais entre julho e setembro. O número é 82% menor que os 67,1 milhões de reais em prejuízo no mesmo período do ano passado ou que os 310,2 milhões de prejuízo do segundo trimestre deste ano. O faturamento deve fechar em 6,1 bilhões de reais (queda de 3%), e o Ebitda, o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação, terá melhora, ficando em 310,2 milhões de reais (alta de 92% ante o ano passado).

A Via Varejo passa por um processo de mudanças internas, com a volta da família Klein ao controle da empresa em junho. Michael Klein, filho do fundador Samuel Klein, comprou as ações do Grupo Pão de Açúcar, então controlador, e tornou-se presidente do conselho de administração da empresa. A mudança no controle veio também com alterações nos principais cargos executivos, e o presidente-executivo passou a ser Roberto Fulcherberguer, escolhido por Klein.

A empresa é criticada pela demora em realizar sua transição digital e alavancar o comércio eletrônico (que responde por cerca de 20% das vendas, número abaixo das concorrentes). Apesar dos números ruins dos últimos trimestres, analistas vêm apostando no potencial de “virada” da Via Varejo, com o papel sendo um dos mais procurados do ano. O preço da ação subiu 36% nos últimos 12 meses, e quase 50% desde a volta dos Klein.

Contatada por EXAME, a Via Varejo disse por meio de sua assessoria que não irá se pronunciar sobre a investigação nos balanços para além das informações já contidas no fato relevante enviado à CVM.

Acompanhe tudo sobre:BalançosCVMVarejoVia Varejo

Mais de Negócios

Os criadores do código de barras querem investir em startups brasileiras de olho no futuro do varejo

Marca de cosméticos naturais Laces aposta em 'ecossistema' para chegar a 600 salões e R$ 300 milhões

Uma vaquinha de empresas do RS soma R$ 39 milhões para salvar 30.000 empregos afetados pela enchente

Ele fatura R$ 80 milhões ao transformar gente como a gente em palestrante com agenda cheia