Negócios

Vale não precisa de aquisições para crescer, afirma Agnelli

Foco da mineradora, nos próximos anos, é o crescimento orgânico, segundo seu presidente

Planta de Carajás: mina sustentou a expansão da produção de minério de ferro (Divulgação/Agência Vale)

Planta de Carajás: mina sustentou a expansão da produção de minério de ferro (Divulgação/Agência Vale)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2010 às 20h02.

São Paulo - A Vale deve divulgar o programa de investimentos para os próximos anos dentro de duas semanas. A estimativa é do presidente da mineradora, Roger Agnelli, que participou nesta segunda-feira (18/10), do Vale Day na Bolsa de Nova York. O executivo evitou antecipar números, mas afirmou que serão necessários entre 26 bilhões e 28 bilhões de dólares para concluir os projetos em curso.

Agnelli também reforçou a disposição da empresa de não efetuar grandes compras no futuro próximo. "Nossa prioridade é o crescimento orgânico", afirmou. "Não precisamos de aquisições para sermos grandes", disse.

Entre os projetos que a Vale deve concluir no quarto trimestre, está o de Onça Puma, no Pará. Trata-se da mina de ferroníquel cujo projeto entrou para o portfólio da Vale por meio da compra da canadense Canico, em maio de 2006.

Outro projeto é o de Três Valles, no Chile. Esta será a primeira planta greenfield construída pela mineradora para a produção de cátodos de cobre. Sua capacidade será de 18.500 toneladas de cátodos por ano.

Potencial

Agnelli também destacou o potencial de algumas operações que a empresa detém, como as minas de fosfato do Peru, cuja produção começou em julho deste ano. A produção de fosfato em Moçambique e a de minério de ferro em Carajás também foram citadas pelo executivo como passíveis de maior expansão.


Maior mineradora de ferro do mundo e uma das maiores também em outras áreas, como níquel, a Vale é uma referência para os preços mundiais de commodities. Por isso, Agnelli também foi questionado sobre suas expectativas. "Há uma convergência de fatores para que os preços fiquem mais estáveis", afirmou.

De acordo com o executivo, as cotações tendem a se manter nos atuais patamares, sustentadas pela ainda forte demanda chinesa. Outro fator é o enfraquecimento mundial do dólar. "Sempre que o dólar está fraco, os preços sobem; quando o dólar se fortalece, os preços caem", disse.

Empresas amigas

A declaração de que a Vale vai se concentrar no crescimento orgânico foi dada por Agnelli no mesmo dia em que suas duas maiores rivais - a Rio Tinto e a BHP Billiton - anunciaram que desistiram do projeto de fundir suas operações de minério de ferro. O acordo criaria a maior produtora de minério de ferro do mundo, com capacidade para 350 milhões de toneladas por ano - ante os 238 milhões gerados pela Vale no ano passado.

A desistência ocorreu depois que a Comissão Europeia informou que não aprovaria a joint-venture. Agnelli evitou comentar o fracasso da negociação. "Trata-se de uma questão australiana, e as empresas são nossas amigas", disse.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasIndústriaMineraçãoRoger AgnelliSiderúrgicasVale

Mais de Negócios

De hábito diário a objeto de desejo: como a Nespresso transformou o café em luxo com suas cápsulas?

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024

10 mensagens de Natal para clientes; veja frases