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Via Varejo abre lojas mais enxutas de olho em mais retorno

A empresa inicia hoje a abertura de lojas "smart", formato que ocupa uma área cerca de 30% menor em relação à média atual

Via Varejo: intenção é abrir 10 novas lojas e converter outras 250 para esse formato ainda este ano (Germano Lüders/Exame)

Via Varejo: intenção é abrir 10 novas lojas e converter outras 250 para esse formato ainda este ano (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 11h49.

São Paulo - A rede de móveis e eletrodomésticos Via Varejo inicia nesta quinta-feira a operação de um formato de loja física que ocupa menos área, mas que pode trazer à companhia mais rentabilidade na forma de economia de custos e mais vendas, afirmaram executivos da empresa controlada pelo GPA.

A empresa iniciará por Canoas (RS) a abertura de lojas "smart", formato que ocupa uma área cerca de 30 por cento menor em relação à média atual de espaço de 900 a 1.100 metros quadrados de uma loja tradicional Via Varejo, disse o diretor executivo de lojas físicas, Paulo Naliato.

A redução do tamanho da loja é permitida por conta do menor mostruário físico de produtos, que passa a ser em parte exibido por meio de terminais conectados à Internet.

A intenção da Via Varejo é abrir 10 novas lojas neste ano no conceito smart e converter 250 das cerca de mil lojas para esse formato também até o fim de 2017. O plano é levar o formato para todas as lojas da Via Varejo no país nos próximos meses, que devem receber a infraestrutura necessária para isso até o final de 2018, afirmou o executivo.

"Com este conceito, podemos entrar em mercados onde até agora não estamos presentes", disse Naliato. O diretor de modelo de vendas da Via Varejo, Marcelo Nogueira, citou como exemplo Porto Feliz (SP), que terá abertura de loja smart da empresa em dezembro. Além de novas regiões, o formato permite à rede se adensar onde já está presente, afirmou Naliato, citando como exemplo o bairro de Itaquera, na zona leste da capital paulista.

Os executivos evitaram precisar números, mas afirmaram que o novo formato não deve gerar impacto relevante de canibalização de lojas existentes. "Algum nível de canibalização pode existir. Mas vamos tomar participação de mercado de concorrentes, o mercado pode até não crescer, mas com esta estratégia podemos avançar sobre participação de concorrentes", disse Nogueira.

O concorrente Magazine Luiza, frequentemente citado como referência em comércio eletrônico no Brasil, lançou em 1992 um formato de loja sem exposição física de produtos como televisores e refrigeradores, mas os executivos da Via Varejo afirmam que não se trata de adotar o modelo do rival.

"É diferente, temos a exposição física de produtos e um aporte de tecnologias para tornar a venda mais eficiente... Queremos que a loja seja dinâmica, que atualize sua exposição de produtos mais rapidamente para atrair o interesse dos clientes", disse Nogueira.

Segundo ele, a tecnologia empregada nas lojas, que usará até mapas de calor de movimentação de clientes nas lojas, permitirá redução de funcionários para uma média de 14, ante 20 numa loja tradicional. Além disso, a companhia espera poder concluir com as novas lojas a venda de produtos abandonados pelos clientes nos carrinhos do comércio eletrônico da Via Varejo.

Isto porque o aplicativo da companhia usado pelo cliente para iniciar uma compra pelo celular, por exemplo, vai se conectar com o sistema da loja smart. "Teremos que investir muito menos tempo com o cliente para sabermos no que ele está interessado. O diálogo entre vendedor e cliente não vai começar do zero", disse Naliato.

Questionado sobre o destino que a Via Varejo dará para o espaço liberado nas lojas da rede por conta da adoção do modelo smart, Naliato afirmou que a companhia poderá optar em algumas lojas por reduzir o espaço físico do ponto de venda e em outras poderá incluir novas categorias de produtos.

O plano para o novo formato de loja acontece em meio aos esforços da Via Varejo para fomentar a modalidade de compra em que o cliente compra o produto pela Internet, mas opta por retirá-lo na loja física que estiver mais próxima, algo que pode produzir uma redução no custo de logística da ordem de 20 por cento.

Segundo Naliato, a Via Varejo pretende abrir 70 lojas no Brasil em 2018, todas no formato smart. "Vemos oportunidades importantes no interior de São Paulo, no Nordeste e no Sul do país", afirmou o executivo.

O início de abertura de lojas no novo formato acontece na semana da Black Friday, evento que ocorre nesta sexta-feira e que se firmou no varejo físico e eletrônico nacional prometendo descontos em produtos e serviços. Naliato afirmou que a Via Varejo tem uma expectativa positiva para a Black Friday deste ano, diante de sinais de que as vendas ficarão dentro do esperado pela companhia.

"Há sinais macroeconômicos melhores neste ano. Podem ser ainda pequenos em termos de nível de emprego, mas mostram apetite de compra melhor dos consumidores do que no ano passado", disse Naliato, sem dar detalhes.

Segundo um dos idealizadores do evento no Brasil, o portal Busca Descontos, em 2017 a Black Friday deve movimentar cerca de 2,2 bilhões de reais, crescimento de 19 por cento sobre mesmo período de 2016, quando teve expansão de 17 por cento.

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