Vacinação poupou R$2,8 bilhões para empresas durante Ômicron, diz estudo
Segundo startup de automação de atestados, média de dias de afastamentos por conta da Covid-19 durante Ômicron caiu de 6,56 dias para 4,6 dias
Luciana Lima
Publicado em 15 de março de 2022 às 06h00.
Um estudo realizado pela Closecare, startup focada na automatização de atestados, estima que o avanço da vacinação levou as empresas brasileiras a economizarem mais de 2,8 bilhões de reais ao longo de três meses.
Isso é resultado da redução do tempo de afastamento médio do trabalhador por conta da Covid-19 durante o surto da variante Ômicron.
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Para chegar a essa conclusão, a Closecare avaliou os dados das mais de 60 mil vidas de sua base de clientes.
Segundo a pesquisa, caso a média de 6,56 dias de afastamento, verificada na segunda onda da pandemia de Covid-19 (entre dezembro de 2020 a março de 2021), tivesse se repetido entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, o custo total dos atestados para as empresas seria de 35,9 milhões de reais.
Porém, com a diminuição da média de ausência do funcionário para apenas 4,6 dias, o surto da Ômicron gerou despesas de 33,1 bilhões de reais, uma economia de 7,8%.
O principal motivo para a redução no tempo médio de afastamento está no aumento da proporção de vacinados com a segunda dose no país, que saltou de 0,95% da população em 1º de março do ano passado para 72,24% em 1ª de março de 2022.
Ainda de acordo com a pesquisa, a proporção de atestados por Covid-19 cresceu de 26,43% para 38,24% durante a Ômicron, notadamente mais transmissível que as variantes anteriores.
Porém, por conta da vacinação, os casos graves caíram de forma significativa, permitindo que os funcionários voltassem ao trabalho em um tempo 30% menor.
Com isso, a despesa por cada licença foi reduzida de 1474,66 reais para 971,15 reais considerando-se a renda média do trabalhador do setor privado com carteira assinada de 2345 reais, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) referente a outubro de 2021.
“Tanto o aumento da vacinação quanto o amadurecimento das empresas em fazer gestão de saúde devem ajudar nesse movimento de queda. Agora as companhias estão entendendo melhor como identificar casos suspeitos de Covid-19, por exemplo. Ou seja, por mais que o vírus permaneça, vemos uma tendência de melhora no absenteísmo”, diz André Camargo, CEO da Closecare.