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Um novo baque nas privatizações da Eletrobras

Com o Congresso em recesso, a privatização foi suspensa. A empresa afirma que está avaliando os impactos das decisões da justiça

Eletrobras: companhia perdeu dois terços do valor de mercado desde fevereiro (Nadia Sussman/Bloomberg/Bloomberg)

Eletrobras: companhia perdeu dois terços do valor de mercado desde fevereiro (Nadia Sussman/Bloomberg/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2018 às 06h18.

Última atualização em 13 de julho de 2018 às 06h56.

A sexta-feira será de novas batalhas políticas e judiciais para o governo tentar emplacar pelo menos uma pauta da agenda de reformas até o fim do mandato de Michel Temer. Na noite de ontem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendeu o leilão das distribuidoras da Eletrobras, marcado para 26 de julho, atendendo a uma decisão da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro desta quinta-feira.

Em sua decisão, a Justiça acatou ação civil pública movida pela Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL), que pedia a suspensão do processo licitatório, por entender que era preciso aprovação legislativa. Como o Congresso entrou em recesso, o leilão fica inviável. Na noite de terça-feira, num esforço final para tentar viabilizar o leilão, a Câmara concluiu a aprovação de um projeto de lei que incluiu um dispositivo equacionando a forma como as hidrelétricas podem ser compensadas pela baixa produção de energia em períodos de seca.

Era um detalhe considerado fundamental para uma privatização enrolada. O projeto inicial do governo, vale lembrar, era privatizar a própria Eletrobras, um mastodonte ineficiente e deficitário. Mas a falta de força política fez com que o governo centrasse esforços na privatização escalonada, começando por seis distribuidoras consideradas interessantes a investidores. Agora, esta nova notícia negativa pode atrasar e até sepultar o plano.

Em nota, a Eletrobras afirmou ontem que está avaliando o alcance e os impactos das decisões da justiça e do BNDES. Diz ainda que tomará as medidas necessárias para dar continuidade às vendas. As ações da estatal triplicaram de valor nos primeiros meses do governo Temer e, com muita volatilidade, se mantiveram neste patamar até o início de 2018, quando a privatização subiu de vez no telhado. Desde fevereiro, os papeis perderam dois terços do valor. Até ontem, a Eletrobras valia 19,5 bilhões de reais na bolsa. O pregão desta sexta deve ser de fortes emoções.

 

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