Venda de fatias em refinarias da Petrobras pode incluir terminais
A empresa não irá se desfazer inteiramente de ativos, segundo diretor, que explicou que os negócios na área de refino vão buscar sempre parcerias
Reuters
Publicado em 24 de outubro de 2016 às 19h46.
Rio de Janeiro - A Petrobras planeja apresentar ao Conselho de Administração até o fim deste ano um modelo de venda de participações em refinarias em conjunto com terminais e dutos que façam sentido aos possíveis investidores e agreguem valor aos ativos, afirmou nesta segunda-feira o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino.
"Iremos compor ativos de refino e ativos de logística para que isso faça sentido econômico para o sócio", afirmou o executivo, após apresentar uma palestra no congresso de petróleo Rio Oil & Gas.
A empresa, entretanto, não irá se desfazer inteiramente de ativos, segundo Celestino, que explicou que os negócios na área de refino vão buscar sempre parcerias. Isso porque a empresa busca operar de forma integrada, em todos os elos da cadeia de petróleo.
"Quem está operando de forma integrada é que tira o maior valor... em parceria ou em operação própria", disse Celestino.
A possibilidade de abrir mão da operação das refinarias, segundo Celestino, será discutida com os sócios.
Questionado se esses ativos poderiam atrair interesse da Total, com quem a Petrobras fechou parceria nesta segunda-feira, o executivo explicou que ainda não começou a negociar o modelo com o mercado.
O executivo explicou que o modelo de vendas, que está em fase final de elaboração, prevê a criação de empresas que agreguem os ativos de refino e logística.
Ainda não está fechado o número de empresas que podem ser criadas e quais os ativos que poderão fazer parte nesse negócio.
Em sua palestra, o executivo explicou que o Brasil não tem uma vocação para exportar combustíveis de forma estrutural e que as exportações pontuais que ocorrem são devido a janelas de mercado que aparecem eventualmente.
"Construir refinaria para exportação de forma estrutural dificilmente terá viabilidade no Brasil", afirmou Celestino.
A estatal tem uma meta de desinvestimentos de 19,5 bilhões de dólares para o biênio de 2017 e 2018, após uma meta de 15,1 bilhões projetados em vendas de ativos entre 2015 e 2016.